17 de março de 2015

O cultivo do arroz em São Gabriel no ano de 1930 registrado por Izaias Evangelho



Algumas imagens da exposição


O cultivo do arroz em São Gabriel em 1930 na visão de Izaias Evangelho

Acervo da Sra. Eulália Salgado Leitão


A exposição será inaugurada dia 17 de abril no Museu Nossa Senhora do Rosário Bom Fim


Por Gerson Luis Barreto de Oliveira (*)


Admirar o acervo da Sra. Eulália Salgado Leitão é saber da importância de preservar a memória, contribuir para o futuro mostrando às futuras gerações como foi a gênese de toda a atividade, das mais comuns e mundanas até os grandes atos que regem uma nação.


D. Eulália além de admirável ser humano era uma filha carinhosa que cuidou do álbum do pai, Nabor Salgado. Ele, um visionário, quis registrar a incipiente modernização do cultivo do arroz através das lentes do fotógrafo Izaias da Silveira Evangelho, na então moderníssima Fazenda do Campestre, aqui no município de São Gabriel.


O Rio Grande o Sul até meados da segunda década do século anterior sabia produzir um único produto, o charque.


Estado conflagrado por guerras e revoluções foi pacificado pelo Acordo de Pedras Altas, firmado após a Revolução de 1923, entre Borges de Medeiros, e o gabrielense Joaquim Francisco de Assis Brasil, no castelo de sua propriedade na localidade de Pedras Altas.


Borges de Medeiros ficava impossibilitado de se reeleger, e na eleição seguinte ( 1928 ) surgia a figura de Getúlio Vargas, eleito com praticamente totalidade dos votos do Rio Grande.


Já era um homem de visão diferenciada frente ao mundo que se modificava cada vez mais rápido, procurou implementar novas fontes de produção no estado, como o arroz e trigo, trouxe técnicos para alavancar a produção, tudo isto enquanto planejava se candidatar à Presidência da República, nas eleições que seriam em 1930.


A São Gabriel da época tinha uma pujança invejável, alguns proprietários rurais seguiram o exemplo de Nabor Salgado trazendo o milenar cultivo do arroz para que este se tornasse o principal pilar da nossa economia, gerando trabalho e renda.


Histórico:

A visão comumente aceita é que o arroz foi cultivado primeiro na região do vale do Rio Yangtzé na China. Em 2011, um trabalho conjunto da Universidade de Stanford, da Universidade de Nova York, da Universidade Washington em St. Louis e da Purdue University forneceu a evidência mais forte de que existe apenas uma única origem de arroz cultivado, a do Vale do Yangtzé.


A produção de arroz em Portugal começou a ser documentada nos primeiros anos do século XVIII. Embora se cultivasse muito antes nas regiões do Sul e como herança dos Muçulmanos, só a partir desta data houve registros da presença do cereal nas zonas limítrofes do estuário do Tejo.


Arroz e presunto foram os alimentos que os portugueses deram aos índios, ao chegarem aqui no ano de 1.500, como informa Pero Vaz de Caminha em sua famosa carta.


No Brasil, as notícias sobre cultivo do arroz remontam ao início da colonização, em especial na Capitania de São Vicente (1530-1540). Mais tarde o produto se espalha por outras regiões do litoral e, especialmente, no Nordeste brasileiro. Em todos esses locais, são pequenas lavouras, para subsistência.


Com a abertura dos portos por D. João VI, em 1808, é que o cereal começou a ser importado para o país, fazendo sucesso a ponto de modificar os hábitos alimentares da população da época: o angu e a batata doce, que eram os alimentos mais consumidos no Brasil, cederam então lugar ao recém-chegado cereal.


Auguste de Saint Hilaire, em sua viagem realizada nos anos de 1820/21 ao Rio Grande do Sul, atual estado maior produtor de arroz, já fala da ocorrência de lavouras desse cereal. Vários autores citam os colonos alemães de Santa Cruz do Sul e Taquara como os introdutores da cultura no estado, sempre em pequenas lavouras, em estilo colonial.


Em 1904, no município de Pelotas, surge a primeira lavoura empresarial, já irrigada. Depois, a cultura chegou a Cachoeira do Sul e, a partir de 1912, teve grande impulso, graças aos locomóveis, veículos movidos a vapor produzido pela queima da lenha. Os locomóveis acionavam bombas de irrigação, o que facilitava a inundação das lavouras de arroz.
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Gerson Luis Barreto de Oliveira

Associação Amigos do Museu N.S. Rosário Bom Fim

2 comentários:

Unknown disse...

Amigo Vaz

Uma correção, a linda exposição abre em um mês, no dia 17/04.
Obrigado por mais uma divulgação, abraço.
Gerson Oliveira

Luiz Carlos Vaz disse...

Obrigado, Lenise. Corrigido.
Vaz