Há exatos 90 anos iniciava em São Paulo, numa segunda-feira como a de hoje, 13 de fevereiro de 1922, a Semana de Arte Moderna. A Semana de '22, como ficou mais conhecida. Com o intuito de romper com a influência tradicional da Europa, com base estética do século XIX, e que ainda exercia grande influência nos artistas plásticos e escritores brasileiros, a Semana foi motivo de grandes polêmicas num Brasil vivendo grandes problemas políticos e sociais em plena república do "café com leite". Embora muito lembrada pelas artes plásticas, foi a literatura que fez frente ao novo movimento com a publicação de obras de escritores como Menotti del Picchia e Mário de Andrade. Vários artistas e intelectuais brasileiros já acompanhavam com admiração as novas tendências estéticas surgidas na Itália e na França nos primeiros anos do século XX e, o mês de fevereiro de 1922, reuniu as condições para uma Semana repleta de exposições coletivas e de palestras que provocaram um verdadeiro rebuliço nos meios artísticos e da crítica especializada. O escritor Monteiro Lobato - em artigo intitulado Paranoia ou mistificação?, no jornal o Estado de São Paulo - já havia feito pesadas críticas à exposição de Anita Malfati, em 1917, quando a artista apresentou um conjunto de obras expressionistas. Ali se sedimentou o ambiente para uma grande programação que aconteceu cinco anos depois, com a apresentação das tendências "modernas" que acabaram por influenciar toda a produção artística brasileira do século XX.
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