Foto LC Vaz |
Shopping
Aldyr Rosenthal Schlee
Danda. Era como
chamávamos a madrinha do meu pai, Arminda Aymone, minha tia avó. Apesar de ter
nascido em Piratini, era uma jaguarense convicta. Para ela, Jaguarão era o
máximo! Quando éramos guris pequenos e íamos - eu e meu irmão - passar férias
na Cidade Heroica, saíamos em companhia da Danda para passear no fim da tarde,
27 afora (a rua principal de lá, para quem não sabe, é a 27 de Janeiro), para
ver as "casas dos ricos", como ela fazia questão de frisar. Pelas
mãos dela, fomos conhecer o Armazém Oscar Amaro (uma espécie
de supermercado pré-histórico), a piscina do Cruzeiro, o modernoso prédio
do Cine Regente (onde uma vez assisti a um "filme de piratas"
com Errol Flynn) e o recém inaugurado Hotel Sinuelo. Tinha ela fixação por velórios
e enterros, o que aumentava seu orgulho pelo Cemitério das Irmandades, lá de
Jaguarão, no qual, ressaltava com um brilho nos olhos, as cerimônias fúnebres
podiam ser realizadas à noite (era dotado de iluminação).
Arminda Aymone e ARS. Foto arquivo do autor |
A Danda morreu
faz muito tempo. Foi enterrada no Cemitério das Irmandades. De dia.
Lembro-me dela
muito seguidamente, mas hoje especialmente por causa da inauguração do Pelotas
Shopping.
Percebo que está
todo mundo meio Danda nesta quinta-feira. Se ela estivesse viva e fosse
pelotense, estaria com o tal "brilho nos olhos" e, muito
provavelmente, se disporia a, pelas mãos, levar a mim e a meu irmão
até o novo prediozão da Ferreira Viana.
Em homenagem à
Danda (e a todas as "dandas"), evitemos de observar a efeméride sob o
"viés" (expressão muito em voga no meio acadêmico) da
"alienação", tal qual pensada por um certo barbudo alemão do
Século XIX. Relaxemos e gozemos, pois!
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Publicado no Bipolar Flexível
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