Óleo sobre tela de Carlo Andrei (*) |
Parada para o próximo sonho
Angelo Alfonsin
quando nasci
chorei
como quem acorda do último
sonho
a palmada de boas-vindas
não garante vida boa
minha cor preferida é a poesia
por isso não bebo água que não tem
sequer gosto de cor
e destroi as impurezas que me humanizam
escrevo coisas para senti-las
por isso as coisas me entendem
ao contrário de quem necessita
coisificar um sentimento até transformá-lo
em matéria orgânica
para talvez senti-lo profundamente
não consegui ultrapassar a cela
de ar
que me encerra
minha vocação para nada
pelo menos me salva
de fazer parte de algum movimento
organizado
que não seja pelos ventos e marés
timoneiros dessa nau dos insensatos
chorei
como quem acorda do último
sonho
a palmada de boas-vindas
não garante vida boa
minha cor preferida é a poesia
por isso não bebo água que não tem
sequer gosto de cor
e destroi as impurezas que me humanizam
escrevo coisas para senti-las
por isso as coisas me entendem
ao contrário de quem necessita
coisificar um sentimento até transformá-lo
em matéria orgânica
para talvez senti-lo profundamente
não consegui ultrapassar a cela
de ar
que me encerra
minha vocação para nada
pelo menos me salva
de fazer parte de algum movimento
organizado
que não seja pelos ventos e marés
timoneiros dessa nau dos insensatos
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(*) Carlo Andrei, pintor bageense
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2 comentários:
Vaz, a pintura de Carlo Andrei é muito bonita e significativa, obrigado e um abraço.
Esse guri é muito bom, Ângelo, vai a Paris, pintar quadros num bar, por estes dias...
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