4 de fevereiro de 2011

“As lanternas da cidade” – VII, a foto operada pelo Dr. Pitanguy


Aqui o "bisturi" do Salvadoretti foi ao máximo
 

Vejam se não parece um LP do Raul...
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No tempo em que foi batida a famosa foto nos trilhos, que ilustra a postagem "As lanternas da cidade..." - VI, Prá quem fica...tchau!, eu trabalhava com uma máquina Beautycord, emprestada pala Ana Teresa. A gente batia, revelava e copiava. Era tudo razoavelmente barato, quase tão ágil como as digitais de hoje. Nada de esperar muito. Era o tempo de chegar em casa, revelar o filme, secar e já fazer “um contato”, as chamadas “provas”. Essas “cópias contato”, que aprendi a fazer com o Ricardo Gonçalves, eram feitas numa engenhoca que nós mesmos fabricamos na garagem de casa. Uma pedaço de tábua daqui, outro dali, um prego, uma martelada no dedão, e o nosso “photoshop” já estava funcionando.  Como os negativos eram obtidos a partir de filmes 120, as cópias de contato já eram quase um postal, mediam 6x6 cm. O Salvadoretti juntou-se a nós nessa faina fotográfica e acabamos fazendo as “experiências” fotográficas mais estapafúrdias possíveis. Fotos com dupla exposição, montagens, macro fotografia... a ordem era interferir na realidade. Mas o tempo passou e repassou... veio o blog, os achados nos baús e reapareceu a tal foto batida pelo Ricardo nos trilhos. Não sei exatamente o motivo, mas o negativo dessa foto foi cortado por uma tesourada na hora da revelação. O pedaço menor, o de baixo, teve que ser revelado à parte, e ficou um pouco mais escuro. Juntei os dois e fiz a cópia de contato para arquivar o negativo num envelopinho amarelo (também fabricado em casa), onde a cópia contato, colada pelo lado de fora, anunciava o conteúdo do envelope guardado. Mas o sinal da tesourada e a diferença de tons, sempre foram bem visíveis, muito visíveis. Mas, como dizem por aí: “A vingança é um prato que se come  frio!” Tão logo viu a tal foto - 40 anos depois no blog, o Salvadoretti, munido agora de coisas bem melhores do que a nossa caixa para fazer cópias de contato, ao melhor estilo do Dr. Pitanguy, decidiu resolver o antigo problema que havia ficado pendente. Copiou a foto do blog e me devolveu a imagem retocadita no más... e ainda me aprontou até uma outra versão tipo “capa de LP anos 70”, toda bossera...  Taí! Gostei...
Ah! que saudade da nossa caixa de fazer cópias de contato! Ela não tinha muito recurso mas, nas nossas mãos, já era um baita photoshop...
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3 comentários:

J.L. disse...

Lembro da caixa de contatos... nossas cÂmeras eram 6x6 ou 6x9, nem precisava ampliador.Só consegui uma 35 mm quando vendi minha bicicleta!...

Maribel disse...

Não fui atrás. Eu era muito pequena..

Luiz Carlos Vaz disse...

Mas cresceu...