25 de dezembro de 2013

Natal - Palavra Mágica!


Natal - Palavra Mágica!

J.J. Oliveira Gonçalves

Em minha meninice, Natal era uma palavra mágica. No Ocaso de meus dias, ainda o é. A palavra continua mágica. Todavia, ganhou novas nuanças. Nuanças tecidas pelo porfiar ao longa da Caminhada. Um porfiar debruado de Distâncias. Vazios. Saudades. Emoções. Infelizmente, Emoções doloridas - no mais das vezes.

Para mim, ler, ver, ou simplesmente ouvir a palavra Natal, faz surgirem imagens e mais imagens - cenas pretéritas de alegria e encantamento. São objetos. Lugares. Animais. Pessoas. Lembranças de igrejas. Corais. Anjos. Sinto aromas incensados de místicos Rituais. Ouço corais divinos - e os vejo vestidos com seus uniformes  bem passados e irretocáveis.

Ah, há tantas faces ao meu redor. Sou apenas uma criança. Um menino. Sou uma Inocência nesse mundo mágico da palavra Natal. Não há medos. Há confiança. Há Esperança no coração de um menino. Um menino que é feliz. Porque a Dor, aí, ainda é física. Uma doença passageira. Um machucado. Esse menino ainda não conhece o Vazio. Nem a Distância. Embora, já tenha delineada em si uma espécie de Saudade... Já é um menino que começa a gostar de Sonhar. Seus Sonhos engatinham... E os fiapos de nuvens - que brincam no céu - são já Metáforas desajeitadas de futuros Devaneios...

O menino galopou no dorso irreversível do Tempo. Fez-se grisalho. E cheio de Lembranças. Fez-se doído. E, feito um cão, olha compassivamente o horizonte - com olhos espichados - a lamber, vagarosamente, seus machucados... Cabelos de luar, aquele menino esconde o que ainda resta de seus Sonhos. São Sonhos de Cristal. Extremamente frágeis. Quebram-se... de nada. De nada, fazem-se Éter. Fantasmas tristes. Espíritos diluídos em Luz. Que eram Sonhos bons. Mágicos. Benfazejos.

Sim. Esta pequena crônica pode parecer triste. Ou, é triste. Alguns a compreenderão, Outros, não. Isso, no entanto, não me afeta. Tenho que cumprir o que me mandaram, aqui, fazer. Se alguns não entendem... nem eu entendo, às vezes... Afinal, o que é a Vida? O que são os Sonhos? O que são as Dores? O que é o Amor? O que, é, enfim, o Natal? Bem, o Natal é uma palavra Mágica. Lembra Jesus. Maria. José. A estrebaria e os animais. A Manjedoura. A Estrela de 14 Pontas. Os 3 Reis magos. Lembra Papai Noel - a quem num pequeno poema, apelidei de "O Bom Velhinho". Sim. Entre tanto que vi, li, aprendi, Natal é um "Espírito". Tanto que dizem "o Espírito de Natal".  Lamentavelmente, esse "espírito" que a maioria apregoa, (mas não pratica!), é esquecido, passado o Aniversário do Menino-Deus! Não é verdade? É. Porque o "Espírito de Natal" deveria perdurar, (ou resistir?), durante todos os dias do ano! Ou melhor: todos os dias de nossa vida!!


FELIZ NATAL!!

2 comentários:

Anônimo disse...

Pois, Vaz...
Aqui chego para agradecer-te, por esta e por outras tantas vezes em que divulgas, em nosso democrático e reminiscente "Velha Guarda", um texto meu. Se a memória não me falha, (e anda meio que falhando), descobri o "VG", há dois anos, navegando nas imagens do "google", quando encontrei aquela foto histórica do meu colega, e amigo de Ginásio e Científico, Ivoncléu Monteiro. É a foto de formatura do Ivoncléu no Curso de Normalista. Tal achado me inspirou a que entrasse em contato contigo, via "e-mail". Desde então, depois das apresentações de praxe, passei a freqüentar o BLOG, lendo e comentando sobre algumas postagens. Em seguida, comecei a ver - com surpresa e satisfação - também meus textos, aí, publicados.
De vez em quando, Vaz, eu meio que tomo um chá-de-sumiço... (Coisas minhas.) Mas, sempre retorno. Aliás, gosto muito de passear por aqui. Aqui, passeio por entre Memórias que estão vivas - em meus Sentidos e em meus Sentimentos!
Vaz: não imaginas como é prazeroso ver essa foto (banner?)com que ilustras a crônica, com aquela frase poético-filosófica ali escrita, tão bem "casada" com a imagem! Como escrevi, as Memórias em nosso "Velha Guarda do Estadual" estão vivas... Em meu jeito de ser - e em minhas Saudades! - "bem vivas"... Pois, imagem e frase me levaram justamente àquele cenário pretérito, (quando a vida era calma porque o boi era manso), que conheço muito bem - e que me devolve e envolve em lembranças suspirosas e mui queridas...
E fico, por aqui, amigo Vaz... Com minhas pieguices, quem sabe... Mas que são eu!
Com franciscano abraço!
JJ!

Luiz Carlos Vaz disse...

Pois JJ, o Hamilton anda à cata do Ivoncléo, lá por Bagé. Já achou uns parentes. Um texto dele, aqui no VG, seria de grande valor para nós todos. Hoje (27/12/13) temos uma postagem sobre os 50 anos de formatura dos ginasianos de 63...
Um abraço, a casa é tua.
Vaz