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Esta noite...
Marcelo Soares
Madrugada,
sossego e silêncio, porém, no contragosto das horas, perco-me em divagações
desnecessárias.
Viro e reviro
tentando achar melhor conforto. Quero distanciar-me dos estímulos,
sentir-me só e relaxado. Nada de telas ou sons externos, pois qualquer fonte é
motivadora de vontades.
No entanto abro uma revista, surrada como antigos devaneios.
O texto data
época, mas as fotos não envelhecem, e é por elas, mesmo que não deve-se,
que passeio no que julgo ter, ou não, vivenciado. Sempre quis - e quero-
além, por isso, enxergo-me em qualquer imagem: na paz do menino que
brinca, no preto sobre o claro de um guarda-chuva jogado ou na esperança
do calor que sugere a mais tênue luz destes contrastes. Se não imponho
limites ao que pode ser alcançado- nem neste silêncio desacompanhado -
sinto, pela insistência destes desejos, a distância em serem assim... tão
simples e ao mesmo tempo caros.
Quem sabe um
leite quente, fechar as páginas e os olhos para este tempo?
Mas onde está o
sono que me acalente?
Enfim, as noites
estão curtas, os travesseiros cada vez mais altos, e os pensamentos velhos e
confusos, que até esquecem que deveriam vir como sonhos, e não anseios.
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