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A professora Maria Veleda foi quem me apresentou às minúcias da língua de Camões, por quase todo o Ginásio. Pensávamos que, no Primário, após aprender os aumentativos, os diminutivos e o coletivo de camelo, tudo estava resolvido. Mas, já no "terceiro do ginasial", classificar as orações, fazer a análise sintática e conjugar os verbos no "condicional", era uma tarefa bem mais dificil do que saber o que era uma Cáfila. Mas foi a iniciação à literatura o que mais me ligou à professora Maria Veleda. Incentivadora da leitura, lia conosco em aula, nos emprestava livros e nos fez representar alguns episódios do "Sítio", do Monteiro Lobato, numa festa do Estadual. Ela morava na Tupy Silveira, ali adiante do Colégio e, muitas vezes, fui até sua casa pegar livros, que lia - e cuidava muito para não fazer orelha. Não vi mais a professora Maria Veleda. Se alguém a encontrar, diga que "o nome José", da peça do Lobato, manda um grande beijo a ela. O livro do Raul Moreira Léllis foi um dos muitos livros de capa dura que encheram as nossas pesadas pastas, numa época em que ainda não haviam inventado a mochila escolar, e muito menos, as de rodinhas.
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7 comentários:
Oi, Vaz...
Obrigado, por mais essa gostosa lembrança... rs...
Lembro-me perfeitamente da Professora Maria Veleda - personalidade forte, voz firme, pequena, cabelo curto, moreninha, vivaz e ótima professora! Por dois anos, fui seu aluno: numa série, em Português e, noutra, em Latim. Ao ler teu texto, lembrei-me de uma "dica" que nunca esqueci, que ela nos deu num período de Português, ministrando as famosas regras de acentuação gráfica. (Parece-me até que a vejo escrevendo no quadro, daquela forma rápida e enérgica com que o fazia e explicando!)A "dica" era esta: "Pessoa - boa ou atoa - no Brasil, ou em Portugal, não tem acento!" Poxa... Doces Saudades - com certeza!!
Abraço,
JJ!
Tchê Vaz, minhas notas no estudo da língua de Camões, era apenas o necessário, nada mais do que isso quando não faltava, para desespero meu. Mas, porém, todavia, contudo, entretanto onde tinha números eu saia melhor, também não era uma coisa assim, supimpa que notas maravilhosas, mas eu figurava no Top 10 da sala, até porque o esforço que meus pais faziam para que eu tivesse um material bom, eu me sentia na obrigação de recompensa-los.
JJ, colaborando com a nossa memória:
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"Mulher - boa ou à toa,
não leva acento no Brasil
nem em Lisboa"
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Abração, Vaz
Tchê Vaz, as minhas incursões pela língua de Camões, eram digamos muito limitadas, o suficiente para a média,, mas, porém, todavia, entretanto, com os números eu me relacionava bem melhor a ponto de ajudar meus colegas, eu não era um fenômeno, mas fazia parte do top 10 da sala, até porque eu gostava de valorizar o esforço dos meus pais, pois não me faltava nada que a escola pedisse, ou que eu precisasse.
Bah! Gerson... os números... eles nunca gostaram muito de mim!
No 2º científico (1965), a professora Maria Veleda fez um exercício de leitura e interpretação do livro "Vidas secas", de Graciliano Ramos. Na época, é claro, pareceu um trabalho enfadonho. Mais tarde, porém, a releitura mostrou a importância da obra.
Taí, Olmiro, mais um ponto para a Professora Maria Veleda!!!
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