13 de junho de 2012

Do Fogão y Otros Recuerdos...


Foto Marcelo Soares

Do Fogão y Otros Recuerdos...
.
J.J. Oliveira Gonçalves
 .
Ah, velho fogão à lenha
Em teu fogo me aqueci!
Saudade acesa mantenha
A lembrança de guri!

Lá pras bandas da Fronteira
Num janeiro apareci...
A cigarra cantadeira
Anunciou, pois, que eu nasci:

Na Bagé - sempre Rainha
Do índio franco e guapo:
O verso - então - engatinha
Já - de nascença - Farrapo!

Nascido em pleno verão
Me gusta la invernia!
Do Telurismo do Chão
Grato eu colho a poesia!

Meu verso pode ser doce
Mas é o verso de exceção!
Não seria eu se não fosse
Um poeta na contra-mão!

Estro xucro - desgarrado
Sensível por natureza:
Refém me fez - e malvado
Me faz cantar de tristeza!

Emoção há tanta - em mim
Cada lembrança: Saudade!
Nostalgia, ó, Deus, sem fim
Ao ver ir morrendo a tarde!

Outono de mãos geladas
Do frio a lamber-me o rosto!
Graus negativos... Geadas
Prenúncios do meu Agosto!

No arremate das trovinhas
Eu volto ao velho fogão:
Pra aquecer as Penas minhas
E estes ais... do coração!
.
JJ Oliveira Gonçalves
________________________________________
Porto Alegre, 11 de junho/2012. 16h30min
__________________________________
Mais de Marcelo Soares no diário de canto

5 comentários:

Gerson disse...

Tchê Vaz, repito aqui o que comentei no post do JJ "Patria verde amada":
Tchê JJ, gostei muito da tua crônica, grande presente seu José e dona Nena deram a esse filho que fostes e que ainda és, embora eu tenha certeza que os grandes presenteados nessa estória toda, fomos nós. Um baita abraço indio velho.

Anônimo disse...

Prezado Vaz...

Gracias, pela alegria de - lá pelas 10 da matina - ver meu texto aqui publicado, com essa bela e reminiscente foto do Marcelo Soares! Minha quarta-feira começou, pois, diferenciada e fazendo bem ao coração deste poetinha de Bagé! O "poetinha" é porque sou pequeno, mesmo, ou seja: baixinho... rs...
Abraço franciscano!
JJ!

Anônimo disse...

Gerson, mui fraterno índio velho...

Mais uma vez, teu comentário me sensibiliza e me faz grato a esse mano lá das Terras de Ibagé... Assim, transcrevo e reafirmo o que comentei na "Pátria Verde Amada" - embora com bastante atraso - reconheço - pois passava por momentos difíceis, então. Aí, está:
"Tuas palavras aquecem meu coração - com certeza! Palavras de um amigo que não conheço, pessoalmente, mas que quero ter o prazer de conhecer - dar um aperto de mão, um abraço daqueles que nos lembrem que somos irmãos pelo Chão Bageense onde nascemos! Muito obrigado - mesmo! - Gerson, e me desculpa pelo tempo que demorei para responder ao teu espontâneo e fraterno comentário!"

Abraço franciscano e mui bageense!
JJ!

Luiz Carlos Vaz disse...

Gerson, tens toda a razão, se o seu José e a dona Nena tiveram que apertar um poouco o cinto para pagar "as prestações" da Pátria, foi o aperto mais recompensado de suas vidas. O JJ não deixou por menos...

Luiz Carlos Vaz disse...

JJ, essa foto do Marcelo faz o casamento perfeito com a tua poesia. Sabia que tinha essa foto guardada e tive que revirar as gavetas do conmputador para achar... e estava sem indicação do autor... mas ele me confirmou a tempo de poder ilustrar com o crédito, como sempre faço. Um fogão bem real, como os da nossa juventude, quando os Alpha, à gás, ainda não haviam chegado "ao campo"...