Plateia do antigo Cine Glória - Bagé/RS |
the end
ângelo alfonsin
.
após a palavra fim
as luzes da sala se acenderam
sem constrangimento
sobre a delicada claridade
que iluminava meu sonho
cuja fotografia
era de cinema
.
publicado em irresistivelmente inútil
.
2 comentários:
Um filme como "Amarcord" de Fellini é um sonho, ao vê-lo não sabia se tinha sido pura invenção de meu inconsciente, o fim do mundo era ter de "acordar" depois da palavra fim.
Abraço
Filme belíssimo, Ângelo... no início do roteiro, Fellini escreve esta evocação à memória:
A m’arcord
Al so, al so, al so
Che un om a zinquent’ann
L’ha sempra al mèni puloidi
E me a li lèv do, tre volti e dè,
Ma l’è sultènt s’a m vaid al mèni-sporchi.
Che me a m’arcord
Ad quand ch’a s’era burdèll.
traduzindo...
Eu me recordo
Eu sei, eu sei, eu sei
Que um homem de cinqüenta anos
Tem sempre as mãos limpas
E eu as lavo duas ou três vezes por dia
Mas é só quando vejo minhas mãos sujas
Que eu me recordo
De quando era rapaz
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