21 de maio de 2012

A poesia necessária - XX, The end


Plateia do antigo Cine Glória - Bagé/RS

the end
ângelo alfonsin
.
após a palavra fim
as luzes da sala se acenderam
sem constrangimento
sobre a delicada claridade
que iluminava meu sonho
cuja fotografia
era de cinema
.
.

2 comentários:

Anônimo disse...

Um filme como "Amarcord" de Fellini é um sonho, ao vê-lo não sabia se tinha sido pura invenção de meu inconsciente, o fim do mundo era ter de "acordar" depois da palavra fim.

Abraço

Luiz Carlos Vaz disse...

Filme belíssimo, Ângelo... no início do roteiro, Fellini escreve esta evocação à memória:

A m’arcord

Al so, al so, al so
Che un om a zinquent’ann
L’ha sempra al mèni puloidi
E me a li lèv do, tre volti e dè,

Ma l’è sultènt s’a m vaid al mèni-sporchi.
Che me a m’arcord
Ad quand ch’a s’era burdèll.

traduzindo...

Eu me recordo

Eu sei, eu sei, eu sei
Que um homem de cinqüenta anos
Tem sempre as mãos limpas
E eu as lavo duas ou três vezes por dia

Mas é só quando vejo minhas mãos sujas
Que eu me recordo
De quando era rapaz