24 de maio de 2014

A família Bianchetti em Bagé

O patriarca Alfredo, com a mulher Paulina, filhos, 
e o genro (o pai do meu pai). As irmãs do pai do Glênio (e da minha avó paterna) estão na ordem da esquerda para direita: Joana, Lourdes, bisavó Paulina Cabrera Bianchetti (portuguesa da Ilha da Madeira), Seraphina, o menino "Bolinha", meu avô Ataliba Oliveira, atrás o bisavô Alfredo Bianchetti (de camisa branca), Julieta (sentada), atrás outra pessoa não identificada.


A família Bianchetti em Bagé

Gerson Luis Guasque Barreto de Oliveira

Com a unificação dos diversos reinos da Itália, na segunda metade do século XIX, as guerras de libertação do Império Austro Húngaro, e a questão fundiária naquele país, levou os pequenos proprietários a perderem suas terras. A batalha dizimou as plantações, e grande parte da população emigrou para "faire la América".

Uma grande parte foi para os Estados Unidos e Argentina, mas houve uma maciça concentração no nosso país, mais especificamente em São Paulo, por causa das plantações de café. Os agricultores, acostumados ao cultivo da terra, ficavam entusiasmados com as possibilidades que a fluorescente e rica região oferecia.

Nossa Bagé também teve o seu quinhão de italianos, gente que saiu em busca do seu chão veio parar aqui na fronteira. E entre eles estava a família de Pedro Bianchetti, seus irmãos tinham ficado em Minas Gerais, onde começaram o trabalho em fabricar cerâmica. Mas Alfredo era turrão, e aqui ficou, veio com ele toda a família, sendo que o avô do meu pai era um dos filhos, este se chamava Alfredo Bianchetti.

Bisavó Paulina Cabrera Bianchetti, amada por toda a família.

Pedro era marceneiro e uma de suas obras em Bagé, segundo a tradição oral familiar, foi a fabricação junto aos filhos das portas do Clube Caixeiral, prédio grandioso projetado por Pedro Obino. Pena que as portas atualmente estejam merecendo um cuidado especial, deveriam ser lixadas para que a madeira de lei aparecesse, e valorizasse o precioso trabalho. Pedro com certeza esculpiu portas de madeira na sua Itália natal, fazendo as de igrejas e prédios públicos. Ele vem a ser o bisavô do meu pai, e do talentoso pintor Glênio Bianchetti, recentemente falecidos.

Seria este escultor/artesão um dos germes do gênio bageense da pintura, o pintor da via sacra da Capela de Santa Thereza de Ávila? Pode ser, são outros tempos.

Minhas tias avós falavam do pai, e do avô, com temor, o pai delas era de um gênio irascível, um verdadeiro "pai patrone", dado a gestos turbulentos. Mas patriarca de muitos filhos gostava de tê-los todos por perto, e incutia em todos o valor do trabalho duro.

O pai do Glênio, Pedro Bianchetti

Veio a II Grande Guerra, os italianos emigrados entraram em pânico quando o Brasil entrou ao lado dos Aliados no conflito, todos os documentos foram destruídos, pois havia o medo de represálias, e a bisavó Paulina numa tarde incinerou todo o passado familiar numa fogueira no forno à lenha onde assava os pães para a grande prole de filhos.

Elas, as tias, e minha avó Pepa, eram fantásticas cozinheiras, direcionando a cozinha dos estabelecimentos comerciais que o tio Pedrinho criava, homem enorme, mas por ter o nome do avô carregou o seu próprio nome no diminutivo por toda a vida.


Tio Pedrinho e o meu pai eram figuras queridas na cidade, gostavam da mesa farta da comida bem feita, com certeza hábito adquirido pelas massas, caldos, escabeches, assados, em que as mulheres Bianchetti brilhavam como artistas.
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22 de maio de 2014

Tinha que ser em Bagé - XIV, Pé de macho

Crédito das fotos: Cláudio Reis/BrasilienseFC.com.br

Essa foi publicada no UOL esporte:

André Luís, ex-zagueiro do Santos e Botafogo, descobre que jogou 20 anos com caco de vidro no pé. (Esse caco tinha que ser de Bagé!)

Famoso pelo temperamento quente dentro de campo, André Luís descobriu um problema que o atrapalhava dentro de campo há 20 anos. Após uma consulta a podóloga do Brasiliense, seu atual clube, descobriu que o incômodo que tinha no pé era um caco de vidro.


“Quando fui à podóloga, ela me disse que não era um calo, mas sim um caco de vidro e que ela não conseguia tirar, por ser muito grande. Fui a outro médico e acabei tirando ele'', disse André Luis em entrevista ao site do Brasiliense.

Segundo o jogador, o caco de vidro estava em seu pé há 20 anos. O incidente citado pelo zagueiro aconteceu quando ele tinha 14 anos, em Bagé, interior do Rio Grande do Sul.

“Estava jogando bola, descalço, e a bola foi para o mato. Quando fui pegá-la, acabei pisando em uma garrafa que estava quebrada”, contou o atleta.

Após ter o caco de vidro retirado de seu pé, André Luis levou três pontos no pé direito e terá de ficar sem treinar até a próxima sexta-feira.


Bicampeão brasileiro pelo Santos, em 2002 e 2004, o zagueiro teve uma carreira marcado por confusões como no duelo contra o Estudiantes, quando defendia o Botafogo, em que deu amarelo para o árbitro da partida e foi expulso do jogo. Também pelo clube carioca, o atleta chegou a ser preso no duelo contra o Náutico, nos Aflitos.
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21 de maio de 2014

Nosso Mercado Público há 100 anos atrás


O colega Olmiro chama nossa atenção para a matéria publicada hoje, 21 de maio de 2014, na seção "Há um século no Correio do Povo".

Valeu a dica, colega, um abraço.

13 de maio de 2014

O pôr do sol na minha cidade - XLI, Sunset in Amman

Foto by Samira Paz Mahmud


Sunset in Amman

With this beautiful photo taken by my cousin Samira Paz Mahmoud in Amman, we return with the  "sunset in my city" series.

10 de maio de 2014

A Mãe do Badanha


Uma das mães mais lembradas nos meus tempos de guri do Colégio Estadual, era a Mãe do Badanha. Esta senhora, que não conhecíamos, era citada em diversas ocasiões. Se dizia, por exemplo, durante um jogo: "vai chutar a canela da Mãe do Badanha"; ou "vai encher a mãe do Badanha"; e numa sabatina: "isso, nem a mãe do Badanha sabe"... e por aí afora.

Hoje, em mais um Dia das Mães, lembrei dela. Da Mãe do Badanha.

Mas quem foi o Badanha? E mais, quem foi a Mãe dele? A mãe do Badanha. A tão citada senhora, hoje já caiu no esquecimento dos mais jovens, pois a quantidade de expressões cheias de “nomes feios” usadas agora deixariam a mãe dele, a do Badanha, corada. Mudou a linguagem. Com a mudança veio também a folga para a senhora que deu à luz ao Badanha.

Mas, para esclarecer, afirmo que o Badanha existiu. É vero! Não sei ainda seu primeiro nome. Só o sobrenome, Badagna. Mama mia, o danado era oriundi. De Badagna, virou Badanha. Jogou em Porto Alegre, no Grêmio, na temporada de 1943. Reza a lenda que sua mãe era quem fiscalizava os contratos, e toda papelada passava primeiro por ela. A mãe do Badagna era uma legítima mama italiana. Capisce?

Mas nem era para tanto, pois o Badagna fez carreira curta do Tricolor. Ele era um center-half mediano, e em seguida já estava em casa  aiutando la madre a fare gli spaghetti di Domenica.

Mas, durante o tempo em que esteve contratado, ela reclamava tanto, de tudo, que o pessoal da diretoria, das finanças, já dizia para todos que reclamavam alguma coisa: Ora, vai reclamar para a mãe do Badanha!!

Um abraço a todas as mães em mais este Dia das Mães.


Inclusive para a Madre di Badagna. (Non importa il posto).
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Fonte: vários sites sobre a história do GFPA
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7 de maio de 2014

Bianchetti no Congresso Nacional - II, a sessão

Senador Cristovam Buarque foi um dos proponentes da sessão
 que lembrou o artista bageense. Foto: Geraldo Magela

O artista plástico Glênio Bianchetti, falecido em fevereiro deste ano, aos 86 anos, foi homenageado em sessão solene do Congresso ontem. Considerado um dos grandes nomes da arte brasileira contemporânea, ele foi elogiado por parlamentares, amigos e admiradores.

A cerimônia, no Plenário do Senado, contou também com a presença da esposa de Bianchetti, Ailema de Bem, filhos e netos.

Nos depoimentos, um ponto comum foi o reconhecimento não apenas dos múltiplos talentos, mas também da dimensão humana, da visão social e da coragem do artista. Um dos fatos citados foi o pedido de exoneração da Universidade de Brasília, onde ingressou em 1962, compondo o grupo de professores mobilizados pelo fundador Darcy Ribeiro. Mesmo com seis filhos para criar, Bianchetti optou por sair, em solidariedade a colegas cassados pelo regime militar.

— Ele foi um inconformado, uma qualidade que, temos de reconhecer, falta muito hoje em dia, quando as pessoas se acomodam por crerem que não podem mudar as coisas — afirmou o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).

Ana Amélia (PP-RS) observou que Bianchetti era um artista completo, sendo apontado como “gênio”, dada a diversidade de expressões artísticas que explorou. Além de pintor, foi gravador, ilustrador, tapeceiro e desenhista. Para registrar a admiração, Paulo Paim (PT), também da bancada gaúcha, criou e leu um poema dedicado ao artista por ele considerado um “baluarte” dos direitos humanos no país.


Fonte Jornal do Senado

5 de maio de 2014

Bianchetti no Congresso Nacional


Neste dia 6 de Maio haverá Sessão Solene do Congresso Nacional em homenagem a Glênio Bianchetti, (Bagé, 15/01/1928 - Brasília, 18/02/2014). O início da sessão está marcado para às 12 horas.
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1 de maio de 2014

Dia do Trabalho


Esta imagem feita pelo fotógrafo Charles C. Ebbets no dia 20 de setembro de 1932, foi publicada pela primeira vez no jornal New York Herald Tribune em 2 de outubro do mesmo ano. A foto é bastante conhecida no mundo da fotografia e já foi tida como uma “montagem”, assunto que foi vencido quando o negativo – em vidro - (hoje quebrado em 4 partes) foi estudado por especialistas.

 É nossa homenagem ao Dia do Trabalho, neste ano de 2014.
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