31 de janeiro de 2012

A poesia necessária - XV, Mandinga



Mandinga
Angelo Alfonsin
 .
quando saio
deixo a luz
do alpendre
acesa
para quando
voltar ter
um lastro
de auroras
já que a vida
é feita
de crepúsculos
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Publicado em irrestivelmente inútil
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Fotografia de Marcelo Soares 
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30 de janeiro de 2012

O ano dos Centenários - I, Herivelto Martins

 
  
A data de 30 de Janeiro de 2012 marca o centenário de nascimento do cantor e compositor Herivelto de Oliveira Martins. Nascido em Paulo de Frontin, Rio de Janeiro, casou três vezes e teve sete filhos. Compôs diversos clássicos da música brasileira como Ave-Maria do Morro, Pensando em ti e Caminhemos, aqui apresentada em gravação da TV Cultura, com o filho Pery Ribeiro, fruto do casamento com a cantora Dalva de Oliveira.
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28 de janeiro de 2012

Bagé Bicentenária - 1811/2011, O Cinamomo do General Mallet


Ainda na "onda verde" o Cid Marinho nos conta, nesta colaboração publicada no jornal Folha do Sul, a pitoresca história do Cinamomo do General Mallet. Um fato, certamente já de conhecimento de poucos, que agora toma as asas da web, ganha o mundo e chamará a atenção dos amigos da natureza. A reprodução do Cinamomo do Cid, digo, do Mallet, recebeu do colega JL Salvadoretti uma boa dose de adubo GIMP para recuperer a beleza perdida na impressão em papel jornal.
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27 de janeiro de 2012

Por onde anda... o Naguinho?

Gerson e o professor Wagner Brito Previtali, o Naguinho, em Bagé

Vamos achar os nossos antigos professores? Uma boa sugestão para o pessoal que está viajando nas férias. O Gerson, que saiu uns dias de Curitiba para rever os pais, encontrou o Naguinho em Bagé e posou para a foto para registrar o momento do encontro. Quem "achar" os velhos mestres por aí, por favor, mande a foto.
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26 de janeiro de 2012

O Almanach D’“O Pensamento”

O Almanaque do Pensamento deste ano e a primeira edição, de 1.913


O Almanach D’“O Pensamento”
O Almanach D’“O Pensamento”, que foi lançado em 1913 pela Editora O Pensamento, completa este ano o seu Centenário. Leitura obrigatória de meu pai, o Almanach também proporcionou a mim o primeiro contato com os signos do zodíaco, santos do dia, previsões do tempo, fases da Lua, marés... e tantas outras informações e curiosidades sobre o mundo. Quando eu comecei a ler ele já se chamava Almanaque do Pensamento, já havia trocado o ch pelo que, e já era editado pela nova ortografia. Todos os anos meu pai comprava a edição atual do Almanaque. Ficava por dias lendo e analisando as previsões e as características daquele novo ano que entrava. Além dos textos, o Almanaque apresentava também quadrinhos de humor, ao pé das páginas, que eram os meus preferidos.
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Muitas crônicas eram republicadas após algum tempo. Lembro bem de uma, intitulada “Salta um pingado”, que contava a história de um menino do interior que, quando acompanhava o pai quando ia à cidade, ao passar por uma certa padaria no centro de São Paulo, ouvia sempre a atendente gritar “salta um pingado”. Ele tinha por meta, quando crescesse, entrar nessa padaria e pedir o tal “pingado” para matar a sua curiosidade. O tempo passa e ele, já rapaz, tem essa oportunidade. Entra na padaria e pede o tal pingado. Para sua decepção, a moça lhe serve uma xícara de café preto com um pouco de leite. O misterioso pingado era só isso, café com um pingo de leite. Ele conta que tomou o tal pingado sentindo uma enorme saudade do seu tempo de guri, misturada com uma enorme nostalgia de quando o pingado era apenas mais um mistério a ser desvendado na cidade grande.
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E assim, com histórias como a do pingado, o Almanaque do Pensamento foi entrando na minha vida.  Em certos dias de chuva - previstos ou não pelo Almanaque – eu, meu irmão e irmãs, líamos pela centésima vez a coleção que nosso pai começara lá pelos anos 40, onde a história do Salta um pingado já deveria ter sido publicada, pelo menos, umas três vezes.
Hoje é minha mãe que todo ano se encarrega de me comprar o Almanaque que, em 2.012, completa cem anos, agregando sempre mais dados, previsões e curiosidades. Sobrevivendo à internet e à tecnologia, o Almanaque do Pensamento continua a apresentar a previsão do tempo para todo o ano.
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Hoje, 26 de janeiro, segundo o meu Almanaque, é dia de São Alberico, Santa Paula e Santo Estevão Handing; estamos no segundo dia de Lua Crescente; dia bom para plantar aveia, pescar, colocar galinha no choco...
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Não sei se vocês vão acreditar, mas eu não saio de casa sem consultar o meu Almanaque e, por incrível que possa parecer, só tomo café pingado.
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25 de janeiro de 2012

Aniversário de São Paulo


O colega Manoel Ianzer que há tempos reside em São Paulo e aprendeu a amar o lugar que escolheu para viver presta uma homenagem poética a maior cidade do Brasil. Coloquei um clip dos Demônios da Garoa bem a propósito da data. Espero que o Ianzer goste da "parceria".


SÃO PAULO

paulicéia desvairada
do arcadismo ao modernismo
do estrangeiro ao nacionalismo

povo de justiça e vitórias
liberdade e democracia

berço da nossa independência
e de nossa grandeza - que é o BRASIL

São Paulo que cada imigrante
tem dentro do coração
com dignidade
carinho e amor

S Ã O    P A U L O - eu te amo!

Manoel Ianzer

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24 de janeiro de 2012

Bagé Bicentenária - 1811/2011, O Bosque do Dr Pedrinho

O JL Salvadoretti deu uma boa aguada com o GIMP no verde do Bosque

Bem, agora o Cid Marinho tocou no fundo dos nossos sentimentos... esse texto, publicado no jornal Folha do Sul, fala exatamente do "Bosque" do nosso Estadual. Grandes lembranças de grandes tempos. Obrigado, Cid, por trazer tão grata recordação a turma da Velha Guarda do Colégio Estadual.
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23 de janeiro de 2012

O Facebook e o Big Brother Brasil


Texto publicado no Facebook

Apelo ao pessoal que não gosta do Big Bosta Brasil.
Parem com a campanha contra. Assistam a outro canal, leiam um livro ou simplesmente desliguem a tv. Mas, por favor, parem de postar no Facebook essa "indignação" contra o programa do Pedro Bilau. Ele, pessoal, ficou milionário com esse programinha e está cag.... e andando para os protestos de vocês. Se não for assim, teremos que apelar para o criador do Facebook para que funde o FB do B, só para os que não gostam do BBB, da Globo e da Luiza, que está(va) no Canadá. A vida, meus amigos, não pode ser levada assim, tão a sério. A última coisa que vão perguntar para nós quando chegarmos lá, "do outro lado", é se assistíamos algum programa de "nível" na tv. Esse "ítem" não marca ponto nem para mais nem para menos. Eu vivi no tempo da repressão e da censura. Não gosto de expressões como "Tem que proibir", "Tem que tirar do ar", "Tem que prender", "Tem que matar". Essas "campanhas moralistas", cheiram a nazismo, à perseguição, a pensamento único. Sugiro que, pelo menos, leiam o livro que deu origem a essa expressão - Big Brother - que é o "1984", do George Orwell, este sim, um bom programa para o horário nobre das nossas vidas. 
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Feliz 4.710, o Ano Novo Chinês, o Ano do Dragão

Que tal pedir a São Jorge para emprestar o Dragão?
(a sugestão é da Angelina Quintana...)

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No dia 23 de janeiro de 2.012 inicia-se o Ano Novo Chinês de 4.710, o Ano do Dragão.
 
O calendário chinês (wem chinês Xia Li (夏曆), Tradicional: 農曆, Chinês Simplificado : 农历, pinyin: nónglì) é o mais antigo registro cronológico de que se tem registro na história. É um calendário que se utiliza tanto do Sol quanto da Lua. A partir dele surgiu o horóscopo chinês. Na Ásia diversos países adotam calendários parecidos com o chinês.
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O calendário chinês é lunissolar. Cada ano possui doze lunações acarretando em um total de 354 dias. Para não se perder a sincronia com o ciclo solar (de 365,25 dias), são acrescentados a cada oito anos noventa dias ao calendário, ou, aproximadamente duas lunações. Desta forma não se perde a sincronia nem com o ciclo solar, nem com o lunar. Por isso, considera-se que o calendário chinês é lunissolar.
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Os anos são regidos por signos, representados por animais. O único animal “que não existe” é o Dragão, o signo deste ano de 4.710, que equivale ao ano de 2.012 da era Cristã.
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Os signos são: "shú" 鼠 (rato), "niou" 牛 (boi), "hu" 虎 (tigre), "tu" 兔 (coelho), "long" 龍 (dragão), "she" 蛇 (serpente), "ma" 馬 (cavalo), "yang" 羊 (carneiro), "hou" 猴 (macaco), "ji" 雞 (galo), "gou" 狗 (cão), "zhu" 豬 (porco). 
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Fonte: Wikipédia.
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FSM 2.012 - Fórum Social Temático, Sustentabilidade urbana

22 de janeiro de 2012

A Luta do século no Site do Pelotas 13 horas


Em homenagem ao 70º aniversário do "meu ídolo" Muhamed Ali-Haj, o site do programa Pelotas13 horas publicou artigo meu contando como foi assistir (?) essa luta em Bagé no início dos anos 70. O programa de debates Pelotas 13 horas, da Rádio Universidade AM 1.160 KHz, completa, neste ano de 2.012, 34 anos no ar na mesma emissora e sob o comando do mesmo apresentador - e seu criador - o jornalista Clayton Rocha. Leiam o artigo clicando AQUI.
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21 de janeiro de 2012

Bagé Bicentenária - 1811/2011, As palmeiras da Sete


Com o arquivo que tem, o nosso leitor e amigo Cid Marinho pode fazer diversos "antes e depois" da nossa cidade. Mas, convenhamos, esse das Palmeiras da Sete está nota Dez! Ainda mais depois que o JL Salvadoretti "podou" as imperfeições da impressão. O jornal Folha do Sul, onde o Cid costuma publicar amostras de seu excelente acervo fotográfico sobre Bagé, está de parabéns.
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20 de janeiro de 2012

Dia de São Sebastião

Uma das representações do Santo por El Grecco
Hoje é dia de São Sebastião, o padroeiro de Bagé. Nascido na França, em Narbonne, no ano 256, era também cidadão de Milão. Sebastião foi um mártir e santo cristão, morto no ano 286 da era Cristã, durante a perseguição realizada pelo imperador romano Diocleciano. Seu nome deriva do grego sebastós (Σεβαστός) - significa divino, respeitável – o que seguia a beatitude da cidade suprema e da glória altíssima. 
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O bárbaro método de execução de São Sebastião fez dele um tema recorrente na arte medieval, representado como um jovem amarrado a uma estaca e perfurado por várias flechas. 
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Em Bagé, a 20 de janeiro de 1813, uma procissão transladou uma imagem de São Sebastião, da Guarda da Coxilha, para o Acampamento Militar deixado por Dom Diogo de Souza que deu início a cidade em 1811. Inicialmente a imagem ficou em um rancho até que, em 1815, iniciou-se a construção de uma igreja em louvor do santo.
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As fotos do Cristiano - III, O time do 20 de Setembro


Esta fotografia também é do Álbum do Cristiano:  time do 20 de Setembro (provavelmente década de 50/60). Alguém de habilita a comentar?
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19 de janeiro de 2012

Elis - Trinta anos esta noite


Trinta anos sem Elis Regina que, nesta interpretação, mostra por que foi a Maior de todas.
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Bagé Bicentenária - 1811/2011, O Mercado Municipal


O Mercado Público de Bagé não poderia escapar ao nosso leitor Cid Marinho. Nesta colaboração ao jornal Folha do Sul ele nos conta que o Mercado foi demolido em 1954. Esta, sem dúvida, a demolição mais lamentável que a cidade sofreu. Não se conhece nehum outro no país com essas cúpulas.
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Aqui, a foto do Mercado, em sépia, trabalhada no GIMP pelo JL Salvadoretti
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18 de janeiro de 2012

Quarta-feira, Dia Nacional do Sofá - XIII, Dinheiro na mão é vendaval


Vendaval mesmo! Não deu nem tempo para ver direito o que aconteceu. Foi um "pá e pá" e fui para a rua junto com um monte de tralhas... Ufa! Que susto! Será que acertaram no milhar de novo? É... como dizia na novela do Carlão: "Dinheiro na mão é vendaval, é vendaval, na vida de um sonhador..."
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17 de janeiro de 2012

A fronteira invisível - XV, La señora de Pueblo Alonzo

Foto Marcelo Freda Soares - http://www.diariodecanto.com/

La senõra de Pueblo Alonzo
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José María del Rey Morató
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    Pueblo Alonzo tiene un solo habitante; es «el lugar menos habitado del departamento de Paysandú», según el Censo 2011. Pueblo bien plantado sobre la Cuchilla de Haedo, piedra, aire y sol. Soledad y silencio. Águilas y cuervos.
    Cuarenta años pasaron de la última vez. En aquellos tiempos le decían La Hilera. Conoció a varios de sus habitantes: Mario Silva, su señora Isabel, el hijo de Beco y su señora, los Acuña, María la viuda de Donaldo Rodríguez. Todos ellos estaban muy vinculados al Paso del Sauce del Queguay Grande: Mario Silva y el Beco por los viajes en camión o en el taxi, y en todo caso por la puntería –mejor que la de Kevin Costner en el cine– que traía mal a las águilas y los zorros. Había estado en el pueblo varias veces, almorzando en casa de una familia, o a pasar la noche: allí dejaba el auto cuando venía a la estación Tres Árboles a tomar el tren  para Montevideo. Una familia de La Hilera atendía la cabina del teléfono, ponía y sacaba clavijas y avisaba demoras de las llamadas de larga distancia.    Cuarenta años es mucho tiempo. Alguna vez pensó que debió haber ido de visita, aunque sea a saludar. Tiene que ir: antes que las paredes caigan, nada se oponga al viento, el caserío se convierta en escombros y cantos rodados… ¿cuánto falta para tocar la tierra, llegar al polvo?
    Por eso ahora, noviembre de 2011, estaba de regreso en Pueblo Alonzo. Según los diarios un solo poblador, una mujer, quedaba en el pueblo. Recordaba que en el Censo 2004  figuraban viviendo allí  trece personas; algunos se habrán mudado a otros pueblos, de otros había sabido, tarde, de su muerte. Pero le costaba creer que sólo quedara un habitante.    

    ¡La Hilera! El nombre viejo, porque sus casas estaban construidas en línea, sobre un terreno alargado enmarcado entre la vía del ferrocarril y la continuación de Ruta 90 que desde 2004 se llama  “Ruta de los Charrúas”. El pueblo está en un  lugar alto, del lado derecho del camino,  a dos kilómetros de la estación Tres Árboles en dirección a estación Merinos. Las casas eran pocas y sus frentes daban al camino y los fondos hacia la vía. Del otro lado del camino pastaban los ganados  de una estancia; lo mismo, al otro lado de la vía: vivir en La Hilera era estar en el medio del campo. Los pobladores salían de sus casas e iban al fondo del terreno para saludar a la gente que pasaba en ferrocarril. Por ese lado también pasaba el sol, y allí ponían a secar las ropas recién lavadas; las doñas se quejaban porque las locomotoras echaban mucho humo cuando aceleraban para subir el repecho.
    Cuando llegó y se bajó del auto vio que, en efecto, sólo había cuatro casas. También hay molino, un tanque, una bomba. Tienen energía eléctrica. Pero no se ve a nadie. «Tienen energía eléctrica», se repitió; pero ¿quiénes?
    –¡Hola! ¿Hay gente?
    Apareció una mujer, relativamente mayor; la única persona que salió. Se ve que vivía sola. No la conocía y la mujer lo miraba, aunque no parecía molesta ni dijo palabra alguna.
    Entonces, tuvo que aceptar lo que veía: «Quedan sólo cuatro casas. Tienen electricidad y agua. Vive sólo una señora». Lo que le habían contado era verdad.
    Miró de nuevo a la mujer, que se mantenía en la misma: desde la soledad y el silencio, su rostro sobre la serenidad absoluta: lo miraba y nada más.  Entendió que era momento de irse. Nada de fotos.
    La miró sin desconcierto ni preguntas, pero bien.     
    Cuando se iba, pensó: «La señora de Pueblo Alonzo».
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José María del Rey Morató,
Montevideo, Uruguay, 2011.
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Foto: Marcelo Freda Soares - http://www.diariodecanto.com/
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16 de janeiro de 2012

Bagé Bicentenária - 1811/2011, A Igreja da Conceição


O leitor e amigo Cid Marinho - sempre democratizando o seu precioso acervo, conta, nesta colaboração ao jornal Folha do Sul, a história da Igreja de Nª Sª da Conceição. Na minha opinião um grande crime cometido (na madrugada) contra o patrimônio arquitetônico da cidade de Bagé. Para usar um termo mais apropriado, um pecado!
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Em tempo, a tradicional cópia sépia produzida pelo colega JL Salvadoretti
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15 de janeiro de 2012

O Pôr do sol na minha cidade - XXXV, São Paulo


"Nos últimos dias de dezembro de 2011 - São Paulo encerrou com um belo pôr do sol - dourado. Uma homenagem aos paulistas, gaúchos, mineiros, nordestinos e estrangeiros, que vivem em harmonia numa grande cidade."
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Manoel Ianzer
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14 de janeiro de 2012

O Pôr do sol na minha cidade - XXXIV, São Lourenço do Sul


Nosso leitor Sérgio Ricardo Cativelli Salvadoretti, passando por São Lourenço do Sul, não perdeu este pôr do sol na Lagoa dos Patos e clicou com o aparelho celular. Um verdadeiro cartão postal da Pérola da Lagoa.
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13 de janeiro de 2012

A fronteira invisível - XIV, Caza

Foto LCVaz

Caza
José Maria del Rey Morató
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La luz detrás de su cabeza.
Ya no camina erguido
en las primeras sombras de los árboles.
Arquea su espalda y se agacha.
Dejó en casa los perros,
las monedas, el llavero.
Camina contra viento.
Así,
no será oído
ni será olido.
Monte adentro
rifle calibre veintidós
balas de vuelo veloz.
Mira, oye, huele.
Sombrero y pañuelo
mangas largas:
escudo de tábanos.
Calor y humedad.
Se distrae: quiere fumar,
sí, pero no, por el humo…
Mira,
camina agazapado 
sendero de animales. 

Araña y corta la uña de gato.
Huellas.
Silencio: ¿será por la hora?
Calla la urraca azul amarilla
duerme la pava de monte.
Nada. Dos horas…y  nada.
La noche:
sale del monte,
rifle con el caño frío
gatillo descansado
caliente mano derecha
madera de la culata
dejan las sombras.
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Campo:
fuma.
Teruteros y chajáes barullentos.
Luna.

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José María del Rey Morató,

Montevideo, Uruguay
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12 de janeiro de 2012

O esculacho do esculápio


O esculacho do esculápio
Prece
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Marcelo Freda Soares
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Em um terço de meu tempo, somadas todas as horas, inclusive as que deviam ser de sono: sou médico. Normalmente este fato não se evidencia porque uso a escrita e fotografia justamente para arejar tão árdua jornada, mas, como  não há como evitar de misturá-las, também divido algum relato, afinal, é daí que vem meu mais diverso e inusitado contato humano.

Hoje não dormi nem duas horas. Vejo o dia chegar pela luz que entra das altas janelas, tão altas como inacessíveis e sem cortinas, o que frustra os poucos  momentos que poderiam ser de descanso.

A madrugada foi de correria, são tantos "deita e levanta" que por fim me rendo, e recosto o corpo breve quase sentado e sem sequer tirar os sapatos.

Algumas pessoas perdem o sono, percebem o que não existe, ficam com medo da vida, ficam pensando na morte; outras brigam com os companheiros, circulam em volta do umbigo ou simplesmente não resistem,  precisam dividir seus enfados, e para isso procuram um pronto-socorro.
Confesso que prefiro bloquear um infarto ou tirar a dor de um cálculo entalado do que, a estas horas, ter que incorporar  o terapeuta. Confuso, posso dar maus conselhos ou até dizer algo grosseiro.

Era perto das quatro e meia e a linda moça vem com a companheira.  Ambas estão de olhos inchados. A paciente conta que estavam rezando, isso já há algumas horas, tentando evitar  sair de casa desfilou um rosário inteiro. Sofre de síndrome do medo, tem pânico de enfrentar a noite, do dia também guarda receio. Pelo jeito divide o malgrado, pois enquanto lhe escuto com filtros, a amiga continua rezando. Minha formação foi católica, identifico o "salve rainha" - "vida, doçura e esperança nossa, Salve! A Vós bradamos, os degredados filhos de Eva..." - sussurra em  acelerado ritmo, e associando a uma cena a filme italiano, não consigo controlar certo riso.

"Afinal o que esta se passando?" Responde que esta apavorada: trabalha em um grande banco e esta sendo muito cobrada, depois mistura sintomas, diz que tem problemas em casa, tem uma dor no estômago, fala da mãe e tem arcadas. Repete  a ladainha de queixas que mesmo longas não levam a nada. Diz que faz tratamento, abre a bolsa e despeja  cartelas. São tantos calmantes e hipnóticos, antidepressivos e placebo que penso o que sobra para mim e não vejo o que possa ser feito. Nenhuma chance de alívio a não ser ouvir os relatos, penso na minha cama vazia e na noite atropelada. Procuro melhor abordagem, quem sabe deixa-la dopada, queria eu um sono tranquilo, meu dia será  de ressaca, sem força para este desafio entro na prece afinada:

    Salve, Rainha, mãe de misericórdia,

    vida, doçura, esperança nossa, salve!
    A vós bradamos os degredados filhos de Eva.
    A vós suspiramos, gemendo e chorando
    neste vale de lágrimas.

    Eia, pois, advogada nossa,
    esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei,
    e depois deste desterro mostrai-nos Jesus,
    bendito fruto do vosso ventre,
    Ó clemente, ó piedosa,
    ó doce sempre Virgem Maria

    Rogai por nós santa Mãe de Deus

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    E mande estas loucas para casa ...
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Marcelo Freda Soares
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11 de janeiro de 2012

Quarta-feira, Dia Nacional do Sofá - XII, Foi para o brejo

Foto de JL Salvadoretti

Fui para o brejo! Não teve jeito. Me colocaram na rua, na calçada - como sempre. Mas veio a chuva, e foi chovendo, senti que já estava flutuando... quando vi, estava encalhado em meio aos juncos... Agora vai ser difícil arranjar um novo lar. Acho que a reciclagem me espera. Pode ser que em outra forma vida eu tenha mais sorte. Nessa, como sofá, não me dei, fui para o brejo, como a vaca.
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10 de janeiro de 2012

As fotos do Cristiano - II, EC União


E aí está uma das fotos antigas enviadas pelo Cristiano. O scratch do Esporte Clube União.... quem se habilita a identificar a gurizada que, segundo ele, "era treinada pelo Gasso, na década de 60"?
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As fotos do Cristiano

Missa de formatura Turma 3302/2000, na Igreja de NªSª Auxiliadora

Recebi - em meio à correria de final de ano e organização do 3º EVG/2011 - uma bela coleção de fotografias do colega Cristiano Rosa de Oliveira. O Cristiano é da "Novíssima Guarda", as fotos são da turma 3302, que realizou a formatura no ano 2.000. Como ele mesmo diz "...não são tão antigas, mas fazem parte da história da Escola..." Mas, junto com essas fotos da sua formatura, ele também nos enviou uma porção de fotos muito antigas que vou começar a publicar aqui no Blog, pedindo aos leitores mais atentos, como os colegas Olmiro, Hamilton, Clara, Vera Luiza, os Gersons, JJ, Cid, Ianzer, Sergio Fontana, Eliana, Salvadoretti e outros... que procurem identificar as pessoas e os lugares lugares retratados nessas fotos. Por enquanto, agradecempos ao Cristiano,  e pedimos que nomeie para nós, através de comentário à postagem, os colegas que aparecem na fotografia.
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9 de janeiro de 2012

Bagé Bicentenária - 1811/2011, O Banco Pelotense


Mais uma colaboração valiosa do nosso leitor e amigo, Cid Marinho, publicada no jornal Folha do Sul. Desta vez sobre o Banco Pelotense. Vamos direto ao Caixa, digo, à leitura...
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8 de janeiro de 2012

Elvis, 8 de janeiro de 1935 - ......


Elvis, que mora em Bagé, hoje completa 77 anos...


  Elvis Aaron nasceu gêmeo com Jessie Garon em 8 de janeiro de 1935. Jessie não chegou a ver a luz deste mundo. Esse fato foi suficiente para que ele desenvolvesse laços muito fortes com a mãe – e a família, até porque o irmão gêmeo, nascido morto 35 minutos antes dele, proporcionou uma enorme expectativa quanto ao nascimento do segundo gêmeo, Elvis Aaron que, para alegria de todos, nasceu forte e saudável.

  Criado como membro da igreja Assembleia de Deus, lá desenvolveu o gosto pelo canto e aprendeu muito sobre música. Mas Elvis, com seu divino dom musical, não dedicou-se à música na igreja, e já em 1956 ficou famoso gravando Love me tender, sucesso até hoje. Elvis foi o símbolo rebelde da geração do pós-guerra. No exército americano foi usado como imagem de “rapaz certinho” em propagandas e em filmes. E isso não mudou sua verdadeira vocação que era a de ser o Rei do Rock. Mas o fato é que as moçam enlouqueciam e perdiam a voz de tanto gritar em seus inúmeros shows pelo mundo afora. Seu modelo de corte de cabelo foi copiado por milhares de rapazes em todo o planeta (e fora dele) e o seu modo de vestir e cantar criou estilo entre todas as bandas que queriam fazer uma performance parecida com a do Rei do Rock and Roll.

  Mas isso tudo cansa. Afinal foram décadas de carreira, gravações, filmes, estúdios, assédio de fãs... Chega um ponto em que todos querem sossego. E com Elvis foi assim. Noticiaram sua morte em 16 de agosto de 1977 e Elvis se recolheu. Sumiu. Nunca mais apareceu. Contam que já foi visto na Jamaica, na Índia, no Turquistão... mas nós, que somos de Bagé, conhecemos um velhinho simpático, ainda meio cabeludo, que seguido é visto passeando pela Avenida Sete. Ele procura ser discreto, não chamar a atenção das pessoas. É o Elvis. Sim, o Elvis Presley. Não acreditam? Elvis não morreu! Vive e mora em Bagé, numa modesta casa (para não chamar a atenção...) ali perto da Vila Kennedy.

  Vizinhos contam que seguidamente, em noites de verão, é possível ouvi-lo cantar. Ele já não tem mais a mesma força na voz, dizem essas pessoas - afinal, completou 76 anos agora em janeiro, mas interpreta com a mesma emoção sua canção preferida – e nossa também - My Way.

  É, parece mentira. Mas Elvis não morreu mesmo. Mora em Bagé, afinal, que lugar melhor ele poderia escolher?
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7 de janeiro de 2012

A poesia necessária - XIV, isso é um pé de paraíso

foto vera luiza vaz

isso é um pé de paraíso 

vera luiza vaz

respiro ao vento
da primavera finda
lembrança vinda no ar
dança no cinamomo
galhos balançam
trazem da memória
tardes de verão...

leitura companheira
revista sesinho
vida de rua
anel de vidro
vicente guimarães
escritor
o vovô felício
autor da magia
mesclava alegria
aventura
pura imaginação...

à sombra do cinamomo
leitura
café
cuidado
pão...

gostosa saudade hoje traz
o balanço do cinamomo
isso é um pé de paraíso
na fala de outro vovô
esse não era fantasia
quando causos contava
sempre principiava
com a expressão
certa ocasião...

narrativa de respeito
voz impostada
linguagem rebuscada
trazia encantamento
ao ouvinte sempre atento...

cinamomo de ampla sombra
seus galhos foram suporte
pra balançar concretos sonhos...
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publicado em maude poesia
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6 de janeiro de 2012

Imagens do cotidiano - LI, Gata em teto de zinco quente


A gatinha Pepa - dentro de um saco de carvão, fotografada pelo Miro Weirich, lembra de cara a peça de Tennessee Williams, Cat on a hot tin roof (1955), traduzida para o português como Gata em teto de zinco quente. A peça ganhou o prêmio Pulitzer e, no cinema (1958), a história foi vivida por Elizabeth Taylor e Paul Newman. Essa Pepa escolheu um lugar bem inusitado para passar o reveillon ...


5 de janeiro de 2012

O Pôr do sol na minha cidade - XXXIII, Curral Alto


Maribel Felippe fotografou este pôr do sol na localidade de Curral Alto, município de Santa Vitória do Palmar, em janeiro de 2012.