Glauco do Brasil
Sapiran Brito
Nos anos 90 dei uma câmera ao meu
filho Zeca, e ele começou a fazer filmes. Quando nosso amigo Glauco Rodrigues
comemorava 70 anos, oferecemos um jantar para ele em nossa casa, rodeados por
amigos artistas, sons e sabores da terra. O Zeca aos doze anos entrevistou o
Glauco, e ali nascia o longa-metragem "Glauco do Brasil", filmado em
Paris, Roma, Veneza, Rio de Janeiro e Bagé.
Glauco Rodrigues com a sua arte
inclassificável, que nasceu no realismo socialista e culminou na Pop Art,
juntamente com seus amigos Glênio Bianchetti, Danúbio Gonçalves e Carlos Scliar
lançaram um modelo econômico possível para Bagé; viver de arte, sobreviver de
uma produção artística. E levaram o nome da cidade por onde foram, nos
engrandecendo.
Quando fui secretário de cultura
criei o Programa Cinema na Fronteira, que realizou mais de 50 oficinas de
cinema em Bagé e região com diferentes professores de todo o Brasil. Recursos
que buscamos lá em Brasília com o Ministério da Cultura que foram aplicados em
dois anos de atividades das oficinas, resultando em mais de 100
curtas-metragens produzidos pela nossa gente.
Acreditamos na transformação cultural
pela linguagem audiovisual e no desenvolvimento social, econômico e tecnológico
que podemos alcançar com a indústria audiovisual. Bagé tem potencial para a
produção local e para atrair recursos de fora, e somente atraindo investimentos
poderemos movimentar nossa economia e crescer.
Durante as filmagens de "O Tempo
e o Vento", enquanto eu era secretário de cultura, Bagé viveu na pele a
Economia da Cultura, foram cerca de 10 milhões de reais, vindos de empresas
privadas, investidos em Bagé e região, movimentando restaurantes, hotéis,
transporte privado, comércio e a construção civil, além do legado da cidade
cenográfica de Santa Fé.
Política que transforma se dá a longo
prazo e precisa de continuidade para mostrar os resultados. Se toda criança
tiver aceso a um computador, uma câmera, um lápis e um livro, teremos uma Bagé
que caminhará junto com o mundo desenvolvido, uma Bagé que prepara seus filhos
para o futuro e para os desafios da economia e da tecnologia.
Glauco Rodrigues levou Bagé consigo,
e sua obra ganhou o mundo.
Nesta noite assintam o Glauco do
Brasil do Zeca Brito, às 22h no Canal Brasil, é Bagé de exportação!
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