9 de janeiro de 2025

O meu é maior que o teu!

Pieter Bruegel, o Velho


 

“Vamos construir uma cidade com uma torre altíssima,

que chegue até aos céus;

dessa forma o nosso nome será honrado por todos

e jamais seremos dispersos pela face da Terra!”.

Gênesis 9:4

 

Luiz Carlos Vaz (* )

  

Impressionante como a falta de noção das mínimas coisas reais tem afetado a criatura, que se diz humana, atualmente...

Estamos vivendo no início deste século XXI uma demonstração clara de falta de visão da realidade. Esse repentino desejo de construir o maior edifício do mudo, a maior estátua do mundo, é mostrado a todo momento pelos noticiários de tevê, jornais (ainda existem?) e das “redes sociais”. Desde Dubai, onde há bilhões de petrodólares esperando para entrar em ação, até uma praiazinha chinfrim aqui do Sul, onde a maior preocupação dos “turistas e moradores” é o preço do milho verde! Bah! Me poupem desse vexame!

Fico pensando que faltará gente “de bem” para morar nessas torres todas, além de imaginar a humilhação que será para a vizinha do “20º andar”, quando encontrar no elevador a moradora-proprietária do “200º andar”... Pensem no olhar que a “madame do duzentos”, com um filhote de dinossaurinho no ombro, lançará para a pobre milionária de um andar a 300 metros abaixo de sua cobertura, e que carregará consigo apenas um mísero ursinho polar, que vai se mijar de medo, do tal filhote de dinossauro, que custou três milhões de dólares, que foi clonado a partir de um DNA antigo, descoberto nas geleiras do Groenlândia, agora o 55º estado americano (ou já será o 56º, ou 57º...?).

Escrevo isso enquanto lembro das pessoas que vi, quando voltava da Casa Lotérica, mexendo e remexendo nas lixeiras aqui das ruas da minha cidade, disputando com os cachorros os restos de pizza que ficaram colados nas embalagens sextavadas de papelão. Sim, fui conferir meu jogo, eu quero tirar na Mega, eu quero descer pra becê!

Dois pensamentos me atormentam nessas situações: o primeiro é como seria fácil acabar com a miséria e dar dignidade a todos os seres da terra. Dinheiro não falta, é suficiente para terminar com a fome no mundo, umas cem vezes; o segundo é a tradicional e canalha sentença:  “Oferece um trabalho prá essa gente e vais ver que eles não querem trabalhar!”.

Enquanto isso os mega bilionários em frente ao espelho ficam batendo boca e dizendo uns para os outros: “olha bem, o meu é maior que o teu”, e sacodem (ops!) os projetos, as plantas, os croquis com as fachadas das futuras Torres de Babel que, como se sabe, jamais alcançarão o Céu.

Acho que vou descer prá becê.

Mas... quanto tá o milho verde lá, hein?

_______________________________ 

(*) Luiz Carlos Vaz é Jornalista, Fotógrafo, Escritor e Editor deste Blog

24 de dezembro de 2024

Meus Livros Impossíveis – 6

 

Foto L.C.Vaz

                                          

                                                                          Para Vera, Gleide e Hamilton

 

"Se é Bayer é Bom!"

 

Luiz Carlos Vaz (*)

 

Eu sei, eu sei, eu mesmo vivo dizendo “eu minto muito (mas tem livros que, realmente, só eu tenho!) ...mas sempre mostro as provas!

E esta semana a coleção dos “impossíveis” aumentou! A Vera me ligou dizendo que tinha uma coisa muito antiga para me dar... Nem lembro se cheguei a colocar os sapatos e a camisa, mas em cinco minutos eu já estava lá no portão da casa dela gritando “Tu tá aí, Zeferina?” (**).

 E estava ali, dentro de uma sacolinha de matéria, o meu presente!

 

Aqui um breve espaço para uma propaganda de Cafiaspirina

                 O rádio sempre foi um companheiro fiel de todas as nossas horas. Mas foi através da leitura da Revista Sesinho que conhecemos a literatura no universo infantil. Muitas fábulas, jogos, e diversas atividades lúdicas chegaram até nós pela criação de Vicente Guimarães - o Vovô Felício, o escritor mineiro que, incentivado por Guimarães Rosa, criou, entre outras coisas, a revista, que seria dedicada aos filhos dos trabalhadores da Indústria, pertencentes ao SESI – Serviço Social da Indústria, e que “teria como objetivo formar a consciência da futura classe trabalhadora, cujos valores deveriam estar centrados na disciplina, na moral, na família, no progresso, no trabalho e na religiosidade, criando uma imagem de mundo idealizada e sem conflitos” (SIC). (Bah! Aí é sem comentários, pois o tema é outro.)

                 Num concurso para esses jovens, meus irmãos – que já estavam na escola, incentivados pela nossa Mãe, resolveram participar! E não deu outra! Minha irmã acabou recebendo pelo Correio como prêmio o livro de Vicente Guimarães, Anel de Vidro! (***).



                 Foi o primeiro livro de poesias que eu conheci! E era para “crianças” – ou quase. Fora isso, já conhecíamos a Seleta em Prosa e Verso,  de Alfredo Clemente Pinto, uma antiga edição de 1883, que o nosso Pai seguido lia para nós, ou fazia “ditado” de vários trechos para que os que já sabiam escrever “treinassem a caligrafia”...

                 Conversamos um bom tempo sobre literatura, autores e livros... trocamos dicas, e depois fui para casa correndo, encantado – nos dois sentidos - com o presente.



O livro tem prefácio de Malba Tahan e várias dedicatórias

                 Depois, em casa, folheando a edição de 1956 do Anel de Vidro, pude ver dois carimbos dos quais eu não lembrava, ou nem sabia; em um se lê “Prêmio da Revista Sesinho” e no outro “Oferta de Cafiaspirina, Símbolo da Confiança”. Lembrei na mesma hora o famoso jingle do rádio quando se ouvia a máxima “Se é Bayer é bom!”



                 Nas páginas do “Anel” há muitas marcações a lápis, feitas pela Gleide, quando estava cursando a Escola Normal, apontando temas dados, certamente, por alguma professora de Português...


 

O importante é que, ao contrário d“O anel que tu me deste, era de vidro e se quebrou”, o livro permaneceu quase intacto, e agora está comigo, lembrando “A ditosa infância minha era curta e se acabou.”



Será? Não creio...

__________________

 

(*) Luiz Carlos Vaz é Jornalista, Fotógrafo, Escritor e Editor deste Blog

(**) Quando eu, com três ou quatro anos, “fugia de casa”, ia até a vizinha ao lado, que tinha uns cachorros enormes e brabos, e gritava lá da frente: “Tu tá aí, Zeferina?” Isso virou piada na família, até hoje.

(***) O Hamilton ganhou o livro Vida de Rua, creio que também do V.G.  Mas isso é assunto para outro dia...  

13 de dezembro de 2024

Para Roma com amoя

 

Foto LC Vaz


Luiz Carlos Vaz (*)

Nunca fumei! Não passei de umas tragadas nuns “Marrocos 10”, quando tinha uns 12 anos... Aquelas tragadas foram intragáveis, e nunca mais tive vontade de fumar nada, muito menos o material do Verão da Lata. Mas sempre tive um fascínio pelas propagandas de cigarro. E nem falo do Homem de Marlboro, sou mais antigo, e quem me seduzia era a índia sorridente dos Cigarros Eldorado... Claro, que o cinema se encarregava de mostrar os cachimbos dos detetives inteligentes, além da boca do Sr. “Bond, James Bond”, com aquele cigarro que balançava enquanto ele falava... Nada me fez mudar minha vontade, e continuei um não fumante. Apreciava mesmo era a estética da coisa toda.


Imagens da Internet


Quando me aposentei o pessoal brincava dizendo: “quem para de trabalhar tem começar a criar abelhas, fazer curso de pintura ou fumar cachimbo...”

Optei pelo cachimbo. Até mandei fazer um, igual ao do Van Gogh, por um artesão brasileiro que, por incrível eu pareça, mora no sul da França, chamado Eder Mathias, e que está por lá há tempos. Trocamos ideias e desenhos por e-mail (que era o que havia na época), e ele fez um cachimbo único, com meu nome e tudo, e com direito a acompanhar o passo a passo daquela sua obra de arte.


Foto LC Vaz


Daí foi um festival de charutos e cinzeiros raros, como um que pertenceu ao Hemigway, que o Hillal me deu - para fazer companhia à sua máquina de escrever, que ele também me presenteou(**); um exclusivo feito pela Suzana... outro feito com a técnica de marchetaria, pelo David Conde... e na minha viagem à Ilha comprei, claro, uma caixa de Cohiba, pois já estava dividindo os cachimbos com os “puros”...

E eis que esta semana o Alfonso veio me visitar e me deu de presente um cinzeiro, vindo diretamente de Roma, e que estava com Dona Jovelina, sua mãe, há mais de 50 anos...


Foto LC Vaz


Daí eu já nem sei dizer o que é melhor, se degustar, na maior calma, "uns puros", ou se ter amigos assim tão queridos...

_________________

(*) Luiz Carlos Vaz é Jornalista, Fotógrafo, Escritor e Editor deste Blog

(**) https://velhaguardacarloskluwe.blogspot.com/2019/06/a-maquina-de-hemingway.html

 

7 de dezembro de 2024

Meus Livros Impossíveis - 5

Foto LC Vaz

 

No caminho com Maiakóvski


Para Eduardo Menezes

Luiz Carlos Vaz (*)

 

    Quem não conhece o poema - ou o trecho mais divulgado - de “autoria de Maiakóvski”, que atire a primeira estrofe! “Na primeira noite eles se aproximam/ e roubam uma flor do nosso jardim./ E não dizemos nada./ Na segunda noite, já não se escondem;/ pisam as flores,/ matam nosso cão,/ e não dizemos nada./ Até que um dia,/ o mais frágil deles/ entra sozinho em nossa casa,/ rouba-nos a luz, e,/ conhecendo nosso medo,/ arranca-nos a voz da garganta./E já não podemos dizer nada...”

    Esses versos foram usados nos anos sessenta, setenta... nas aberturas e encerramentos de reuniões das mais diversas categorias; fizeram parte de declarações de amor em cartas apaixonadas, foram epígrafes de manifestos, dissertações e teses, foram recitados e gritados aos quatro cantos quando a cultura vivia sob o covarde jugo da censura prévia - e pós-criação. 

    Mas... o autor não é Maiakóvsk! 

Foto LC Vaz


    Não? Então quem é o autor do famoso poema? 

    Pois foi um brasileiro, Eduardo Alves da Costa, que aos 27 anos, escreveu o famoso poema “No caminho com Maiakóvski”. Ele estava sentado em um banco, na Praça da República, no centro de São Paulo, quando teve a ideia. Imaginou a conversa com o poeta russo que tanto admirava e começou a rabiscar numa folha de papel. Chegando em casa, organizou as ideias, e redigiu a versão final do poema. “No caminho com Maiakóvski, que já rodou o mundo de inúmeras formas, é um sucesso e uma maldição. Chamou a atenção para essa poesia em particular, mas ocultou toda a minha obra”, disse ele em uma entrevista. 

    Eu ainda estava na Faculdade, nos anos setenta, era assinante do Círculo do Livro quando, curioso ou surpreso, escolhi no catálogo da quinzena, No caminho com Maiakósvki, de autoria de Eduardo Alves da Costa. Esse Eduardo deve ser um crítico literário, imaginei eu! Não era. Ele era o autor do poema de 87 estrofes, atribuído ao russo Владимир Владимирович Маяковский, mais conhecido aqui por Vladimir Vladimirovitch Maiakóvski. Ou somente Maiakóvski.

    Hoje, aos 78 anos, Eduardo Alves da Costa tem vários livros publicados entre poemas, contos, romances, além de cinco textos para o teatro. Neste ano de 2024 lançou seu mais recente trabalho, o romance “Tango, com violino”, pela editora Tordesilhas.

Foto LC Vaz


______________________

(*) Luiz Carlos Vaz é Jornalista, Fotógrafo, Escritor e Editor deste Blog

2 de dezembro de 2024

Naquele dia a taça foi minha!

Arquivo do Autor


 Alexandre Bauken
(*)

Vaz,

segunda, na academia, o assunto é futebol.

Me concentro nos exercícios e fico lá, alheio daquele mundo que desconheço.

Mas li Vaz!

E na segunda seguinte, como que não querendo nada, perguntei - “aquela taça que foi roubada, como era mesmo o nome?”

Três responderam em uníssono.

-Jules Rimet.

-Roubaram e desapareceu, completou um deles.

Daí entrei com conhecimento de causa.

-Roubaram não uma, mas duas vezes!

E completei sem dó, em uma das vezes foi achada por um cachorrinho chamado Pickles, semienterrada em um jardim londrino. Foi um gol de placa canino.

E não dei margens para pano de manga. Desatei a falar que a primeira Copa do Mundo foi em 1930, sediada no Uruguai em homenagem ao centenário da independência e por ter sido bicampeão olímpico, etc.

E que construíram um estádio ultra moderno, que vi com meus próprios olhos (mentira, mas apresentei provas contundentes) e se consagrou o primeiro Campeão Mundial de Futebol em casa, com a sua Celeste.

E como um gaúcho de Jaguarão, o Schlee, que foi amigo de um amigo (literário) meu, criou a camisa Canarinho com tintas contrabandeadas do Uruguai.

E de como... e fui versando minha pretensa cultura futebolística de leitor de um livro só.

Foto LC Vaz

O livro do Vaz, A Taça do Mundo é Nossa!

Na próxima segunda, volto a ser o fisicultor compenetrado, quieto, só ouvidos!

Mas naquele dia a taça foi minha!

Até que, dá-lhe Vaz, outro livro!

______________________

(*) Alexandre Bauken é Dentista, Professor de História por um breve tempo, leitor voraz e escritor diletente. Mora em Santa Rosa e participou com um artigo no livro Algumas Muitas Ideias Sobre Alfabetizalçai Literária, lançado em 2024 na 50ª Feira do livro de Pelotas, organizado pela Professra Dra Cristina Rosa.

30 de novembro de 2024

Meus Livros Impossíveis – 4




O Magnicida Manço de Paiva


                                               Para minha Mãe, in memoriam

Luiz Carlos Vaz (*)

                Prometi à minha Mãe - quando descobri a verdade, fazer de tudo para que a sua cidade natal um dia volte a se chamar Cacimbinhas. Foi lendo o livro do colega jornalista Edmar Morel, que descobri que Manço de Paiva não era conterrâneo dela. E claro, mesmo que fosse, foi uma estupidez castigar os moradores de uma cidade por um crime que eles não haviam cometido... Na época estava na moda trocar o nome das cidades assim, só por vontade pessoal, ou por desaforo e até mesmo por castigo; tanto que Nossa Senhora do Desterro também já tinha tido seu nome trocado...

                Na página 98 do seu livro, Memórias de um Repórter, Morel conta que no Diário da Noite conheceu muita gente interessante, muitos notívagos que frequentavam bares ou redações de jornais, e entre tantos, conheceu Manço de Paiva, que já havia cumprido sua pena por ter matado o senador Pinheiro Machado a facadas... “Saí da cadeia arrasado pela tuberculose, porém não me arrependo do que fiz. Nasci em Jaguarão (opa!!) , no Rio Grande do Sul. Sempre fui maragato e na minha juventude só ouvia falar dos degolamentos por ordem de Pinheiro Machado. Nasceu em mim a obsessão de matá-lo, na certeza de que livraria o Brasil de um tirano que, embora não sendo presidente da República, fazia o que queria.”


Foto L C Vaz


Morel conta que um dia levou Manço até a Biblioteca Nacional para ler os jornais de 1915, que fizeram ampla cobertura do julgamento, da prisão e do seu comportamento na cadeia. Ele, por incrível que pareça, recebeu muitas cartas e cartões de felicitações, como um onde se lê “Ao grande patriota que extirpou um cancro da política, os parabéns do povo.”

Foi o intendente provisório de Cacimbinhas, Ney de Lima Costa, que, por decreto, em 30 de outubro de 1915 mudou o nome da cidade: “Considerando que o nome de Cacimbinhas, além de irrisório, nada significa na tradição histórica deste município etc e etc... Resolve: Artigo 1º – Fica mudado o nome do município de Cacimbinhas para o de Pinheiro Machado”. O senador fora assassinado no dia 8 de setembro de 1915 no saguão do Hotel dos Estrangeiros, no Rio de Janeiro.

Tornei esse assunto um dos meus temas de pesquisa e comprei, inclusive, o livro do médico Xavier de Oliveira “O Magnicida Manço de Paiva – aspectos clínico e Médico-Legal de sua psychopathia”. O livro raríssimo, que me custou uma boa grana, é uma publicação de 1928 da Typographia Benedicto de Sousa, Rua do Carmo, 43, Rio de Janeiro. O autor era “Docente e Assistente da Clínica Psychiatrica da Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro e Médico do Hospital Nacional de Psychopatas”.


Foto LC Vaz


Mas, que fique bem claro, apesar de terem “castigado a cidade errada”, não estou sugerindo que troquem o nome de Jaguarão, tá pessoal? E continuo procurando na minha pesquisa a certidão de nascimento do Francisco Manço de Paiva Coimbra.

Quem sabe a colega Claudete me ajuda?

__________________________________

(*) Luiz Carlos Vaz é Jornalista, Fotógrafo, Escritor e Editor deste Blog

26 de novembro de 2024

Meus Livros Impossíveis – 3

 

Foto LC Vaz


Para Amilcar Brum

“Hecho a mano”


Luiz Carlos Vaz (*)


Foi numa edição da Feira do Livro, nos anos 90, em que participei inclusive como “livreiro”, pois era Diretor da Editora da UFPel, que conheci o Amilcar Brum. Amilcar foi companheiro do Pepe, quando dividiu com ele sonhos, ideais políticos e também um certo endereço muito triste, não imaginado por eles, por vários anos... Amilcar trouxe até a Feira, por convite do Schlee - na Época Pró Reitor de Extensão e Cultura da UFPel, além de uma banca de livros, vários escritores uruguaios novos e suas incríveis edições, muitas delas, inclusive “hechas a mano”.

Anagnóricos & Madrigales, por exemplo, o primeiro livro de poemas de Jorge Miguel, é muito interessante, pois reúne além das poesias ilustradas com gravuras antigas, a maioria cópias de litografias em preto a branco, que dão ao livro, impresso em papel amarelo, um tom retrô, para usar um termo atual.


Foto LC Vaz


                Mas o livro que entra na relação dos “impossíveis” – e que foi adquirido em outra ocasião dessa mesma turma, é de um autor nosso, o Sérgio Faraco, que é o patrono desta 70ª Feira do Livro de Porto Alegre de 2024...

Está ali na folha de rosto entre outras informações sobre a publicação da obra: “Primeira Edición. Editado por La Própria Cartonera, em Octubre de 2009, tradución de Pablo Rocca. Agradecimento infinitamente al autor por la autorización de publicación de este texto”.


Foto LC Vaz


Meu exemplar - como todos os outros dessa edição, claro, é uma obra de arte única! Trata-se de uma versão para o espanhol de “La Dama del bar Nevada” (**). Guardo com muito carinho e cuidado este livro que mostra a tenacidade dos escritores e das editoras em publicar, a qualquer custo, suas obras, muitas delas guardadas pelos autores em gavetas por anos a fio.

Amilcar Brum foi responsável por uma grande pesquisa documental histórica no Uruguai, que deu para AGS muitas informações e subsídios para a publicação do Romance Don Frutos, por Edições Ardotempo, em 2010.



Schlee e Amilcar, em Jaguarão. Foto LCVaz

(**) A dama do Bar Nevada, foi editado em Porto Alegre, pela  L&PM, em 1987.


__________________


(*) Luiz Carlos Vaz é Jornalista, Fotógrafo, Escritor e Editor deste Blog