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Pegue uma canção triste e torne-a melhor
Yestarday, o filme
Luiz Carlos Vaz (*)
No fundo o filme Yesterday é apenas
mais uma história de amor. Como assim “apenas mais uma história de amor?”
Sim, é! Mas é uma história de amor
com muitas referências a outros filmes, outros momentos, do cinema e da arte, para
poucos entenderem, alguns apreciarem e para todos curtirem. Ed Sheeran ao
perceber o talento de Malik relembra Amadeus, do Milos Forman, dizendo a ele “eu
sou apenas Salieri, você é Mozart”. E não só a memória dos Beatles que desapareceu
após o blackout mundial, a Coca Cola também sumiu do planeta!!! Em uma cena com
Rocky ele faz referência a vontade de fumar um cigarro, ao que o “assistente”
responde perguntando o que é cigarro? Muito humor britânico ao “escolherem”
no cardápio da lanchonete fish and chips... e a precisão inglesa, também
por parte de Rocky, ao cronometrar com detalhes de segundos o tempo que ainda
sobrava a eles na gare. No rastro do “desaparecimento da memória dos Beatles”,
some também da pesquisa Google o grupo Oasis... mas qual jovem se lembrará que
em 1966 Noel Gallagher disse que o disco Definitely Maybe mostravam que sua
banda era maior que os Beatles?
Mas Yestarday é uma história de amor...
o amor entre Malik e Ellie, que começa aos dez anos de idade, que os transforma
em “irmãos”, e é a barreira conservadora para que ele não floresça nos
primeiros cinco minutos do filme... Yesterday vai atropelando um pouco nossa emoção
por não dar tempo para curtir completamente as músicas que vão compondo a
trilha sonora e vão saltando aos pedaços. A apresentação “pela primeira vez” de
Let it be, “como se fora um privilégio dado para apenas para três pessoas
assistirem Leonardo pintando Mona Lisa”, se transforma em comédia quando o pai
diz, para desespero de Malik, “pule a introdução, eu já ouvi três vezes...”
Quando uma empresária caricata de
L.A. perceba o possível sucesso de Malik, e o leva aos EUA, onde, no estúdio,
rejeita todas as músicas efetivamente de sua autoria, como Summer Song, (ela também só gosta de “Beatles”)
Malik começa a ter pesadelos com medo de ser descoberto mundialmente como um
enganador... mas seu intuito é de apenas manter a verdade da célebre frase: “o
mundo seria bem pior sem o Beatles”... É John, um pintor recluso morando numa
casinha à beira da praia, já com 78 anos... que aconselha Malik,
Diga a ela
que a ama! Só isso.
Para quem já não aguenta as
trapalhadas de Jack Malik, ao final, Hey Jude, com seus generosos seis, oito ou dez minutos, mostram os extensos créditos do filme e nos colocam de volta aos anos
sessenta....
Hey, Jude
Hey, Jude, não fique mal
Pegue uma canção triste e
torne-a melhor
Lembre-se de deixá-la entrar em seu coração
Então você pode
começar a melhorar as coisas
Hey,Jude, não tenha medo
Você foi feito para ir lá
e conquistá-la
O minuto que você deixá-la debaixo da sua pele
Então você pode
começar a melhorar as coisas
E qualquer vez que você sentir dor
Hey, Jude, vá
com calma
Não carregue o mundo nos seus ombros
Você bem sabe que é tolice
De
quem lida com isso com indiferença
Por deixar este mundo um pouco mais frio
Na
na na na na na na na
Hey, Jude, não vá me desapontar
Você a encontrou, agora vá
e a conquiste
Lembre-se (Hey, Jude) de deixá-la entrar em seu coração
Então você
pode começar a melhorar as coisas
Então coloque para fora e deixe entrar
Hey,
Jude, comece
Você está esperando por alguém com quem realizar as coisas
E você
não sabe que essa pessoa é exatamente você?
Hey, Jude, você vai fazer!
O
movimento que você precisa está nos seus ombros
Na na na na na na na na
Hey,
Jude, não fique mal
Pegue uma canção triste e torne-a melhor
Lembre-se de
deixá-la debaixo de sua pele
Então você começará a melhorar as coisas
(melhorar, melhorar, melhorar, melhorar, oh!)
Na, na na na na na, na na na, Hey,
Jude
Na, na na na na na, na na na, Hey, Jude
(*) Luiz Carlos Vaz
jornalista e editor deste Blog
jornalista e editor deste Blog
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