"April
Love"...
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(À Poetisamiga
Vera Luiza dos Santos Vaz!)
J.J. Oliveira
Gonçalves
Ah, a cálida,
cândida, bela e inesquecível Primavera do Amor... Aquela Primavera do filme,
sim. E, também, a minha - que a adolescência encanecida não me deixa esquecer.
Ao contrário, rega - religiosamente! -
suas flores pretéritas com reminiscente cuidado e inviolável Carinho.
Lembro-me, como
se fosse hoje, desse filme que narra a história de um Amor nos moldes de
antigamente... Lirismo na tela. Romantismo explícito e piegas para os corações
que - por razões que não consigo imaginar - não se abrem à linguagem simples e
espontânea do Amor... Da Paixão confessa que não tem vergonha nem se diminui,
(muito pelo contrário), ante a voz interior dos Sentimentos, ou aos arroubos
malucos e imortais da Alma...
O cenário é
naturalmente bucólico - uma fazenda - onde Pat Boone e Shirley Jones tecem um
Amor tão belo quanto é bela e sonhadora a vida nos roseirais primaveris da
Existência! Há um cavalo - feito de carisma e inteligência - que, coadjuvante
da singular história, que faz com que nós, também, o cuidemos e treinemos,
(juntamente com Pat Boone), para as corridas de sulky - um tipo de carrinho
onde o "piloto" ou "jóquei" vai sentado, e é puxado pelo
cavalo. Incrível como aquelas cenas das
corridas se "mexem", se movem, em minhas envelhecidas e enternecidas
lembranças...
Mas, junte-se a
todas essas recordações, a música que é a trilha do filme: "April
Love" - "Primavera do Amor". Teve um tempo em que eu lembrava de
toda a letra, espontaneamente. Ah, como eu gostava de cantarolar essas melodias
românticas que emolduravam, marcavam e traziam
de volta os filmes que também nos marcavam... Têm coisas, acontecimentos
e nuanças da vida que ficam feito tatuagens em nossa Alma - a pastorear o
Espírito! E a música é, das Artes, creio que
mais "se gruda" em nossas "paredes" íntimas,
abissais... Adoro música! Me fazem um bem danado ao corpo e à Alma - com
certeza! Pat Boone é um daqueles cantores diferenciados que nos embala o Sonho,
com a doçura e a calidez de sua voz cheia, redonda, afinadíssima, romântica...
Para o bom gosto de meu ouvido e para a sensibilidade de minhas Emoções, Pat
Boone é um dos maiores e mais carismáticos cantores americanos de uma época que
deixou seu personalíssimo timbre na história e na esteira dos grandes e
inimitáveis cantores americanos.
Mas, não pretendia
escrever tudo o que escrevi sobre o filme. No entanto, bisbilhotando em meu
arquivo musical, reencontrei esta gostosíssima , sonora e lírica melodia com
Pat Boone. Então, se acordaram los recuerdos... Me vi adolescente por inteiro.
Voltei às ruas e calçadas de Bagé - onde nasci. Me vi - de novo - morando na
Gen. Neto e, posteriormente, na Gen. Sampaio. De repente, meus Sonhos me
sorriram, novamente. Novamente, tive todos os meus Amores, (que já passaram
para o Outro lado da Vida), torcendo por mim e me oferecendo o mesmo Amor que a
eles ofereci. Sei: foi uma emotiva Viagem Espiritual ao Passado. Passado que
canto tanto em prosa e verso e, creiam: não o canto por cantar, nem canto em
vão!
Ah... E entre
tantas e tão amorosas relembranças, lá estava o pequeno poeta... O tímido e
franzino guri do "Estadual", com sua Musinha de flamantes e
fragrantes 16 anos... Lá estava o "Cine Avenida" - moderno,
aconchegante e confortável... Ah, lá estava - na "Sessão Vermouth"
lotada, (de um agora suspiroso domingo), "April Love"... Numa tela
imensa e imaculadamente branca e generosa...
Ó, Orpheu: por
que me escolheste para ser poeta? Por que, Orpheu, não me permitiste ser apenas
um homem-comum? Ou um louco que - alienado - sorri para todos, para a Vida,
para si mesmo e de si mesmo? Não vês, Orpheu, que Sofro de Dor incurável e de
uma Melancolia que, de nascença, já me matou - embora eu continue aqui? Aqui,
onde tudo começou... Aqui, onde vivo por viver... Sem poder voltar às Carícias
indeléveis das mãos sedosas e amanhecidas do Passado... Pois, é... Orpheu...
Porto Alegre, 09
de Abril - Dia de Aniversário da CAPPAZ/ 2013. 23h23min
jjotapoesia@gmail.com
- www.cappaz.com.br
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2 comentários:
Vaz, ontem, após agradecer ao JJ pelo carinho da dedicatória, comentei, através de email o quanto o texto "April Love" me faz recordar as lindas tardes dominicais no Avenida.
Esperadas, durante a semana de estudos no Estadual, faziam a alegria de corações adolescentes...
Lindas tardes!!!
Lindo texto!!
Abraço!
Oi, Vaz...
Grande satisfação ao encontrar em nosso "Velha Guarda" este que escrevi entre suspirosas lembranças. Esse cartaz, aí, me convidou a uma viagem nostalgicamente amorosa pelas ramagens de uma Bagé construída, (em meu coração!), de Lirismo e Adolescência... De Sonhos e Esperanças...
Ah, as tardes de que a Vera Luiza fala eram tardes regadas à juventude... Como costumo dizer e escrever, eram tempos singelos e singulares de Pão e Mel - debruados de sorrisos e de crenças no amanhã...
Um bem bageense e franciscano abraço para vocês!
JJ!
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