25 de agosto de 2013

Huracán/Huracan: os Furacões gêmeos (Ou seria: Mais um balão caiu em Bagé?)

O Huracan bageense

Huracán/Huracan: os Furacões gêmeos

(Ou seria: Mais um balão caiu em Bagé?)

por George Mendonça Lemos

O Huracan (neste caso sem acento mesmo) foi uma equipe amadora que marcou época em Bagé, RS. Sua fundação ocorreu em 1955, e apesar de não saber ao certo, é muito possível que o nome seja devido ao homônimo argentino, Huracán, que havia sido fundado em 1909. Nesta época, em tempos que não havia TV, os times argentinos e uruguaios eram bem populares na fronteira, se comparados aos dias de hoje.

Pois o Huracan bageense tinha orgulho de ser precursor em Bagé (no futebol amador) no uso de abrigos esportivos: usavam uma combinação nada discreta de amarelo e vermelho. Também participavam de outras modalidades esportivas, chegando a enviar dois ciclistas para competir internacionalmente na cidade uruguaia de Melo.

Tinha uma fervorosa torcida, e segundo o relato do Jornal Minuano, não muito comportada, que recebeu o apelido de "cachorrada". Como também possuía um departamento de futebol de salão, num dos jogos em que disputava, a "cachorrada" e o Huracan participaram de uma pancadaria generalizada na Praça de Desportos (praça central de Bagé), inclusive indo o caso parar na Justiça Comum.

Infelizmente o Huracan encerrou suas atividades, mas seu nome ficou marcado na história do esporte bageense. 

Até hoje o Huracán utiliza o balão estilizado como símbolo
Como tive acesso a este pequeno relato do Huracan ontem (*), fui pesquisar mais sobre o clube na internet e acabei achando uma curiosidade, que acaba por fechar o elo entre Huracan e o Huracán.

O motivo é porque em 1909 o engenheiro eletricista argentino, Jorge Newbery, trouxe da França um balão denominado "Huracán", e no mesmo ano viajou neste balão por 514 quilômetros, anotando novo recorde sul-americano. O balão partiu do bairro de Belgrano (Buenos Aires), atravessou o Rio da Prata e o Uruguai, vindo a pousar em solo brasileiro. A cidade onde terminou a viagem? Bagé, como explica o próprio site do clube:

O balonista argentino Jorge Alejandro Newbery
"A medidos de 1909 el ingeniero electricista Jorge Newbery pilotea por primera el globo aerostatico “Huracán” traído desde Francia, pero su mayor travesía la realiza ese mismo año, cuando en diciembre sale piloteando el globo Huracán, desde el barrio de Belgrano hasta ciudad brasileña de Bagé. Dicho hecho inspiró el distintivo del club".

Não sei se os fundadores do Huracan bageense sabiam desta história, e nem se os do Huracán argentino sabem - ou souberam - do homônimo gaúcho (creio que nenhum dos dois lados sabia disso), mas o balonista argentino acabou traçando esta curiosa ligação entre os clubes.
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NOTA DO BLOG: Essa história de cair balão em Bagé parace que é moda. Não esqueçam do Balão do Steve Fossett, que caiu lá em  agosto de 2001, e que rendeu duas belas postagens aqui no Blog da VG:
Tinha que ser em Bagé! – IV, Um balão caiu do céu
 e
Tinha que ser em Bagé! – V, Um balão caiu do céu - As fotos do Nauro Jr
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Fonte sobre o Huracan brasileiro: Jornal Minuano (Bagé-RS)
Fontes sobre o Huracán: Site Oficial do Huracán e Site Buenos Aires Antiguo
Foto: Arquivo Jornal Minuano (Bagé-RS)


(*) O ontem, a que se refere o George, é fevereiro de 2007, quando ele publicou esse material no blog Puro Futebol.
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3 comentários:

olmiro muller disse...

Lembro-me do Huracan - futsal da década de 1960. Era o grande rival do Auxiliadora/Guarany, campeoníssimo daquela época. As disputas eram acirradas porque o Auxiliadora representava, digamos assim, a classe dominante e o Huracan representava as classes populares. Era uma "guerra fria" esportiva!

Luiz Carlos Vaz disse...

Como sempre mostrando uma bela memória, Olmiro!
Um abraço e abrigado.
Vaz

Gerson disse...

Muito iteressante essa estória, realmente Bagé tem a cina de receber coisas que caem do céu, já foram dois balões com estrangeiros, e nós estudantes do Estadual especiais em tudo e gratos pela bela cidade que nos viu crescer.