O Huracan bageense |
Huracán/Huracan: os Furacões gêmeos
(Ou seria: Mais um balão caiu em Bagé?)
(Ou seria: Mais um balão caiu em Bagé?)
por George Mendonça Lemos
O Huracan (neste caso sem acento mesmo) foi uma equipe amadora que
marcou época em Bagé, RS. Sua fundação ocorreu em 1955, e apesar de não saber
ao certo, é muito possível que o nome seja devido ao homônimo argentino, Huracán, que havia sido fundado em
1909. Nesta época, em tempos que não havia TV, os times argentinos e uruguaios
eram bem populares na fronteira, se comparados aos dias de hoje.
Pois o Huracan bageense tinha orgulho
de ser precursor em Bagé (no futebol amador) no uso de abrigos esportivos:
usavam uma combinação nada discreta de amarelo e vermelho. Também participavam
de outras modalidades esportivas, chegando a enviar dois ciclistas para
competir internacionalmente na cidade uruguaia de Melo.
Tinha uma fervorosa torcida, e
segundo o relato do Jornal Minuano, não muito comportada, que recebeu o apelido
de "cachorrada". Como também possuía um departamento de futebol de
salão, num dos jogos em que disputava, a "cachorrada" e o Huracan
participaram de uma pancadaria generalizada na Praça de Desportos (praça
central de Bagé), inclusive indo o caso parar na Justiça Comum.
Infelizmente o Huracan encerrou suas
atividades, mas seu nome ficou marcado na história do esporte bageense.
Até hoje o Huracán utiliza o balão estilizado como símbolo |
Como tive acesso a este pequeno relato
do Huracan ontem (*), fui pesquisar mais sobre o clube na internet e acabei
achando uma curiosidade, que acaba por fechar o elo entre Huracan e
o Huracán.
O motivo é porque em 1909 o
engenheiro eletricista argentino, Jorge Newbery, trouxe da França um balão denominado
"Huracán", e no mesmo ano viajou neste balão por 514 quilômetros,
anotando novo recorde sul-americano. O balão partiu do bairro de Belgrano
(Buenos Aires), atravessou o Rio da Prata e o Uruguai, vindo a pousar em solo
brasileiro. A cidade onde terminou a viagem? Bagé, como explica o próprio site
do clube:
O balonista argentino Jorge Alejandro Newbery
|
"A medidos de 1909 el ingeniero electricista Jorge Newbery pilotea
por primera el globo aerostatico “Huracán” traído desde Francia, pero su mayor
travesía la realiza ese mismo año, cuando en diciembre sale piloteando el globo
Huracán, desde el barrio de Belgrano hasta ciudad brasileña de Bagé. Dicho
hecho inspiró el distintivo del club".
Não sei se os fundadores do Huracan
bageense sabiam desta história, e nem se os do Huracán argentino sabem - ou souberam
- do homônimo gaúcho (creio que nenhum dos dois lados sabia disso), mas o
balonista argentino acabou traçando esta curiosa ligação entre os clubes.
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NOTA DO BLOG: Essa história de cair balão em Bagé parace que é moda. Não esqueçam do Balão do Steve Fossett, que caiu lá em agosto de 2001, e que rendeu duas belas postagens aqui no Blog da VG:
Tinha que ser em Bagé! – IV, Um balão caiu do céu
e
Tinha que ser em Bagé! – V, Um balão caiu do céu - As fotos do Nauro Jr
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Tinha que ser em Bagé! – IV, Um balão caiu do céu
e
Tinha que ser em Bagé! – V, Um balão caiu do céu - As fotos do Nauro Jr
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Fonte sobre o Huracan brasileiro: Jornal Minuano (Bagé-RS)
Fontes sobre o Huracán: Site Oficial do Huracán e Site Buenos Aires
Antiguo
Foto: Arquivo Jornal Minuano (Bagé-RS)
(*) O ontem, a que se refere o George, é fevereiro de 2007, quando ele
publicou esse material no blog Puro Futebol.
.
3 comentários:
Lembro-me do Huracan - futsal da década de 1960. Era o grande rival do Auxiliadora/Guarany, campeoníssimo daquela época. As disputas eram acirradas porque o Auxiliadora representava, digamos assim, a classe dominante e o Huracan representava as classes populares. Era uma "guerra fria" esportiva!
Como sempre mostrando uma bela memória, Olmiro!
Um abraço e abrigado.
Vaz
Muito iteressante essa estória, realmente Bagé tem a cina de receber coisas que caem do céu, já foram dois balões com estrangeiros, e nós estudantes do Estadual especiais em tudo e gratos pela bela cidade que nos viu crescer.
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