DIRCE: “essa foi uma maneira de garantir que eles realmente aprendessem” |
Esta é a novidade na Escola
Estadual de Ensino Médio Carlos Kluwe.
Em um trabalho interdisciplinar
inédito, os estudantes do 2º ano do Ensino Médio estão lançando o primeiro
festival de cinema da instituição, denominado Troféu Carlitos.
Na escola, a ideia partiu de três
membros da instituição, que viram no cinema uma ferramenta valiosa para a
educação. O projeto está sendo coordenado pela professora de Língua Portuguesa,
Dirce Assunção, o monitor, Márcio Mor e a professora de Educação Artística,
Laura Witter.
Tudo iniciou quando os estudantes
começaram a estudar a influência e as características do Realismo nas obras de
arte. Surgiu então a oportunidade de realizar um trabalho interdisciplinar,
apontando também a herança na língua. “Nós não queríamos que eles utilizassem
os métodos convencionais de pesquisa, que não despertam tanto o interesse.
Então sugerimos a ideia dos curtas, que foi bem aceita”, explica Dirce.
Começou então o processo de
preparação para os alunos, que contaram com oficinas de cinema ministradas por
Mor, que participou da produção do O Tempo e o Vento. “Repassei a eles noções
básicas de divisão da equipe, como funciona uma produção. Depois distribuímos
as funções nos grupos, que contaram com todas as funções de uma produção
normal”, conta.
Após a distribuição das funções,
totalizando 20 grupos, os estudantes começaram a trabalhar em cima do roteiro,
que deveria ser original, contendo as heranças do realismo. “Foram abordados
temas como corrupção, inveja, interesse. Essa foi uma maneira de garantir que
eles realmente aprendessem, e não só copiassem as pesquisas da internet, como
fazem muitas vezes”, explica Dirce.
Os estudantes também receberam
instruções sobre os programas que deveriam utilizar na montagem do filme.
“Busquei indicar programas fáceis de utilizar e que não fossem totalmente
estranhos a eles (estudantes). Se eu indicasse um software complicado ou
desconhecido, poderiam ter problemas na montagem”, informa Mor.
A estudante Gabriela Luna, 16 anos,
conta que o trabalho foi uma forma inédita de despertar o interesse dos
estudantes. “Foi uma maneira divertida e proveitosa de entender o Realismo,
pesquisamos muito para conseguir compor os roteiros. Além disso, também
aprendemos muito sobre o processo de criação de um curta-metragem, o que foi
muito interessante”, ressaltou.
Apesar de ser um concurso amador, a
intenção é que a próxima turma consiga inscrever os curtas produzidos para
concorrer no Festival de Cinema da Fronteira. Neste ano não houve tempo hábil,
já que a maioria dos curtas está em processo de finalização.
As premiações também remeterão a um
concurso profissional, contendo categorias de premiações como Melhor
Ator/Atriz, Melhor Direção de Fotografia, Melhor Roteiro, Melhor Filme e Melhor
Direção. Para avaliar os 20 curtas-metragens, foram convidados pessoas de
renome da área de audiovisuais da cidade, como fotógrafos e diretores de
cinema. O troféu que será entregue aos premiados também foi idealizado pelos
próprios alunos, confirmando o vanguardismo da iniciativa.
A exibição dos curtas será
realizado no auditório da escola, entre os dias 4 e 5 de novembro, às 18h30min.
A premiação acontece no dia 10, com a exibição dos filmes vencedores da mostra.
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Um comentário:
Tchê Vaz, vou discordar deste sistema de ensino. Penso que com o ensino que tivemos na nossa geração foi o adequado, pois formou engenheiros, professores, médicos, jornalistas , poetas e outros tantos profissionais de valor imenso para a sociedade. Agora, desse jeito só teremos produtores de filmes e gente de artes, se os alunos não aprendem de outra maneira, é porque algo está faltando nos alicerces, como por exemplo, responsabilidade. Pois na nossa geração quem não estudava simplesmente rodava, e o professor sempre tinha razão, mas agora se o aluno tira nota baixa a culpa é de quem mesmo? Eu fico louco com isso.
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