Luiz carlos Vaz (*)
Conheci
através do Instagram um grupo chamado “Pequeno Inventário de Plateias - Cinemas
de Pelotas”. Como o cinema é um tema que me interessa, comecei a seguir, fui
fazendo alguns comentários nas publicações, até que um dia o pessoal entrou em
contato comigo e me pediu um depoimento. Puxa, eu não podia negar... O tema era
o de uma crônica que publiquei num dos meus últimos livros, sobre um filme que tentei
assistir no antigo Cine América, lá em 1976... Sim, tentei, pois logo na
primeira parte faltou “luz”!
Séculos
depois, num domingo de manhã, a minha amiga Mirian Iost me mandou uma mensagem
com uma foto do Cine América; conversamos sobre o que ela queria saber, e lembrei
que nunca mais havia me encontrado com o filme de Arthur Hiller, O Homem de La
Mancha.
Era domingo, acessei
uma dessas coisas que chamam de “streamings” e achei o filme! Fiz meu mate, e
num obsequioso silêncio de 8 horas da manhã, me reencontrei com o valente Cavaleiro
Quixote, a belíssima Aldonza e o Sancho. Ah! E com os temíveis Moinhos
Gigantes...
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Fernanda Machado, L.C. Vaz e a ilustração da Artista |
Esta semana
recebi o convite para a abertura da Exposição, pois minha narrativa foi uma das
escolhidas, e mais, foi ilustrada com uma criatividade digna da grandeza dessas
figuras todas, pela artista Fernanda Machado. Ontem, na exposição, tive o
prazer de conhecê-la e conversar bastante sobre essas coisas todas. E hoje, literalmente,
“trocamos figurinhas”: autografei a ela meu livro MEMÓRIAS DE UM MAU TEMPO
(edições Ardotempo, Porto Alegre 2023) - onde está publicada a crônica, e ela
me presenteou com uma Gravura feita na técnica de monotipia em vidro. De inhapa
fiz amizade com a María Isabel Anita Carmen de Jesús Vargas Lizano, ou... para
os íntimos, Chavela Vargas, que aparece numa das fotos junto à Roberta.
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"Trocando figurinhas", e a Chavela posando para a foto! |
Mas... a canção entoada pelo Cavaleiro da Triste
Figura e seu fiel escudeiro, Sancho, até hoje não sai da minha memória... “Ouçam
bem a história que vou lhes contar/ De um mundo injusto e cruel/ Um senhor
cavaleiro de nobre ideal/ Empunha sua lança no ar/ Eu sou eu, Dom Quixote/ Senhor
de La Mancha/ E o meu destino é lutar/ Pois quem não se aventura/ Com fé e
ternura/ O mundo não pode mudar/ Não pode o mundo mudar/ Quem não se aventurar/
Sou Sancho! Sim, sou Sancho!/ E hei de servi-lo sempre assim/ Eu juro que me
orgulho/ Escudeiro até o fim/ Infiéis, imorais e serpentes do mal/ É chegada a
hora da lei/ Pois o dia raiou com esperança afinal/ No mundo que eu sempre
sonhei/ Não pode o mundo mudar/ Quem não se aventurar...”
Em tempo, a exposição que inaugurou ontem, 8 de agosto, pode ser visitada até o dia 8 de setembro, no Espaço de Arte Daniel Bellora, na rua Três de Maio, 1005 – Pelotas, (53) 4001-2225.
Dica: Tem pipoca no local !
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(*) Luiz Carlos Vaz é Jornalista, Fotógrafo, Escritor e Editor deste Blog