17 de fevereiro de 2024

Três obras do Vaz

 

Iustração fotográfica por Athos Ronaldo


Athos Ronaldo Miralha da Cunha  (*)

Recebi três livros de Luiz Carlos Vaz. Três belas coletâneas de crônicas, que faço um breve comentário abaixo.

NOTÍCIAS DO SCHLEE

Esse foi o primeiro que li, pois o título pede a leitura imediata. E sei que o Vaz é muito próximo de seus familiares e foi um dileto amigo de Schlee de longa data.

São nestas crônicas que aprendemos um pouco mais sobre o escritor. As chamadas lembranças vivas e afetivas. Aqui identifiquei uma grata satisfação ao ser citado em uma das crônicas – na página 43 –, que me deixou com um olhar 43...

Não farei a réplica, não há necessidade sempre fui seduzido pela obra do Schlee que, infelizmente, não conheci pessoalmente. Mas cumpri a incumbência de trazer um jornal para ele de uma viagem que fiz. Aliás, solicitação que muito me honrou.

São estas as boas lembranças de um escritor e seu legado literário. Notícias do Schlee são sempre bem-vindas.

A TAÇA DO MUNDO É NOSSA! 

O livro é, literalmente, um passeio pelas copas do mundo de futebol.  Desde 1930, o início, passando pelo fantasma de 50, que ainda nos assombra.

O começo da camisa canarinho bolada pelo Schlee e o sumiço da taça Julies Rimet. Ainda temos a laranja mecania... la mano de Dios. Etc... etc...

São inúmeras as situações que vivenciamos nas copas e nos causaram de alguma forma emoções. Tristes ou alegres. Mas a citação do gol de Valdomiro Vaz Franco – será que é parente do autor? – contra o Zaire na copa de 1974, me deixou reflexivo: meu sonho de guri era ser ponta-direita do Internacional. E o Valdomiro foi um dos poucos ídolos que deixei lá na década de 70. 

E chegamos no 7 x 1 e tem muito mais, vale a pena entrar em campo.

MEMÓRIAS DE UM MAU TEMPO

Neste exemplar temos crônicas do período pandêmico, mas não necessariamente sobre a doença.

Já começo identificando mais uma citação, agora avancei uma casa estou na página 44, mas ainda permaneço com o olhar 43.

Vaz escreveu muito nesse período de mau tempo. Viu muitos filmes e leu em demasia.

A apresentação é do Pedro Hallal, aquele senhorzinho que enaltecia a ciência nas entrevistas e batia seguidamente nos “cloroquinófilos” para desespero da turma do capitão.

Aliás, foi um período de muita contestação sobre a ciência e inclusive sobre a forma da Terra. Vá entender. (sic)

Em alguma das crônicas nos identificaremos pela situação vivenciada no confinamento.

Claro, alguma coisa sobre Bagé sempre tem. E muito mais o leque de assuntos é abrangente.

Ah! O Vaz mente muito, mas sempre mostra as provas.

O livro já vem vacinado contra a ignorância. Leia sem moderação.

Esses são os três últimos filhos literários do Vaz.

A propósito: Filhos... Filhos? Melhor não tê-los.

Mas se não temos! Como sabê-los? [Vinícius de Moraes]
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(*) Athos Ronaldo Miralha da Cunha por ele mesmo: 

“Engenheiro Civil, aposentado da Caixa; cometo crônicas, contos e outras coisas sem importância.”

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