30 de novembro de 2024

Meus Livros Impossíveis – 4




O Magnicida Manço de Paiva


                                               Para minha Mãe, in memoriam

Luiz Carlos Vaz (*)

                Prometi à minha Mãe - quando descobri a verdade, fazer de tudo para que a sua cidade natal um dia volte a se chamar Cacimbinhas. Foi lendo o livro do colega jornalista Edmar Morel, que descobri que Manço de Paiva não era conterrâneo dela. E claro, mesmo que fosse, foi uma estupidez castigar os moradores de uma cidade por um crime que eles não haviam cometido... Na época estava na moda trocar o nome das cidades assim, só por vontade pessoal, ou por desaforo e até mesmo por castigo; tanto que Nossa Senhora do Desterro também já tinha tido seu nome trocado...

                Na página 98 do seu livro, Memórias de um Repórter, Morel conta que no Diário da Noite conheceu muita gente interessante, muitos notívagos que frequentavam bares ou redações de jornais, e entre tantos, conheceu Manço de Paiva, que já havia cumprido sua pena por ter matado o senador Pinheiro Machado a facadas... “Saí da cadeia arrasado pela tuberculose, porém não me arrependo do que fiz. Nasci em Jaguarão (opa!!) , no Rio Grande do Sul. Sempre fui maragato e na minha juventude só ouvia falar dos degolamentos por ordem de Pinheiro Machado. Nasceu em mim a obsessão de matá-lo, na certeza de que livraria o Brasil de um tirano que, embora não sendo presidente da República, fazia o que queria.”


Foto L C Vaz


Morel conta que um dia levou Manço até a Biblioteca Nacional para ler os jornais de 1915, que fizeram ampla cobertura do julgamento, da prisão e do seu comportamento na cadeia. Ele, por incrível que pareça, recebeu muitas cartas e cartões de felicitações, como um onde se lê “Ao grande patriota que extirpou um cancro da política, os parabéns do povo.”

Foi o intendente provisório de Cacimbinhas, Ney de Lima Costa, que, por decreto, em 30 de outubro de 1915 mudou o nome da cidade: “Considerando que o nome de Cacimbinhas, além de irrisório, nada significa na tradição histórica deste município etc e etc... Resolve: Artigo 1º – Fica mudado o nome do município de Cacimbinhas para o de Pinheiro Machado”. O senador fora assassinado no dia 8 de setembro de 1915 no saguão do Hotel dos Estrangeiros, no Rio de Janeiro.

Tornei esse assunto um dos meus temas de pesquisa e comprei, inclusive, o livro do médico Xavier de Oliveira “O Magnicida Manço de Paiva – aspectos clínico e Médico-Legal de sua psychopathia”. O livro raríssimo, que me custou uma boa grana, é uma publicação de 1928 da Typographia Benedicto de Sousa, Rua do Carmo, 43, Rio de Janeiro. O autor era “Docente e Assistente da Clínica Psychiatrica da Faculdade de Medicina da Universidade do Rio de Janeiro e Médico do Hospital Nacional de Psychopatas”.


Foto LC Vaz


Mas, que fique bem claro, apesar de terem “castigado a cidade errada”, não estou sugerindo que troquem o nome de Jaguarão, tá pessoal? E continuo procurando na minha pesquisa a certidão de nascimento do Francisco Manço de Paiva Coimbra.

Quem sabe a colega Claudete me ajuda?

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(*) Luiz Carlos Vaz é Jornalista, Fotógrafo, Escritor e Editor deste Blog

26 de novembro de 2024

Meus Livros Impossíveis – 3

 

Foto LC Vaz


Para Amilcar Brum

“Hecho a mano”


Luiz Carlos Vaz (*)


Foi numa edição da Feira do Livro, nos anos 90, em que participei inclusive como “livreiro”, pois era Diretor da Editora da UFPel, que conheci o Amilcar Brum. Amilcar foi companheiro do Pepe, quando dividiu com ele sonhos, ideais políticos e também um certo endereço muito triste, não imaginado por eles, por vários anos... Amilcar trouxe até a Feira, por convite do Schlee - na Época Pró Reitor de Extensão e Cultura da UFPel, além de uma banca de livros, vários escritores uruguaios novos e suas incríveis edições, muitas delas, inclusive “hechas a mano”.

Anagnóricos & Madrigales, por exemplo, o primeiro livro de poemas de Jorge Miguel, é muito interessante, pois reúne além das poesias ilustradas com gravuras antigas, a maioria cópias de litografias em preto a branco, que dão ao livro, impresso em papel amarelo, um tom retrô, para usar um termo atual.


Foto LC Vaz


                Mas o livro que entra na relação dos “impossíveis” – e que foi adquirido em outra ocasião dessa mesma turma, é de um autor nosso, o Sérgio Faraco, que é o patrono desta 70ª Feira do Livro de Porto Alegre de 2024...

Está ali na folha de rosto entre outras informações sobre a publicação da obra: “Primeira Edición. Editado por La Própria Cartonera, em Octubre de 2009, tradución de Pablo Rocca. Agradecimento infinitamente al autor por la autorización de publicación de este texto”.


Foto LC Vaz


Meu exemplar - como todos os outros dessa edição, claro, é uma obra de arte única! Trata-se de uma versão para o espanhol de “La Dama del bar Nevada” (**). Guardo com muito carinho e cuidado este livro que mostra a tenacidade dos escritores e das editoras em publicar, a qualquer custo, suas obras, muitas delas guardadas pelos autores em gavetas por anos a fio.

Amilcar Brum foi responsável por uma grande pesquisa documental histórica no Uruguai, que deu para AGS muitas informações e subsídios para a publicação do Romance Don Frutos, por Edições Ardotempo, em 2010.



Schlee e Amilcar, em Jaguarão. Foto LCVaz

(**) A dama do Bar Nevada, foi editado em Porto Alegre, pela  L&PM, em 1987.


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(*) Luiz Carlos Vaz é Jornalista, Fotógrafo, Escritor e Editor deste Blog

 

23 de novembro de 2024

Meus Livros Impossíveis – 2

 

Foto LC Vaz

O Cometa - Profecias de Nostradamus

Luiz Carlos Vaz (*)

Aos meus colegas do “Estadual”

 

Um dos professores mais marcantes do nosso Colégio Estadual de Bagé, nos anos sessenta, foi sem dúvida o Antonio Gomes. Antonio Rodrigo Vaz Gomes era professor de Física. Cabelo vermelho, sempre vestindo terno e gravata, sisudo ao máximo, muitas vezes levava seus alunos ao laboratório para aulas práticas e quase enlouquecia. Mas também era uma ótima companhia nos pic-nics que seguidamente as turmas faziam ali pela Arvorezinha e até arriscava acordes num violão. Muito tempo depois de ter saído de Bagé, comprei em um sebo por “10.000” Cruzados Novos um livro de sua autoria. Creio que não é sua única produção literária, um colega que já não lembro, me informou que ele já havia publicado outras obras sobre diversos temas.

O Cometa - Profecias de Nostradmus, é uma edição de 1986 da CECOM – Departamento de Artes Gráficas da FUnBa. O texto do Professor Antonio Gomes analisa as profecias de Nostradamos com relação à passagem de Cometas diversos, e as profecias e sonhos prevendo catástrofes, todas, aliás, frustradas. Fala dos sonhos de Jacob, de José, do Papa Pio X...

Foto LC Vaz

O livro traz também uma pequena biografia de Nostradamus, suas profecias “comprovadas pela história” e uma relação enorme das “centurias” – no original em francês, relacionando sempre à passagem do Cometa Halley, que acorre a cada 75-76 anos. A maioria de nós pôde assistir sua passagem pelo céu no ano de 1986. Lembro que junto com o Joaquim Pinho e o Sadi Sapper, eu frequentava um curso de pós-graduação pra professores de Jornalismo na PUC, e num domingo, quando estávamos voltando de Porto Alegre, paramos à beira da BR 116 para apreciar o rabo do Cometa...

Arquivo LC Vaz

A Besta do Apocalipse não poderia faltar nas linhas incríveis do livro do professor Antonio Gomes. Ele escreve: “A sociedade de consumo, a moda, cada vez mais desnuda o homem e a mulher que expõem alienadamente a carne como que movidos por uma força estranha do libido...” “os chefes da igreja abandonarão a verdadeira fé e o amor de Deus, dividir-se-á em três ramos...” “...com a ajuda dos pobres e insensatos, escravos da luxúria estabelecerão a corrupção e o adultério...”

A próxima passagem do Cometa Halley está prevista para o ano 2061.

Preparados?

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(*) Luiz Carlos Vaz é Jornalista, Fotógrafo, Escritor e Editor deste Blog

20 de novembro de 2024

Meus Livros Impossíveis – 1

 

 “Alma e Sentimento”

                

Fotos L.C. Vaz

 

Luiz Carlos Vaz (*)

 Para Fernando Falcão da Silva

                                                                                sobrinho do seu Orobaldo


    Não posso, é claro, me declarar publicamente como um “acumulador”. O Dr. Paulo Sousa, meu personal analista, meu “inimigo mortal declarado” (é ele quem diz isso...) e prefaciador do meu livro A História de Abel, já me liberou dessa classificação. Ufa! Mas o fato é que imagino mesmo que só eu tenho guardado alguns livros raros e outras coisas, que talvez só tenha acervo semelhante no Museu do Louvre! Mas lá isso é phynno, é cultura, é preservação da memória. Já eu... não passo de um juntador de coisas materiais, não acredito, por exemplo, em “armazenamento em nuvem”, pois sigo o Hermes Aquino que disse “nuvem passageira com o vento se vai...”

    Em épocas de Feira do Livro eu fico furungando as prateleiras, as caixas e os puxadinhos aqui da minha “acumulação” e acho cada coisa, como o raro (claro que o que se encontra nas livrarias não conta) livro do Heinrich Bunse, sobre o “modo de falar” de São José do Norte; há pouco conversava com a Lorena sobre uma declaração do Caetano sobre a palavra “coisa” e lembrei do livro do Bunse. Por incrível que pareça o IEL não colocou a data na edição... mas se sabe que é do tempo em que o Amaralzinho era governador do RS, e a Lorena ainda nem era nascida...


L.C.Vaz


    Mas eu quero falar hoje, para inaugurar essa série sobre Meus Livros Impossíveis, que pretendo escrever até o ultimo dia desta nossa 50ª Feira, sobre o “livro do Seu Orobaldo”.

    Só quem é - ou foi da UFPel, e das antigas, conheceu o seu Orobaldo Gonçalves da Silva que, entre outros parentescos, era tio do nosso colega Fernando Falcão.  Só a vida do seu Orobaldo daria uns dez volumes... Ele foi, inclusive, jóquei ali no Prado. Nos “programas impressos” distribuídos antes das corridas, com o número do páreo, nome do cavalo e a cor da blusa, o seu nome era grafado como “O.Silva”, o que lhe rendeu o apelido de Zero Silva...

L.C.Vaz

    Mas eu quero é falar de literatura. O livro que só eu ainda preservo é o “Alma e Sentimento”. Quem possuir outro exemplar guardado, que atire o primeiro livro. Digo, a primeira pedra”. Trata-se de um conjunto de 25 poemas, distribuídos em 91 páginas, todos no linguajar simples, no melhor estilo gauchesco, como o recolhido há mais de um século por Simões Lopes Neto. Ele foi prefaciado pelo querido e saudoso professor Enrique Salazar Cavero, e foi impresso de forma simples, no ano de 1983, e está autografado para mim.

    Anotei depois a lápis, como sendo no dia 25 de maio de 87. Poderia ser do mesmo ano do lançamento, 1983, mas, como se diz, “vale o que está escrito”, mesmo que tenha sido com um lápis. 

    Esse, como todos os outros livros meus, estão à disposição de vocês mas “só para consulta local”, pois como alguém já disse: “Tolo é quem empresta livros. Porém, mais tolo é quem os devolve”.

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(*) Luiz Carlos Vaz é Jornalista, Fotógrafo, Escritor e Editor deste Blog

10 de novembro de 2024

50ª FEIRA DO LIVRO DE PELOTAS

 

                                                                                                                            Photo Vaz


Discurso de abertura, por José Luiz Marasco, o Patrono

 

Vivi os dias que antecederam este ato, com imensa ansiedade.

Sentia, em falas de amigos e de conhecidos, uma verdadeira expectativa sobre como seria minha manifestação, no momento da inauguração da 50ª. FEIRA DO LIVRO DE PELOTAS. Poderia ser – e possivelmente fosse – apenas um gesto de simpatia. Desconfiando, porém, que pudesse ser mais do que isso – que fosse autêntico e inusitado apreço por minha palavra – passei a viver esses dias mais recentes com a preocupação de estar à altura – ou à maior proximidade possível – da fala de tantos ilustrados patronos de outras edições deste evento.

A primeira Feira do Livro contou com a palavra do Dr. Mozart Russomano

Simulei, então, em diversos momentos, várias e diferentes abordagens.

O mote escolhido para a 50ª.FEIRA DO LIVRO DE PELOTAS, que explica a homenagem que me foi feita, como Patrono ao lado do Eduardo – “Conectando gerações, construindo o futuro” – pareceu-me, ao final, o melhor tema para minha manifestação.

                               Por professor que fui durante quase toda minha vida, na área das Ciências Sociais e no Direito, estive sempre fazendo a traditio, a entrega do passado às novas gerações para tentar explicar-lhes o presente e iluminar o futuro.

Permitam-me lembrar, neste momento, com muita emoção, que, desde há algum tempo, PROFESSOR E PAI, fiz uma especial entrega à polis. Entreguei à vida pública um cidadão de caráter reto e de insuspeitadas virtudes cívicas, o meu filho Eduardo, cuja formação tenho o orgulho de haver compartilhado com a Lica.

Desde há algum tempo, porém, deixei de arriscar sobre o futuro e já não tenho muitas certezas sobre o passado.

Atribuiu-se ao ex-ministro Pedro Malan esta frase-pérola: “No Brasil, até o passado é incerto”.

Vivemos, sim, um tempo de incertezas nos dias de hoje, em que, inegavelmente, cresce o que me permito designar como um envolvente “culto à ignorância”, tão comum e tão característico de ideologias totalitárias, que costumam fazer do livro (este “perigoso instrumento civilizatório”!) a sua primeira vítima, como é revelado em tantos momentos de agressão ao pensamento, em tantos casos de “queimas de livros”, que a história registra.

E – sabemos – depois de queimarem-se livros, queimam-se pessoas, como advertiu o poeta alemão Heinrich Heine.

Não foi senão para impor o credo que mais se afeiçoava a seus interesses de dominação, que Constantino, após o Concílio de Niceia, mandou queimar os textos que defendiam a versão do Cristianismo, de Ário.

Foi em razão do obscurantismo religioso que, em Granada, durante a Inquisição Espanhola, foram queimados mais de cinco mil manuscritos árabes.

Na busca da realização de um sonho fácil de sonhar, dos anos de 1920 em diante, a experiência socialista da União Soviética procedeu à queima de livros que expressavam o “pensamento decadente do ocidente”.

Temos, ainda, a lembrança próxima de quando Joseph Goebbels – evocado (não sem surpresa) recentemente por um ex-secretário nacional da cultura –, em 10 de maio de 1933, deu início simbolicamente ao expurgo da inteligência que não servisse aos propósitos totalitários do regime nazista.

Ouviram-se, então – registraram testemunhas presentes ao ato –, frases como estas – "Contra a decadência e a deterioração moral! Pela disciplina e decência da família e do Estado, entrego à chama os escritos de Heinrich Mann, Ernst Glaeser e Erich Kästner, Stefan Zweig, Thomas Mann, Sigmund Freud, Erich Maria Remarque..."

                                                                                               Photo Vaz


A riqueza maior dos livros está em ser o abrigo da palavra, expressão maior da exclusiva jornada de racionalidade da espécie humana sobre a terra.

Lembro-me de que, em sala de aula, alguns alunos, reclamavam de que minhas lições traziam-lhes palavras novas, pouco usadas e, assim, não bem entendidas, de pronto.

Usava de responder-lhes, então, que a palavra, como menor unidade semântica de um idioma, é a expressão de ideias, de pensamentos e de sentimentos e, assim, quem conhece mais palavras, melhor traduz seus sentimentos, elabora com maior facilidade seu pensamento e pode produzir mais e novas ideias. Dizia-lhes, também, que o maior manancial de palavras era encontrado nos livros, na boa literatura.

Por isso, eventos dedicados ao LIVRO, como este que agora é inaugurado, além do aspecto festivo, vejo-os como consagrações à inteligência e à liberdade.

Fui assíduo frequentador das FEIRAS DO LIVRO, desde sua primeira edição. Era, então, um adolescente que, como os do meu tempo, “cometia”, já, sentidas, amarguradas e inconsoláveis poesias. Forrei-me, depois, para minha “Lira dos Vinte Anos”, dos livros da Editora do Autor, que alcançou às prateleiras dos jovens românticos como eu, a poesia de Cecília Meireles (Sei que canto. E a canção é tudo. Tem sangue eterno, a asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo: mais nada), Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Manoel Bandeira, Paulo Mendes Campos (não vou mais sofrer sob as armações metálicas do mundo, como fiz outrora, quando ainda me perturbava a rosa).

Contava, a este tempo, no meu querido Colégio Pelotense, com as aulas do inesquecível professor Aldyr Garcia Schlee, que, entusiasta da literatura e da juventude, generosamente sonhava em fazer de seus alunos grandes escritores.

Tenho certeza de haver ele logrado êxito com um, ao menos: o MÁRIO OSÓRIO MAGALHÃES. (“jogava a tal felicidade de enxurrada à nossa porta e a gente nem sabia o que fazer com ela. Provavelmente ela por muitas noites pernoitou lá fora e nem sequer abrimos a janela”) [*ver nota do Editor ao final do texto]

O livro, o personagem principal deste evento, penetrou profundamente em minha vida.

Através de suas páginas, apaixonei-me por personagens, aprofundei-me em dramas existenciais, naveguei por mares bravios, trilhei caminhos inóspitos, desfrutei paisagens, descobri encantos, conheci misérias, devassei conflitos íntimos, amei perdidamente...

Vivi a vida de tantos... em tantos lugares... em tantos tempos!

Os livros preencheram-me com muitas e variadas preciosidades. Alimentaram em mim, também, uma incessante e sempre insatisfeita curiosidade.

Incapaz de fazer melhor, que fale sobre isso, por mim, o poeta:

“trago dentro do meu coração,

Como um cofre que se não pode fechar, de cheio,

Todos os lugares onde estive,

Todos os portos a que cheguei.

Todas as paisagens que vi através de janelas ou de vigias,

Ou de tombadilhos, sonhando.

E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que quero” 

(Fernando Pessoa)

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[*] trecho do poema Um Rastro, de Mario Magalhães, publicado neste Blog, em 19 de setembro de 2012, por ocasião de seu falecimento
https://velhaguardacarloskluwe.blogspot.com/2012/09/morreu-o-poeta-mario-osorio-magalhaes.html