Balcão de uma pulperia na Barra do Chuy |
A segunda melhor coisa do mundo é um pastel de balcão. Fritinho na hora, recheado com um guisado honesto e ovo cozido picado... Ah! um pastel de balcão de venda... preparado num lugar escondidinho que nem é bom conhecer e frito numa gordura de lá sei eu quantos dias....
Não está narrado na Bíblia, mas Deus, depois de criar o Mundo e todo esse furdunço que nele há, no sétimo dia, quando cansou, deve ter falado mais ou menos assim prá sua turma:
"Chega de trabalhar, gurizada, cansei! Me tragam um pastel quentinho e uma cambona de café preto!".
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15 comentários:
Vaz, fizeste lembrar do famoso "pastel de carreira". Era muito bom ir assistir às "carreiras da Arvorezinha" ou do Piraí; enquanto os adultos se divertiam apostando nas patas dos cavalos, nós, as crianças, ficávamos correndo de um lado pro outro e procurando o guri do balaio de pastel. Daí veio uma expressão que eu usava quando vim de Bagé e o pessoal aqui de Pelotas achava estranho. Quando se queria desdenhar ou desaforar alguém, se dizia: " qual é, guri, quem tu pensa que é? Eu nunca te vendi pastel!"
Bem lembrado o "pastel de carreira", Claudete... lá no Prado, que frequentei com o pai desde pequeno, tinha também muito guri pasteleiro que fazia a alegria da piazada. Muito tempo depois é que surgiram as carrocinhas de Milk Moni...
O pastel da venda da Barra do Chuy! Que saudade daquelas plagas! Hermena e Barra... Tudo de bom!
Vale lembrar que - antes da "geração saúde" - a boa massa de pastel levava obrigatoriamente um "martelinho" de canha (para ficar seca e crocante) e os pastéis eram fritos em banha de porco bem quente - azeite nem existia ou era raro. Ah, e tempero verde no recheio era indispensável!... Delícia!...
JL
Verdade, JL, precisamos consultar um especialista em química de alimentos para matar essa charada...
Claudete, há também o outro dito gauchesco que se fala quando queremos dizer que um produto é muito procurado: “Vende mais que pastel em carreira”. E o tempo passa e o linguajar vai mudando: antes se ia no Prado olhar as carreiras, hoje se vai no Hipódromo ver as corridas.
E mais, Hamilton, pastel é de "carne de vaca". Os recheios "modernos" afrescalharam o velho pastel que, como disse o JL Salvadoretti, tinha que ser frito na banha de porco... Imagina só a cara de espanto daquele guri do Prado se alguém, naquela época, perguntasse a ele:
- Tem de ricota, moço?
Tchê Vaz, aposto que esse guri iria lascar de primeira, "não sr.(a) a Maricota estava passeando e quem fez estes foi a Gertrudes".
Tchê Vaz, quanto ao martelinho de canha para deixar a massa do pastel crocante, não sei, mas, porém, todavia, contudo, entretanto faz sentido, o que eu sei que deixa o pão feito em casa crocante é misturar digamos meia chícara de maizena para cada kilo.
Halmilton, por falar em corridas, lembrei que também havia o vendedor de pastel quando íamos ver as corridas de carro (baratinha) e acho que também era na localidade de Arvorezinha!!Isso lá pelos anos 60 e poucos. Mais uma sugestão para as pesquisas de vocês: já teve corrida de carro em Bagé!
Os pastéis mais fartos continham também azeitona e ovo picado.
Lembro que nos estádios de futebol (Estrela D'Alva era o que eu mais frequentava) também se comia bons pastéis.
Taí o Olmiro lebrando um outro local onde o Pastel era presença obrigatória: os "campos" de futebol...
Prezados amigos,
Eu já comi muito pastel dos bons e também dos ruins... Um dos mais saborosos que eu experimentei, me foi servido há algum tempo atrás, em um bar do "Calçadão", aqui em Bagé mesmo. Não era um pastel dos autênticos, dos legítimos, nem era feito à maneira antiga, mas era um dos grandes, e vinha recheado com pelos menos, "cinco ingredientes diferentes". Era quase uma janta!!!
Aquele pastel só perdia em tamanho para o famoso "orelha de burro", pastel de origem e "mão de obra" desconhecida, que era vendido por um pasteleiro na frente do "Cine Glória", nos anos 60... A gente comprava o pastel, e começava a comê-lo ainda na entrava do Cinema, assistia-se toda a matiné com "sessão dupla", e quando terminavam os filmes, ia-se para casa, sempre "roendo" o tal pastel, lá por volta das "quatro e meia" da tarde, chegando em casa, se fazia uma cambona de "café preto" para então finalmente terminar de comer o restante do famoso "orelha de burro". Há,há,há! Aquilo sim é que era pastel "pra mais de metro"!
Quem mais se atreveu a experimentar o questionável e indigesto pastel, vendido na frente do Cine Glória?!?
"c"
Mas bah! esse era o verdadeiro pastel "longa-metragem"... rsrsrs
Obrigado por comentar aqui, "c".
Claudete, pois já teve corrida de barata e eu me lembro da única que assisti, e ficou bem marcada, foi em 1953, depois da metade do ano, eu estudava o 2º ano primário. Meu pai me levou nessa corrida, cujo circuito passava pela estrada que leva aos Cerros de Bagé. Nós ficamos em um local já elevado, próximo aos cerros, de onde tínhamos uma boa visão do percurso. Depois de passar pelos Cerros, eu via as baratas que desciam e passavam por um trecho que, suponho, era a atual rodovia Bagé-Aceguá, depois passavam pela zona sul da cidade, provavelmente a Rua do Acampamento, e subiam novamente para os cerros, completando o circuito. Lembro muito bem, desde aquela época, de dois corredores daqui que participaram: o Nicanor Ollé e o José Otero, que eram tão famosos como jogadores de futebol, e de outro de fora, muito conhecido, o Catarino Andreatta. Um detalhe me chamou a atenção: um corredor levava um auxiliar, sentado ao lado, de costas para a porta, de frente para o piloto, com um braço apoiado no encosto do assento e outro no painel. Vi ele nessa posição esquisita em uma curva fechada, bem próximo de onde estávamos. Era um dia de sol quente, já devia ser primavera. E lembro que no lanche que meu pai levou tinha salame fatiado, que ele me ofereceu, estava enrolado em papel pardo do armazém dele. Pois não é que, desde então, sempre que como a tal iguaria (não sou apreciador) me lembro dessa corrida que assisti com ele? Ainda tem gosto de poeira, sol quente e corrida de barata, mas também de grande e saudosa aventura.
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