28 de novembro de 2013

As vovós e os vovôs estão na web! - 4 Anos Depois!!


(Quase passa batido nosso 4º Aniversário!!!)


Esta foi nossa primeira postagem, em 28/11/09:

Colegas da Velha Guarda do "Colégio Estadual de Bagé":

Não teve como resistir! Entramos na modernidade e criamos um Blog para interagir com todos que um dia passaram pelo Estadual. Tudo começou com a comunidade do Orkut "Passei pelo Carlos Kluwe", com o tópico "Alguém da Velha Guarda?", postado pelo colega Claudete. Como podem ver, a comunidade tem hoje 3.040 membros e esse tópico, que se refere ao pessoal da "antiga", é o que mais tem postagens: 308 mensagens no total, até agora há pouco, dia 28 de novembro de 2009. Vi, inclusive, que alguém da turma mais nova sugeriu que criássemos um fórum específico para tratar do nosso encontro dia 12 de dezembro pois estávamos monopolizando a Comunidade... Por isso resolvi criar este Blog. Ele não é meu. É nosso. É de todos que passaram pelo velho Estadual nos anos 50, 60, 70, por aí... Conto com toda a turma da velha guarda para postar contribuições de toda sorte como artigos, textos, fotografias, notícias e etc, que ajudem a ampliar nossos contatos com colegas que estão aí pelo mundo afora, que nunca esqueceram que um dia passaram sob o portão do antigo colégio onde estão, até hoje, dois cães em bronze: enquanto um descansa o outro vigia.

317.059 acessos depois, continuamos por aqui!!
Um abraço a todos e... obrigado!
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A torinói ló


O Ciclo "A Filosofia e o Cinema Existencial" exibirá, na próxima sexta-feira (dia 29 de Novembro), o filme "O cavalo de Turim", de Béla Tarr. Cineasta húngaro (1955), Tarr é autor de obras cinematográficas pouco conhecidas no Brasil, tais como "Danação" e "O tango de Satanás". O IV Ciclo de Cinema, promovido pelo Departamento de Filosofia da UFPel, sob a coordenação do professor dr. Luís Rubira, ocorre todas as sextas às 20h, no Centro de Integração do Mercosul, em Pelotas. A entrada é FRANCA (retire sua senha no local, no dia da sessão, em horário comercial).

A programação completa do CICLO está disponível na página da UFPel.

O CAVALO DE TURIM - A torinói ló, 2011, Hungria/França/Alemanha/Suíça/EUA. Direção: Béla Tarr. Com: János Derzsi, Erika Bók e Mihály Kormos.


Sinopse: Turim, janeiro de 1889. O filósofo Friedrich Nietzsche, que diagnosticar a "morte de Deus", mergulha no colapso psíquico. Caminhando pela rua, ele protege um cavalo para evitar que o animal seja espancado por seu dono. O destino de Nietzsche, nós o conhecemos. Mas, o que teria ocorrido com o animal? E com seu proprietário, que vivia no campo? Que significa a tempestade que desaba sem cessar na região onde ele mora? Seria ela "o mais inquietante dos hóspedes"... o niilismo?
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27 de novembro de 2013

Der Blaue Engel no curso de língua alemã


Hallo liebe Leute!
Convido-lhes este ano para assistir a um clássico do cinema alemão.
Willkommen!
Renata

Filme: O Anjo Azul, com Marlene Dietrich
Duração: 120min
Datas de projeção:
Terça-feira, 3 de dezembro – às 13h30min e às 18h30min
Quarta-feira, 4 de dezembro – às   15h30min
Quinta-feira, 5 de dezembro – às   8h30min
Local: Sede do Curso, Rua Andrade Neves, 1125 – Pelotas

 O Filme:


Apenas três anos depois do surgimento do cinema sonoro, em 10 de abril de 1930, estreou o filme que tornaria Marlene Dietrich – até então quase desconhecida – uma atriz famosa: O Anjo Azul (Der Blaue Engel). Direção de Josef von Sternberg. O filme baseia-se no romance “Professor Unrath”, do escritor alemão Heinrich Mann, irmão de Thomas Mann. La Dietrich é Lola-Lola, uma cantora de cabaré por quem o rígido e severo professor Unrath (Emil Jannings) acaba se apaixonando.

(Novas turmas do Curso de Língua e Cultura Alemã em Pelotas e São Lourenço do Sul, informações: renatadietrich@gmail.com – (53) 9114 9787)
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24 de novembro de 2013

Dallas, Texas, urgente ! - II, Aconteceu de novo! - 50 anos depois.

Oswald é atingido mortalmente frente às câmeras
 em Dallas, Texas. Foto obtida no Google


Dallas, Texas, urgente ! - II, Aconteceu de novo!

Hamilton Caio Vaz

"Aquele domingo, 24 de novembro de 1963, continuava em clima de consternação geral no mundo, estavam ocorrendo as visitas públicas ao corpo do presidente Kennedy, no Capitólio, o prédio do congresso americano.  Ele tinha sido assassinado por Lee Harvey Oswald na 6ª feira anterior, 22 de novembro.  O sepultamento seria no dia seguinte.

Esse dia transcorria aqui em ambiente pesaroso, quando, a exemplo daquela sexta-feira, novamente fomos sacudidos por notícias urgentes vindas de Dallas, Texas, informando que o suspeito da morte do presidente tinha sido baleado mortalmente por Jack Ruby, enquanto era transferido de presídio.  O inusitado do fato é que tudo ocorreu perante as câmeras cinematográficas e fotográficas dos repórteres, deixando todo mundo ainda mais perplexo. Ainda não tínhamos televisão em Bagé, as primeiras imagens olhamos nos jornais do dia seguinte, com as cenas que também ficaram históricas.  Mas, logo vimos no cinema, nas reportagens que passavam antes do início da sessão principal com os acontecimentos mais recentes.  Os filmes foram dramaticamente fiéis, onde se viam as cenas, o som do tiro e a contorção e grito de dor do Oswald, atingido no abdomem.  Essas imagens correram o mundo, naturalmente.

A lei penal americana é rígida, Jack Ruby acabou julgado e condenado, mas morreu na prisão no início de 1967, acometido por câncer, enquanto aguardava recurso da sentença.

Novamente, tal fato nos deixou espantados pela correlação entre eles, e enchendo todos de muitos porquês e muitas dúvidas.  Como sempre acontece nesses casos, "teorias da conspiração" se propagaram, tentando explicar esses acontecimentos em cadeia.

Foram episódios marcantes nos anos 60 na vida americana.  E ainda no ano seguinte ao da morte de Ruby, 1968, novamente dois assassinatos políticos aconteceram, com diferença de dois meses.  Em abril, foi do líder pacifista e ativista político Martin Luther King, e em junho do Senador Robert Kennedy, irmão do presidente John Kennedy, e que já fazia campanha como pré-candidato a presidente.

Mas a década de sessenta passou, outros homens desceram na lua, a ciência e a arte continuaram marcando as suas épocas e mais líderes tomaram o lugar dos que se foram passando para a história. 

A vida, claro, continuou. Mas toda vez que tocava a característica do correspondente Renner em edição extraordinária, todos silenciavam e prendiam a respiração na possibilidade de ouvir novamente outra notícia trágica vindo de
Dallas, Texas, urgente!"
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Publicado orinalmenbte em 24 de novembro de 2010 aqui no Blog da VG
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22 de novembro de 2013

Dallas, Texas, urgente! - 50 anos depois.

Numa época já com muitas filmadoras e máquinas fotográficas amadoras
os tiros que mataram o presidente Kennedy foram registrados
 em centenas de fotos, como nesta, obtida no Google


Dallas, Texas, urgente!

Hamilton Caio Vaz

"Naquela tarde de 22 de novembro de 1963, eu estava em casa estudando para as provas finais do 2º ano Científico do Colégio Estadual.  O quartel já havia me convocado para o serviço militar obrigatório, mas eu tinha conseguido dispensa de uns dias para estudar.  Como já era comum naquela época, o rádio ligado ao lado dava ritmo aos estudos.  Com a "era do rock" no auge, eu procurara no "dial" do aparelho um fundo musical mais suave para acompanhar minha revisão para as provas, e então escutava a antiga rádio Guaíba, onde tocava música mais apropriada para essa tarefa.  Era uma miscelânea de Ray Conniff, Lawrence Welk, Sarita Montiel, The Platters..., temperada com o chamado rock balada de Paul Anka, Pat Boone..., muitas trilhas de cinema e algumas músicas brasileiras. 

De repente, a música foi interrompida e entrou o "Correspondente Renner" em edição extraordinária, um noticiário bem conhecido da Guaíba, bradando:  "Dallas, Texas, urgente !", falando sobre um atentado contra o presidente americano John Kennedy, durante um desfile em carro aberto naquela cidade.  E seguiram várias outras chamadas urgentes, cada vez noticiando um quadro mais grave, até a notícia da morte do presidente, pouco tempo depois.  Naturalmente, esse dia de estudos terminou ali mesmo. Toda a minha família começou a acompanhar esse noticiário.  Foram momentos dramáticos, nunca mais esqueci.  Sempre ligado em datas e fatos, tenho relembrado anualmente também essa efeméride.

John Kennedy sucedera outro grande presidente, forjado na 2ª Guerra Mundial, o General Dwight Eisenhower, vindo de dois mandatos seguidos, que continuara enfrentando os duelos da guerra fria que começara logo após o fim da grande guerra, e que conseguira o final da guerra da Coreia em 1953, primeiro ano do seu governo.  Esse nome é o primeiro que lembro de ver nas manchetes dos jornais que meu pai assinava, e que eu lia literalmente em português, "eisenhover".  Eisenhower foi o General comandante supremo dos aliados, com a 2ª guerra já tomando um rumo final.  Kennedy também tinha participado dessa guerra, mas como um jovem Tenente da marinha, era uma nova geração que chegava, cheia de esperanças.

Nós, os jovens daquela época, queríamos um mundo novo, e o Kennedy parecia que representava, como líder da grande nação americana e do chamado mundo livre, um farol que indicava uma nova era de progresso.  O assassinato dele nesse dia, significava para nós o fim dessa ânsia por mudanças.

Também lembro que Juscelino Kubitschek e John Kennedy tiveram doze dias de mandatos coincidentes.  Kennedy assumiu o cargo, conforme a tradição americana, em 20 de janeiro, e Juscelino transmitiu o cargo para Jânio Quadros em 31 de janeiro de 1961, de acordo com a legislação daquela época. Portanto, quando os anos JK encerraram aqui, Kennedy estava há doze dias no poder.

A partir daquela tragédia, o mundo realmente começou a mudar, mas não da maneira como esperávamos com o novo presidente americano.  A Guerra Fria já tinha passado por um grande embate no primeiro ano Kennedy, quando em 1961 começou a construção do muro de Berlim, isolando o lado ocidental da cidade, do lado oriental controlado pelos soviéticos, para impedir a fuga de alemães orientais para Berlim Ocidental.  No ano seguinte estivemos à beira de um conflito nuclear, com a crise dos mísseis em Cuba.  Durante os treze dias que duraram o impasse, de 16 a 28 de outubro, esse era o assunto dominante em nossas aulas no Estadual, com a possibilidade de uma guerra atômica total estourar a qualquer momento.

Ao findar o ano seguinte, a esperança Kennedy sai de cena.   O vice Lyndon Johnson, que assumiu no seu lugar, alargou o horizonte da guerra do Vietnã, que já vinha de alguns anos com alguns confrontos, com o envio de grandes efetivos militares para a área conflagrada, a partir de 1965.  Essa guerra marcou os anos 60 e 70.  Naquela época, parecia para nós estudantes que a morte de Kennedy foi fator determinante para a grande extensão e duração desse conflito.  Com ele no governo, achávamos que a guerra não teria seguido esses rumos.

O final desses tumultuados anos 60 foi pelo menos amenizado, na nossa visão de estudante, com a corrida espacial entre os dois grandes, Estados Unidos e União Soviética, tendo como coroamento a descida do homem na Lua, em julho de 1969, e também porque essa meta da chegada de astronautas ao nosso satélite natural tinha sido planejada e prevista pelo governo Kennedy para o final daquela década.  E, claro, teve também, exatamente no mês seguinte ao da descida do homem na Lua, Woodstock...

Bem, os homens que mandam, mudam; as ideias mudam. Cabo Canaveral, na Flórida, onde estava situado o Centro Espacial, de onde partiam os grandes lançamentos de satélites e naves espaciais, mudou desse nome para Cabo Kennedy, assim como o local passou a se chamar Centro Espacial Kennedy, em homenagem ao ex-presidente.  Dez anos depois, voltou a ser novamente denominado de Cabo Canaveral, e a homenagem foi virtualmente para o espaço, embora o Centro Espacial continue com o nome Kennedy.

Assim como nos dias de hoje, os grandes acontecimentos de repercussão nacional e mundial daqueles anos, que não foram poucos, ajudaram a moldar a nossa têmpera e nosso caráter, para tomarmos o lugar de nossos pais nas décadas posteriores e seguirmos o ciclo da vida.  Hoje estamos investidos dessa responsabilidade de ajudar a mostrar o caminho para nossos filhos, e até para os netos, sempre procurando aperfeiçoar esse mundo, e sobretudo na procura da abolição da violência e na eterna busca da paz mundial."
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Publicado originalmente em 22 de nobembro de 2010, aqui no Blog da VG

O Blog pergunta: 

Onde você estava quando soube do atentado ao presidente Kennedy ?


Responda em "Comentários"
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15 de novembro de 2013

O repouso do Guerreiro

Fotografia: acervo particular de Félix Azambuja Contreiras Rodrigues


O repouso do Guerreiro

Luiz Carlos Vaz

Talvez o mais lembrado professor do Estadual seja o Professor Contreiras. Eduardo Contreiras Rodrigues, nascido na França em 25 de janeiro de 1917, quando o pai, Félix, estudava e lecionava na Sorbone, viveu, ensinou e contribuiu para a formação de milhares de jovens bageenses durante décadas, mesmo antes da fundação do nosso Colégio Estadual, atuando em outros educandários, como o Ginásio Auxiliadora e o Colégio Espírito Santo.

Quando entrava em sala de aula era como se, junto com ele, viesse toda a sabedoria do mundo.  O doce aroma que exalava da fumaça de seu cachimbo Peterson inebriava a todos nós. Seu grande bigode que emoldurava seu sorriso emprestava-lhe um ar de nobreza. Sábio como poucos no trato com os alunos mais salientes retrucava uma piadinha mais esperta, dita em meio a um assunto sério, a ponto de deixar o colega piadista em apuros.

Quando não trazia o Mapa Mundo para dependurar sobre o quadro-negro, traçava-o a giz, com maestria absoluta, não esquecendo nem de pequenas ilhotas nas Antilhas, no Pacífico ou no Caribe. Dominava seu tema de aula - e outras tantas ciências - num tempo em que os sábios sabiam quase tudo.

Caminhava lentamente, como que em constante concentração e meditação sobre coisas deste e de outros mundos. Usava ternos alinhados, gravatas discretas e pesados óculos de aro de tartaruga. Foi, sem dúvida, uma das figuras mais marcantes da nossa juventude.

Um dia se retirou, deu por finalizada sua tarefa de professor em sala de aula. Admirador da natureza pôde dedicar-se totalmente à Maragata, sua propriedade no Uruguai, onde plantou e cultivou vários bosques que iam recebendo nomes conforme homenageava lugares, fatos ou pessoas. Assim surgiram, entre outros, o Bosque Francês, o Dos Netos, o Pedras Altas, este último em homenagem a seu amigo maragato, do Partido Libertador, Assis Brasil. Cultivava nesses bosques da Maragata espécies exóticas de toda a parte do mundo, mundo esse que tão bem situava para nós em suas aulas de Geografia.

Num desses momentos de descanso foi fotografado pelo filho Félix, em seu escritório, lendo o jornal do dia e escutando notícias no velho rádio que havia adquirido para acompanhar a Copa de 70. O pacote de fumo, sobre a tulha da lenha, mostra que o velho hábito que encantava os seus alunos ainda era mantido.

Em 24 de maio de 2005 faleceu em Bagé este francês/brasileiro/gaúcho, que foi casado com Dolores Azambuja Contreiras Rodrigues, a Dona Lola, com quem teve oito filhos: Félix, Paulo, Corina, Hugo, Maria, Lúcia, Luís e José.


Esta cena no escritório, em meio aos livros, objetos de arte e muitas recordações, não pode ter outro nome que não seja O repouso do Guerreiro.
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NOTA: Fotografia feita pelo filho Félix e enviada ao Blog por Zé Contreiras; dados biográficos conferidos com Maria Azambuja Contreiras Rodrigues.
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14 de novembro de 2013

É Cam-pe-ão!! - Parte II, as embaixadinhas

Arquivo José Luiz Salvadoretti


É Cam-pe-ão!! - Parte II, as embaixadinhas

Para o nosso time chegar ao título de Campeão de 1969 foi preciso muitos treinos e craques, como mostra mais esta foto dos arquivos implacáveis do José Luiz Salvadoretti.  Nela estão dois dos nossos craques fazendo antes do jogo umas embaixadinhas só para aquecer a musculatura. Henrique Oswaldo Camargo Nunes, com a bola, sob o olhar atento do José Carlos da Silveira Osório. 

E o Felipão não vê isso...
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13 de novembro de 2013

A última Noite do Bianchetti - Epitáfio


Sírio Bianchetti de Oliveira - 22/09/1927 - 13/10/2013
Homenagem do Blog pela passagem do 30º dia de falecimento do
seu Bianchettti, cujo nome está ligado afetivamente
à história do nosso Colégio Estadual de Bagé

A última Noite do Bianchetti - Epitáfio

Gerson Barreto de Oliveira

Meu pai se foi numa manhã de Primavera. Há poucos dias ele havia completado seus 86 anos da forma que sempre quis. Como se encontrava estável, me atrevi e fiz uma festa, quando esteve rodeado da família e de três amigos do peito que vieram de Bagé até São Gabriel.

Há dois anos em São gabriel, onde agora residia, a festa, no entanto, seria perfeita se fosse na sua Bagé, mas as condições de saúde já o impediam de viajar.

Duas de suas mais marcantes características: a amizade incondicional aos seus amigos e a sua generosidade. Mantinha sempre o eterno bom humor. Na sua festa de aniversário me pareceu inicialmente que a doença o havia limitado para sempre. Como a gente se engana. Ao sentir o clima de festa, família, amigos, a comida boa e feita com esmero, aliada à beleza do local, o "seu Bianchetti " despertou mais uma vez. Ficamos felizes, pois ditos e cantorias das caçadas e pescarias estavam sendo novamente entoados. Nunca se sabe qual é o momento final, se está longe ou é para logo, e  esse dia (21/09/13) acabou sendo sua despedida. Não me cabe aqui tecer loas. Sou filho, e pai é Herói, e assim será sempre. Mas relembrando a postagem "A ùltima Noite do Bianchetti", chegou a mim o material que o "Madeirinha" leu em alta voz naquela noite, de cima de uma cadeira, A Última do Restaurante Esquina Bianchetti, e que foi publicado no Correio do Sul, em 10 de novembro de 1988:

"Recentemente, como noticiamos, ocorreu o cessamento das atividades do tradicional ESQUINA BIANCHETTI, que por muitos anos foi ponto de encontro dos bageenses. Nessa ocasião, o chamado Plenário da Pecuária realizou ali sua última reunião, tendo um dos seus integrantes, o Dr. José Flávio Duarte Madeira, proferido a seguinte manifestação:

Senhores, encerra-se nesta noite de outubro, em plena primavera, um ciclo que por sua natureza ímpar e majestosa vai marcar época e deixar saudades.

Por 16 anos, nestas paredes, a pecuária e a lavoura tiveram mais impulso que nos gabinetes dos tecnocratas, ou nas assembleias de classe. Por 16 anos, sob a mediação serena e imparcial do Parente, uma verdadeira bolsa de valores da pecuária existiu nesse local. O preço do boi, da vaca gorda, o peso das carcaças, o peso dos novilhos, o número de Cotas Hilton, o número de selecionados, a tatuagem dos carneiros, o cio das borregas do plantel, a média dos velos, a percentagem de cordeiros assinalados, os financiamentos pelo EGF, as máquinas que quebram, os estouros nos bancos, a mulher do próximo, as conquistas dos solteiros, as fugidas dos casados, etc.

Aqui, campos foram comprados, e aqui campos foram divididos, arrendados, mas o importante é fazer o espetáculo continuar. E a boa vontade valia mais que a verdadeira idade do boi, fosse quem fosse o seu dono.

Sopa de colas de cordeiro, grãos de touro assado nas cinzas da lareira, mulita, perdiz, trairas, jundiás, aqui foram devorados como se estivéssemos no Maxim’s, em Paris.

Enfim, aqui, Parente, hoje toda essa turma te abraça, mesmo que mudes a profissão sempre estaremos contigo ali no Cunhatay, ou em Bagé, e por isso, ao acabar estas humildes laudas, em nome de todos te digo valeu, Parente.

Nota: A expressão Parente é dirigida a Sirio Bianchetti de Oliveira. O final deste discurso foi com fundo musical de uma valsa de Strauss e brindado com champanhe francês."
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9 de novembro de 2013

É Cam-pe-ão !!

O Time Campeão de 1969 e sua fiel torcida.
A minha Medalha. No detalhe do verso a data de 11/69

Em mais uma incursão aos arquivos implacáveis, o José Luiz Salvadoretti achou esta foto tirada no fim do Campeonato de Futebol de Salão de 1969. Nos sagramos Campeões, claro, na formação de um time “imbatível” dos guris do 2º ano do Curso Científico do Estadual. Tão logo recebi a foto, fui a cata da minha Medalha de Campeão. Achei. Matei a cobra, naquele ano, e agora, em 2013, mostro o pau. No verso, quase apagada pelo tempo, a data de “11/69”. São 44 anos desta conquista memorável... Na foto, onde já não lembramos o nome de todos os colegas, aparecem três grandes amigos que já nos deixaram. O Roberval, o Ovídio e, mais recentemente, o Henrique Oswaldo.


C'est la vie, como diria Madame Louise...
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Nesta foto, alguns colegas identificados. Quem poder ajudar...

1. Boaventura ...
2. Roberval Lannes de Carvalho
3.
4. Ari Gilberto Müller (identificado pelo Tatalo)
5. Henrique Oswaldo Camargo Nunes
6. Paulo Antonio Barros de Oliveira
7. 
8. Ovídio Ávila
9. Antonio Flávio de Oliveira Preza - Fubica
10. Luiz Carlos dos Santos Vaz
11. Renato Carneiro de Borba (identificado pelo Tatalo)
12. José Carlos da Silveira Osório - Tatalo
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8 de novembro de 2013

Palavreio, o novo CD de Leandro Maia


Domingo, 10 de novembro,
tem lançamento, na 59ª Feira do Livro de Porto Alegre,
 do CD Palavreio, de Leandro Maia.


Texto de presentação do CD Palavreio, que ganhei do professor  Leandro Maia:
"Porto-alegrense, nascido Leandro Ernesto Maia, no dia 23 de agosto de 1979, em Caxias do Sul, RS. Estudou Direito, mas formou-se em Música e fez mestrado em Letras. É professor de música, violonista e cantor. Acredita que a canção é uma forma de pensar à brasileira e acha que o que faz é grande coisa."


Contatos com o autor: palavreio.blogspot.com ou palavreio@gmail.com


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7 de novembro de 2013

L’amour


O Ciclo "A Filosofia e o Cinema Existencial" exibirá, na próxima sexta-feira, dia 8 de Novembro, o filme "O amor", de Michael Haneke. Cineasta austríaco (1942), Haneke é autor de obras cinematográficas como "Caché" e "A fita branca". O IV Ciclo de Cinema, promovido pelo Departamento de Filosofia da UFPel, sob a coordenação do professor dr. Luís Rubira, ocorre todas as sextas às 20h, no Centro de Integração do Mercosul, em Pelotas. A entrada é FRANCA (retire sua senha no local, no dia da sessão, em horário comercial).

A programação completa do CICLO está disponível na página da UFPel.


O AMOR, L’amour, 2012, França/Alemanha/Áustria. Direção: Michael Haneke. Com: Jean-Louis Trintignant, Emmanuelle Riva e Isabelle Huppert.
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4 de novembro de 2013

Fenelon, o Gurizinho da Madame

Arquivo pessoal Fenelon Marimon da Cunha

Fenelon, o Gurizinho da Madame
Uma homenagem à Madame Louise

Fenelon Marimon da Cunha

10 de fevereiro de l945 – Nasci prematuro numa segunda-feira de carnaval na Casa de Saúde Dr. Mário Araújo. Recebi o nome de FENELON, escritor francês do século XVII ligado à educação, nome de rua, educandário e outros estabelecimentos em Paris. Meus pais moravam em Seival e por precaução médica, minha mãe ficou hospedada por um tempo na casa de uns tios.

01 de março de 1957- Inicio do Curso Ginasial no Estadual. Primeiro dia de aula de Francês. Madame Louise, francesa de nascimento, faz a chamada:

– FENELON – mon enfant cherri. Me beija, me abraça. Quando tu nasceste, morava perto dos teus tios, tu parecias um ratinho de tão pequenino, cabias numa caixa de sapato, hoje taí um belo dum guri; te peguei muito no colo.

Nas primeiras aulas sempre era aquela atenção e palavras carinhosas para comigo. Óbvio, no bullying da época, fiquei sendo chamado e conhecido como o Gurizinho da Madame. É lógico, que como adolescente aquilo me incomodava mas, mesmo com um nome diferente, apelidos na familia, na zona, no colégio e no trabalho não pegaram. Hoje, com a experiência da vida, reconheço que não correspondi ao carinho que Madame Louise tinha para comigo, por isso o Gurizinho da Madame deixa registrada esta  passagem  pelo Estadual como homenagem àquela querida Mestra.

Fenelon Marimon da Cunha
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3 de novembro de 2013

Ausentes da festa

Ilustração Alfredo Aquino

AUSENTES DA FESTA
Mariana Ianelli


O talento inimitável que tinha o avô para reunir quatro gerações da família ao redor de uma travessa de spaguetti ao pesto. A casa era a coxia do mundo, uma zoeira de vozes, de copos se entrechocando, um vagalumear de crianças numa patuscada italiana. Agora é como se voltassem todos. A bisavó aninhada no sofá, tão bonita no seu casaquinho roxo, o tio-avô sentado à mesa com aquele jeito de Capitão Tornado, teatral, delirante, sempre gesticulando, a tia-avó chegando aos poucos, preparando o seu radar para os assuntos de alcova, preferencialmente os mais embaraçosos, os mais picantes, e o avô, nosso Don Corleone, com sua batuta de olhos verdes regendo à distância a órbita dos filhos e dos netos sem dizer uma palavra. 

É como se voltassem todos, alguém abrisse o velho piano e a música recompusesse nosso caminho entre as estátuas, e o arco da folhagem até o portão de entrada fizesse sombra ao nosso passo, como se tudo se erguesse de novo dentro daquela sala, o relógio de pêndulo do destempo da infância, a fileira embaçada dos retratos, o bandolim na parede, o cocar azul e branco, como se o chão crepitasse, e a injustiça fosse nossa, de pensar que agora é tarde, que estão todos mortos, que a casa está vazia, pronta para ser demolida, e ali pode crescer um prédio de vinte, trinta andares, com balaústres enfeitando os terraços, e que será apenas mais um prédio monstruoso na cidade, não a erupção do nosso columbário.

A verdade é que um ciclo se fecha, outro se abre, e assim a casa vai ficando cada vez mais animada, agora já vêm os parentes distantes, os amigos que há muito não davam notícias, vão chegando também as mulheres e até mesmo uma criança, todos ali esperando, esperando ansiosamente, como se os ausentes da festa, por enquanto, fôssemos nós.
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Mais de Mariana Ianelli AQUI
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2 de novembro de 2013

Diário da guerrilha

Foto LC Vaz (São José do Norte/RS)

Diário da guerrilha
Angelo Alfonsin


primeiro os cães
e os gatos
depois o pai e a mãe
aos poucos os poucos
raros amigos
e mais cedo ainda os sonhos
se vão para sempre
como se tudo jamais tivesse
existido a não ser em sonho
o que restou de mim
não ocupa o vazio
da cadeira vazia
as mesas nunca mais vestiram
toalhas de festa
as flores mudaram-se
para o jardim das formigas
as frutas perderam
o gosto da inocência
com as mordidas insípidas
da vida adulta
dias cinzas
noites em claro
atrás de vogais gagás
consoantes que não soam
os poemas viram pó
atrás de mundos
que não existem mais
as tardes já vão tarde
os sofás fazem sala
para as paredes
na mesa do café a xícara
transborda num silêncio
fumegante
as reminiscências
arrastam correntes
pelos porões da memória
a lua cheia enche a noite
de lua
o sol quando abre a janela
traz uma fatia do dia
com cheiro de novo

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Mais de Angelo Alfonsin, AQUI
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1 de novembro de 2013

Um desenho do Zé Carioca em Bagé

Arquivo pessoal Cid Marinho
Ainda sobre a morte de Renato Canini: o Cid Marinho nos lembra que ele fez este desenho, com dedicatória e tudo mais, especialmente para seu neto, agora neste mês de Setembro.


"Gonçalinho! 
Seja bem-vindo!
Que Deus te abençôe
muito, muito, junto
a todos teus queridos!
Um abraço do CANINI 
e da Lourdes.
 Set 2013".
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Arquivo pessoal Cid Marinho


Neste outro, feito em Pelotas, em 2004, Canini coloca o Zé Carioca na rua do Cid...
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