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Foto pelo autor |
Juarez Machado De Farias (*)
Eram oito horas da manhã
quando eu cruzei pela rua central de Piratini e fotografei o guarda-chuva
jogado na calçada, todo desconjuntado, imprestável para cumprir seu mister.
A pessoa que o abandonou
sequer pensou em dar-lhe um destino digno: colocar em uma das lixeiras verdes
postas pela Prefeitura Municipal. O guarda-chuva teve um fim melancólico.
Mario Quintana escreveu:
"Onde vão parar os guarda-chuvas perdidos?"
Neste caso, a coisa é
mais grave. Esse que vi hoje foi abandonado devido às avarias de suas varetas
por conta dos ventos que assolaram nosso Estado.
Objeto inventado para
proteger as pessoas da chuva, tradicionalmente, preto, portanto, de cor sóbria,
foi descartado indevidamente para atrapalhar pedestres e ficar ainda mais
desconjuntado após ser atropelado pelas rodas dos carros.
Guarda-chuvas são, mesmo,
elementos precários do mundo inanimado. Em certa ocasião, recusei comprar um -
que me ofereceram -, todo colorido porque pensei mais adiante e antevi sua
ruína. Ainda que a propaganda seja convincente do vendedor, todos sabemos que
guarda-chuvas duram pouco.
Nós, humanos, arrogantemente
autodefinidos como Homo sapiens,
somos como guarda-chuvas. Por mais que nos cuidemos, nossas matérias também vão
sofrendo avarias até alcançarmos o fim de nossa trajetória. Triste é acabarmos
como esse, jogado ao léu.
A vida é efêmera como um guarda-chuva
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(*) Advogado, Locutor e Operador de
Som na Rádio Nativa FM de Piratini
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