17 de julho de 2013

O Inverno de Dom Diogo, 202 anos depois

Dom Diogo de Souza acampou às margens
do Passo do Príncipe em julho de 1811...

... para descansar sua tropa, consertar alguma coisa
e esperar passar...

... os rigores do inverno pampeano que branqueava campos...

... e congelava sangas e arroios.

Mas, ao receber ordem da corte portuguesa
de partir para a Banda Oriental,

... deixou muita gente acampada por lá,
onde até os animais sentiam frio,

... pastos viravam espinhos de gelo...
... e árvores ornamentavam - com a poética geada -
o lugar que receberia o nome de
BAGÉ.

Hoje, no aniversário de 202 anos de Bagé, republicamos o texto do Hamilton, de 2010, que demonstra como um inverno rigoroso pode servir como fato gerador de várias coisas, inclusive de fundação de uma cidade. Quando passarmos outra vez pelo Passo do Príncipe, vamos tentar imaginar Dom Diogo com sua tropa, sua gente, sua família, seus animais... ali, na beira desse arroio, onde outras garças, joãos-grandes - e outros guris como o Hamilton - já pescavam lambaris e carás há mais de duzentos anos...

As fotografias, feitas pela Clara Marineli, foram tomadas na região de Palmas, em dias de inverno rigoroso, como aquele, de 1811.

O Inverno de Dom Diogo

"Quando eu era guri, nos anos 50, minha família morou em uma chácara que existia no final da rua Gomes Carneiro, o número era 852. Distante apenas algumas centenas de metros, está o Passo do Príncipe, que fica na Rua do Acampamento, aquela rua que leva aos Cerros de Bagé. O arroio que passa ali ainda tinha águas transparentes e era cheio de lambaris e carás, que serviam de pesca para garças, joão-grandes e para os guris. Entrar na água do arroio, no fundo da chácara, era uma grande e perigosa diversão.

No início do inverno de 1811, o exército de Dom Diogo de Souza esteve acampado ali, na beira desse arroio, aguardando uma melhora no rigoroso inverno da região para prosseguir sua marcha. Foi então que no dia 17 de julho, uma quarta-feira, D. Diogo, cumprindo ordem da coroa portuguesa, partiu em direção aBanda Oriental del Uruguay (que depois seria o Uruguai, independente), tentando conter as constantes invasões dos espanhóis. Ficaram alguns militares, suas famílias e mais algumas pessoas, nesse acampamento, começando dessa maneira a nascer Bagé. Passaram-se 199 (*) invernos. O frio, que é a marca da nossa cidade, foi também a causa que lhe deu origem."

Enviado pelo colega
Hamilton Caio

membro do NPHTT

(*) Texto publicado em 2010, ano do aniversário de número 199 da Cidade.
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