24 de junho de 2025

aos olhos de Ernesto

 




Luiz Carlos Vaz (*)

Aos amigos 70 +


[ou 40, 50, 60 +... nunca se sabe exatamente a idade de ninguém!]


Assisti, comovido, o filme “Aos olhos de Ernesto”...

Por vezes imaginamos que já vimos de tudo, ouvimos de tudo e nada mais pode nos surpreender. Engano!

 

Feito como “cinema”- mesmo - o filme nos coloca diante de vários dramas comuns e as diversas formas de viver e enfrentar as características do passar dos anos. Não se poderia esperar menos de uma produção que tem o logo da Casa de Cinema de Porto Alegre logo no início dos créditos onde ficamos sabendo que “é dirigido por Ana Luiza Azevedo e co-escrito por ela e Jorge Furtado, com produção executiva de Nora Goulart. O longa-metragem, com duração de 123 minutos, foi filmado em Porto Alegre e Montevidéu.”

 

Passeando por várias citações literárias, numa das tomadas pude rever a amiga Atena Beauvoir Roveda numa cena de rua, declamando um poema. Mais uma surpresa, que está num filme feito em 2019, mas que só assisti ontem... acho que foi coisa daqueles anos tristes, das “duas pestes” nos ameaçando...

 

Na sinopse ainda podemos ler: “Aos olhos de Ernesto” acompanha um fotógrafo uruguaio que está perdendo a visão por conta da velhice, mas tenta disfarçar achando que consegue enganar a todos. Porém, surpreendentemente, o senhorzinho descobre que ser velho não é de todo negativo e que ele ainda pode se divertir e rejuvenescer, fazer amizades e se apaixonar aos 70 anos.”

 

Assistam, mesmo que vocês sejam só do 20 ou 30 +... pois um dia (espero) vocês chegarão lá. Tomara!




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(*) Luiz Carlos Vaz é Jornalista, Fotógrafo, Escritor e Editor deste Blog

19 de junho de 2025

A Vida é efêmera como um guarda-chuva

 

Foto pelo autor


Juarez Machado De Farias (*)

Eram oito horas da manhã quando eu cruzei pela rua central de Piratini e fotografei o guarda-chuva jogado na calçada, todo desconjuntado, imprestável para cumprir seu mister.

A pessoa que o abandonou sequer pensou em dar-lhe um destino digno: colocar em uma das lixeiras verdes postas pela Prefeitura Municipal. O guarda-chuva teve um fim melancólico.

Mario Quintana escreveu:

"Onde vão parar os guarda-chuvas perdidos?"

Neste caso, a coisa é mais grave. Esse que vi hoje foi abandonado devido às avarias de suas varetas por conta dos ventos que assolaram nosso Estado.

Objeto inventado para proteger as pessoas da chuva, tradicionalmente, preto, portanto, de cor sóbria, foi descartado indevidamente para atrapalhar pedestres e ficar ainda mais desconjuntado após ser atropelado pelas rodas dos carros.

Guarda-chuvas são, mesmo, elementos precários do mundo inanimado. Em certa ocasião, recusei comprar um - que me ofereceram -, todo colorido porque pensei mais adiante e antevi sua ruína. Ainda que a propaganda seja convincente do vendedor, todos sabemos que guarda-chuvas duram pouco.

Nós, humanos, arrogantemente autodefinidos como Homo sapiens, somos como guarda-chuvas. Por mais que nos cuidemos, nossas matérias também vão sofrendo avarias até alcançarmos o fim de nossa trajetória. Triste é acabarmos como esse, jogado ao léu.

A vida é efêmera como um guarda-chuva

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(*) Advogado, Locutor e Operador de Som na Rádio Nativa FM de Piratini