30 de novembro de 2010

Não perca! Dia 14 tem chuva de meteoros

Depois desta de dezembro, em janeiro de 2011, teremos outra "Chuva de meteoros"
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 A professora Virgínia de Melo Alves, do curso de Física da UFPel, convida os interessados em observações astronômicas para participar da observação da chuva de meteoros (*) que vai ocorrer dia 14 de dezembro, terça-feira,  das 20h até a 1h do dia 15. O local onde será feita a observação é o Piquete Cerca de Pedras, no 3º Distrito de Canguçu, a 25 km da cidade.  
Fará parte do programa a observação da chuva de meteoros, da Lua, de planetas, aglomerados e nebulosas.  Será bom levar cadeira de praia reclinável para poder ficar olhando para cima com mais conforto, agasalhos e toucas, pois a temperatura pode baixar, lanterna com pilhas extras e coberta por um papel celofane vermelho para não ofuscar os olhos, água e lanches. Quem tiver telescópio ou binóculos próprios, será bom levar também.
As inscrições deverão ser feitas diretamente no Laboratório de Astronomia até dia 9 de dezembro, ou pelo mail astroufpel@hotmail.com
Aviso importante: se chover, ou estiver nublado, não haverá atividade. Nesse  caso confirmar no dia no portal da UFPel (www.ufpel.edu.br)
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(*) Previsão de 120 meteoros por hora
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6 comentários:

Gerson Mendes Corrêa disse...

Me sinto no dever de postar aqui uma estrofe de uma musica que gosto muito, composta por Ivo Brum e Miguel Marques, cantada pelo gaucho Wilsom Paim - Ainda existe um lugar -
a qual fala de uma estrela cadente, que nada mais é que a queda de um meteoro.
"O anoitecer nos apresenta mais estrelas
Entre o silêncio que da paz para o luar
De vez em quando um cometa incandescente
Se faz presente prá um pedido repontar"
para quem quiser escutar use este endereço
http://www.youtube.com/watch?v=wdcG5z-h3HQ

Hamilton Caio disse...

Cheguei tarde ao teatro ontem, vi talvez o último meteorito chegando e saindo, apressado, o espetáculo já devia estar encerrando. Eu estava em uma rodovia, um lugar inadequado e inseguro, logo fui embora também. Tenho visto grandes meteoritos, quase bolas de fogo, durante incontáveis viagens noturnas. Sempre lamentamos a falta de um registro fotográfico nessas horas. Lembro de uma noite no final dos anos 60, talvez 1968, de um espetáculo como esse, mas próximo ao horizonte, do lado norte sobre a Avenida Espanha. Na época não vi nenhuma citação na mídia sobre o assunto. Provavelmente era a queda de um grande meteoro ou um satélite ou nave reentrando na atmosfera. A bola de fogo se dividiu em vários fragmentos. A "apresentação" durou um bom tempo, mostrando semelhança com aquele trágico acontecimento da explosão do ônibusl espacial Columbia em 2003, que foi filmado e visto em todo mundo.

Hamilton Caio disse...

O risco de luz deixado pelos meteoritos na foto é praticamente um gráfico da intensidade do brilho e da duração do fenômeno, além de indicar a origem deles. No maior à direita vemos o início fraco e depois o aumento do brilho, até o final da combustão de todo material, aparecendo uma discreta "fumaça" no último instante. O mesmo podemos ver no outro menor, mais à esquerda, e que apresentou um aumento de brilho significativo no final da queima. Os pequenos riscos deixados pelas estrelas indicam que a câmera ficou com o obturador aberto por vários minutos, registrando o movimento da terra nesse intervalo de tempo, pois a máquina fotográfica estava "viajando" junto com ela, logicamente. Para completar o quadro, o astrônomo/fotógrafo teve o cuidado de incluir na cena a silhueta noturna do horizonte, dando um toque de fotógrafo profissional. Esse assunto de como fotografar meteoritos e cometas foi tratado nas nossas aulas de geografia pelo Prof Frederico Petrucci, no nosso Estadual, quando falava sobre astronomia lá por 1957, ainda na primeira série do Ginásio! Que aulas inesquecíveis do grande mestre!

Hamilton Caio disse...

Uma coisa que aprendemos logo no início em astronomia, é que uma das origens dos meteoros é a "poeira" ou pequenos fragmentos deixados pelos cometas em seus rastros, que atraídos pela gravidade da Terra, queimam pelo atrito em alta velocidade com o ar. Isso acontece quando a órbita da Terra cruza por esses rastros. Portanto, a maioria das "chuvas de meteoros" tem dias do ano já previstos para acontecer. Depois descobri que enchentes periódicas, que meus pais e os antigos chamavam por nomes de santos, como "enchente de Santa Rosa", no final de agosto e "enchente de São Miguel", no final de setembro, teriam como origem a condensação da umidade do ar saturado, em torno das partículas dessa "poeira" deixadas por esses mesmos cometas em suas órbitas. Todos os anos a órbita da Terra passava por esses rastros, nessas épocas, e aconteciam chuvas, às vezes intensas. Esses rastros de fragmentos vão desaparecendo lentamente e naturalmente, atraídos pelas gravidades dos planetas próximos. Hoje ninguém mais fala dessas enchentes com esses nomes. Não sei dizer se a passagem mais recente do Halley (final de 1985 - início de 1986), e do McNaught (final de 2006 - início de 2007), os dois cometas mais brilhantes que já observei, tiveram alguma importância nesse sentido (chuvas), mas todos os cometas continuam sendo a grande fonte das "chuvas de estrelas" ou "estrelas cadentes" (meteoros).

Hamilton Caio disse...

Está prevista outra chuva de meteoros interessante, do ponto de vista do observador eventual do céu, para o período que vai de 19 de abril a 28 de maio deste ano, com a máxima intensidade ocorrendo no dia 6 de maio (as outras chuvas de pouca visibilidade sempre são de interesse astronômico). Esta é uma das tantas chuvas de meteoros já previstas nos calendários astronômicos, porque são periódicas e, portanto, de localizações conhecidas. O número máximo previsto é de 60 meteoros por hora, em condições ótimas de visibilidade, isto é, além da ausência de nuvens, o ideal é que também o luar esteja pelo menos fraco e a lua baixa no horizonte. Quem gosta de observar esse tipo de fenômeno deve ficar atento, pois a próxima chuva de boa visibilidade está prevista só para dezembro. E por sinal, esta ocorrência próxima está associada ainda a passagens do Cometa Halley. A origem aparente desta chuva é na constelação de Aquário. Proximamente vamos mostrar uma maneira prática de localizar essa constelação, como por exemplo, imaginando uma figura geométrica que enquadre, nos vértices, constelações bem conhecidas, como o Cruzeiro do Sul e as Três Marias (na constelação de Orion), bem como falar sobre o melhor horário de observar. Lembramos que além destas chuvas com datas previstas, quem tem oportunidade de olhar o céu periodicamente, longe do brilho noturno das cidades, pode ser contemplado com a visão de alguma queda eventual, ou até com um grande meteoro (as bolas de fogo), como já aconteceu comigo em várias oportunidades. Estes são alguns “pedregulhos” perdidos no espaço que, nas danças da atração gravitacional entre os astros, acabam “dizendo sim” para a Terra, e são por esta atraídos para uma última e fatal apresentação nesse balé cósmico.

Hamilton Caio Vaz disse...

Hoje, 5 de maio, é o dia da maior intensidade da queda de meteoros, mas eles devem continuar atrativos pelos próximos dias. Salvo algum nevoeiro, parece que o tempo está prometendo colaborar com o espetáculo dos meteoros por mais algumas noites, aqui no sul. Esta poderá ser a melhor oportunidade do ano para ver alguns meteoros. É interessante escolher um local distante da luminosidade urbana. A constelação de Aquário, a origem aparente dessa chuva, está aparecendo tarde, depois das 2h da madrugada, no horizonte leste. Depois de ver o primeiro meteoro cair, é só marcar o local no céu e ficar de olho, logo outros virão atrás, quem sabe até alguma "bola de fogo". Mas uma visão melhor sempre é possível quando a região de origem no céu estiver mais alta no horizonte, nesse caso a partir das 3h30min ou 4h será mais provável uma boa observação.