13 de fevereiro de 2012

A pata nada


A pata nada. Óbvio, não é mesmo? Mas esta máxima também era a primeira lição da "Cartilha Sodré". Neste sábado, ao ver esta "pata nadando" (e ensinando a sua ninhada descascada há pouco a fazer o mesmo) lembrei com saudade da Cartilha onde aprendi a ler, lá no Colégio Santo Antônio, em Bagé. Da pata que nadava até a vaca malhada, que era da Zazá, e que dava palha à vaca, não foi muito difícil, afinal, pata nadando e vaca malhada eu via todo dia. Complicado mesmo deve ter sido para minha mãe que, em 1930, lá no interior de Cacimbinhas, no distrito de Torrinhas, bem ali, na "Aberta do Cerro", precisava recitar, sem gaguejar, a sua lição do "efe", que era exatamente assim: afta, farol, tifo, grifo, foca, frase... 


A Cartilha Sodré, de autoria da professora Benedicta Stahl Sodré, teve a sua primeira edição impressa em São Paulo no ano de 1940. A partir da 46ª edição, a de 1948, a Cartilha passou a ser publicada pela Companhia Editora Nacional. Conforme dados da editora, de 1948 até 1989, data da última edição, a 273ª, foram produzidos mais de seis milhões de exemplares. Em 1977 ela foi remodelada por Isis Sodré Verganini que acrescentou páginas e um caderno de instrução para os professores. O número milionário de exemplares da Cartilha Sodré não se refere ao total de crianças alfabetizadas através dela. Era usual – “naquele tempo” – que os livros didáticos fossem utilizados por dezenas e dezenas de alunos. Os livros só eram descartados após ficarem absolutamente sem condições de uso, como por exemplo, com a falta de folhas do miolo. A ausência da capa, no caso, não era motivo para o livro ser colocado no lixo. 
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5 comentários:

Gerson disse...

Tchê Vaz, infelizmente não lembro da minha primeira lição, afinal isso já muito tempo, mas com certeza, não foi essa a cartlha utilizada no Silveira Martins no meu tempo, pois uma vaga lembrança de alguma coisa como "Ivo viu a uva". Um baita abraço.

Luiz Carlos Vaz disse...

Gerson, eu não só lembro, como ainda TENHO a minha Cartilha Sodré. Há um tempo atrás, ainda guri, nessa minha faina de salvar as memórias, andei juntando várias que haviam lá por casa. Fica aí a sugestão para o pessoal recordar das suas cartilhas e das primeiras lições. Um abraço.

Vera Luiza SVaz - maudepoesia.blogspot.com disse...

Eva
Esta é Eva.
Eva é uma menina.
Eva ganhou um ovo de Páscoa.
Eva Menina Ovo

Aqui está a primeira lição da minha cartilha lá do Colégio Santa Isabel(no local, anos mais tarde, foi construída a Funba) em Bagé nos idos de 1955.
Lembro que era muito difícil a primeira lição. Palavras como "esta", "ganhou" e "Páscoa" eram um verdadeiro desafio, principalmente no momento de as escrever...Tempus fugit, Vaz!!!Abraço!

Vera Luiza SVaz - maudepoesia.blogspot.com disse...

Ah! Vamos ver a "cartilha" do rei este ano... Mas hoje a alfabetização já não tem mais as dificuldades de tempos atrás. As crianças bem estimuladas pela família já sabem ler o mundo quando vão para a escola...
Abraço!

Luiz Carlos Vaz disse...

Interessante, Vera. A "Eva" já ganhava um ovo de páscoa logo na primeira lição. Mas que coisa, hein?