13 de maio de 2012

O avental todo sujo de ovo!


A primeira vez que ouvi falar em Dia das Mães uma música tocava sem para no velho rádio Orbiphon lá de casa, no tempo em que morávamos na Chácara do Fermino, em Bagé. Era "Mamãe", com Ângela Maria (ou seria Dalva de Oliveira?). A letra lembrava um tempo em que ser mãe era padecer no paraíso. Pequeno ainda, me emocionava com a parte que falava no "avental todo sujo de ovo", embora nunca tivesse visto minha mãe -padecendo no paraíso- com um avental sujo de ovo ou qualquer outra coisa. Não entendia também por que muitos colegas do Colégio Santo Antônio não tinham mãe. E tinha pena deles. Mãe -que padece no paraíso- é aquela que faz pão como ninguém, que, de madrugada, levanta para ver se estamos bem cobertos nas noites frias, que abotoa nosso tapapó branco e engomado, que enrola duas fatias de pão com mel e manteiga para a hora do recreio, que não dorme enquanto eu não chegar e, certamente, estará, tarde da noite, passando roupa com o avental todo sujo de ovo.

Para a minha -e todas as outras Mães - Âgela Maria cantando Mamãe.
.
 

.

Nenhum comentário: