Uma das mães mais lembradas nos meus
tempos de guri do Colégio Estadual, era a Mãe do Badanha. Esta senhora, que não
conhecíamos, era citada em diversas ocasiões. Se dizia, por exemplo, durante um
jogo: "vai chutar a canela da Mãe do
Badanha"; ou "vai encher a mãe do Badanha"; e numa sabatina: "isso, nem a mãe do Badanha sabe"... e por aí afora.
Hoje, em mais um Dia das Mães,
lembrei dela. Da Mãe do Badanha.
Mas quem foi o Badanha? E mais, quem
foi a Mãe dele? A mãe do Badanha. A tão citada senhora, hoje já caiu no esquecimento
dos mais jovens, pois a quantidade de expressões cheias de “nomes feios” usadas
agora deixariam a mãe dele, a do Badanha, corada. Mudou a linguagem. Com a
mudança veio também a folga para a senhora que deu à luz ao Badanha.
Mas, para esclarecer, afirmo que o Badanha
existiu. É vero! Não sei ainda seu primeiro nome. Só o sobrenome, Badagna. Mama mia, o danado era oriundi.
De Badagna, virou Badanha. Jogou em
Porto Alegre, no Grêmio, na temporada de 1943. Reza a lenda que sua mãe era
quem fiscalizava os contratos, e toda papelada passava primeiro por ela. A mãe
do Badagna era uma legítima mama italiana. Capisce?
Mas nem era para tanto, pois o Badagna fez carreira curta do Tricolor. Ele era
um center-half mediano, e em seguida
já estava em casa aiutando la madre a fare gli spaghetti di Domenica.
Mas, durante o tempo em que esteve contratado,
ela reclamava tanto, de tudo, que o pessoal da diretoria, das finanças, já dizia para todos que reclamavam
alguma coisa: Ora, vai reclamar para a mãe do Badanha!!
Um abraço a todas as mães em mais
este Dia das Mães.
Inclusive para a Madre di Badagna. (Non
importa il posto).
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Fonte: vários sites sobre a história do GFPA
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7 comentários:
Muito bom. Eu também varias vezes citei a referida senhora. Rs
Olhaí, Anônimo, obrigado por ler e comentar aqui.
Um abraço.
Muito ouvi citações a tal senhora em minha meninice em Bagé. Depois, o Badanha deve ter deixado o futebol e, assim, veio o natural esquecimento e, como falas, novas e mais ferinas expressões tomaram lugar dessa citação que inocentemente pretendia ofender... tsc... tsc... Bons tempos aqueles em que apenas se lembrava da mãe do pobre Badanha ao ofender alguém...
Lindo texto!! Impossível não rir ao fazer a leitura!
Forte abraço!
Vaz, quando abri o blog e vi a postagem, fiquei admirado com o teu resgate dessa expressão, usual nos tempos de ouro do Estadual. Era a mãe que faltava homenagear! A Mãe do Badanha, lembrada no Dia da Mães, ficou com tamanho impacto que logo pensei: nem precisa de texto, já está tudo pronto no próprio título. Como se fosse a legenda de uma ilustração. Mas, claro, o texto foi ótimo para mostrar a origem desse dito popular e para esclarecer que "a referida genitora" (como diria um repórter de rádio ou jornal na época!) realmente existiu!
Pois, guris e gurias aqui do Sul, saibam que essa senhora, mãe de um jogador, era mais citada que a mãe do Juiz, quebrando a hierarquia! E bons tempos em que o xingamento dessas duas "malfaladas" mães eram o máximo de violência que acontecia nos jogos.
Quem sabe não resgatamos de vez essa expressão, trazendo de volta a "Mãe do Badanha" para os estádios?
Hamilton, esse é mais um caso do título que vem pronto. Lembrar dela não era suficiente, achar foi uma grata surpresa. Agora, esperar para publicar só nos Dia das Mães... não teve preço.
Um abraço
Vaz
Vera Luiza, pois até para mim foi uma surpresa encontrar essa senhora - e seu filho - tão popular no "nosso tempo". Vou agora a cata do primeiro nome do Badagna.
Um abraço,
Vaz
A referência à Mãe do Badanha era, por vezes, acompanhada por um adjetivo xulo.
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