A leitura de Dickens é fundamental para a formação de jovens leitores |
Há duzentos anos nascia Charles Dickens, o mais popular dos romancistas ingleses da era vitoriana. Nascido em família de classe média, o que lhe possibilitou frequentar uma boa escola, Dickens, desde muito cedo, dedicou-se à leitura de clássicos como Dom Quixote, As mil e uma noites, e as obras de Daniel Defoe. Após a prisão do pai, considerado perdulário por ter feito muitas dívidas, e que havia desperdiçado os últimos recursos no intuito de manter um padrão de vida que já não podia, a biblioteca particular que a família possuía teve de ser vendida e o menino Dickens, aos 12 anos, começou a trabalhar em uma fábrica para sustentar a casa. As más condições de trabalho da classe operária inglesa, as quais Dickens conhecera por experiência própria, viriam depois a constituir-se tema recorrente em suas obras. Tendo trabalhado ainda em um escritório de advocacia, e também como jornalista, funções nas quais não se encontrou, Dickens, com pouco mais de vinte anos, se tornaria um escritor conhecido com a obra The Pickwich papers (Os documentos póstumos do clube Pickwick).
Seu romance mais popular, que para os conhecedores de sua obra é notadamente autobiográfico, é David Copperfield, que narra a vida de um rapaz desde a infância até a maturidade. Já Oliver Twist, outra de suas obras mais apreciadas, conta as aventuras e desventuras de um jovem órfão tendo como pano de fundo o fenômeno da delinquência provocada pelas condições precárias da sociedade inglesa vitoriana. Apesar de muitos de seus críticos argumentarem que sua obra privilegiava o entretenimento e não o realismo, Dickens sempre procurou denunciar o sofrimento dos pobres e satirizar a sociedade que permitia que tal injustiça acontecesse. A nove de junho de 1870, morreria Charles Dickens, aos 58 anos, como um dos maiores autores da literatura mundial, sendo até hoje um dos escritores ingleses mais lidos e apreciados.
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Maribel Felippe
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3 comentários:
Londres prepara uma fantástica exposição sobre os 200 de Charles Dickens, restaurando seus manuscritos, que estão sendo expostos no maior cuidado.
Eu tive o privilégio de ler suas obras na época certa, antes da adolescência.
E seria muito bom que aqui no Brasil se fizesse o mesmo com os gigantes que temos, começando por Lobato, e o nosso gaúcho Érico Veríssimo, Jorge Amado, Quintana...
Tchê anônimo, te identifica vivente, gostei do teu comentário pois também penso dessa maneira, mas quero saber que és. Um baita abraço.
Gerson
É o teu xará, que anda esquecido de assinar o que escreve.
Abraço
Gerson
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