18 de junho de 2015

Cal Max



Foto Luiz Carlos Vaz
CAL MAX

Sergio Vaz

Max nasceu pobre,
Na verdade
Nasceu Maximiliano
Da Silva Nobre.

Curtido na pedra
Criou-se vidraça.

Como o pai
Também era pintor,
Mas nada de Picasso,
Van Gogh ou Portinari.
Pintava parede, mansão,
Muro e pé de árvore.

Não tinha sonhos,
Mas se sonhasse
Seriam pretos
Seriam brancos
Cinzas de fato.

Morava em bairro comunista
Os vizinhos tinham em comum
A mesma miséria.

As mãos grossas
Nunca fizeram carinho,
Pra ele? Frescura.

No enterro
Depois que caiu do andaime,
Pouca gente
Pouco choro,
Nenhuma madame.

Lembranças?
Só a última pá de cal.
Jaz.
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Do livro "Colecionador de pedras", Global Editora
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