14 de agosto de 2014

Saudades Envelhecidas...


Foto: Maria Isolete Oliveira Aires


Saudades Envelhecidas...

(Ao Espírito da Boa Avó Materna!)
J.J. Oliveira Gonçalves

Boa avó tinha um jardim
com muitos metros quadrados!
Era eu alegre curumim
Com os olhos encantados!

Encantamento de ver
Um colorido sem par!
Não sabia do Sofrer
Só sabia de me encantar!

No jardim da boa avó
Abrigo de minha infância:
Não era triste nem só
Nem conhecia Distância!

Nesse jardim tão bonito
Que sem ser meu era meu
À noite olhando o Infinito
O Sonho em mim floresceu!

Chegou meu Grupo Escolar
Meu "XV" - saudoso e belo!
Um curumim a estudar
Vestiu Saudade o Amarelo!

Boa vó então partiu
Foi morar com as Estrelas!
Ferida em mim se abriu
Mais se abre hoje ao vê-las!

Que a Saudade em mim ficou
Doendo... Não se sumiu!
Boa avó, quem te levou
Meus olhos tristes não viu!

Ai, se visse não faria
Comigo essa Maldade!
Ficou-me a Alma sombria
E a boa avó na Saudade!

Sou um neto encanecido
Com a avó no coração!
Curumim só e sofrido
Nesta Vida de Ilusão!

Nunca esqueci do jardim
Borboletas... passarinhos
Nestas Saudades de mim
Que arrasto por descaminhos!

Aqui, arremato meu verso
E a rima, vê: me sorri!
No suspirar do transverso:
No Etéreo, um beijo pra Ti!
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Fotografia de Maria isolete Oliveira Aires
Poema de jjotapoesia@gmail.com - www.cappaz.com.br
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Um comentário:

J.J. Oliveira Gonçalves disse...

Caro Vaz:
Tudo bem?

Muito agradeço a gentileza e a divulgação deste poeminha no nosso conceituadíssimo "Velha Guarda"!
Versos e rimas que escrevi recordando - suspiroso - de minha Amada, trabalhadora e corajosa avó materna: Dorilla Murias de Oliveira! São tantas as lembranças da casa 101, na Rua dos Sargentos... Lembranças de vizinhos e vizinhas, de brinquedos, de meus inesquecíveis bichinhos-de-estimação, (diuturnos companheiros de minha infância!), enfim, do belo, colorido e perfumado jardim daquela avó sempre viva em meu coração de menino - hoje, machucado pelas intempéries Tempo e encanecido por minha Madrinha, a Lua...
E assim este coração veio "tocando a vida", às vezes... No mais das vezes, acredito, tocado pela vida...
Agradeço, ainda, a maravilha de foto de Maria Isolete!
Com meu abraço franciscano para vocês!
JJ!