26 de abril de 2010

Perigo Verde

Eu e o Perigo Verde: qual dos dois mais balaqueiro?
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Vários guris frequentavam desde cedo o Aero Clube de Bagé. Sempre, claro, na carona de um irmão mais velho ou um outro parente que estivesse fazendo o brevet de piloto. Meu irmão era um desses alunos que buscavam a “CNH” de piloto privado, o tal brevet. Nessas idas e vindas ao Aero Clube convivi com o cheiro fortíssimo do dope usado para impermeabilizar a lona que recobria a fuselagem dos aviões, o barulho dos motores dos Pipers, Paulistinhas, Cessnas, Luscombes e um ou outro avião mais sofisticado que pousava por lá. A turma que frequentava o Aero Clube era muito boa. Todos colaboravam entre si: alunos, mecânicos, instrutores, proprietários de aviões e o pessoal da “torcida”, como eu. Foi ali no Aero Clube que voei pela primeira vez em um monomotor. Foi ali que vi pela primeira vez Bagé das alturas. Foi ali que pude entender os desenhos do Walt Disney que representavam a fazenda da Vovó Donalda com risquinhos coloridos, paralelos e perpendiculares, alternadamente. Vi as pessoas lá embaixo como formigas, vi os telhados e os pátios das casas de Bagé, os arroios, as matas, os animais correndo pelos campo assustados com o ronco dos motores. Nem ligava para o friozinho na barriga que me fazia lembrar, de vez em quando, que os meus pés não estavam mais no chão. A hora de voo contratada era cara; havia a manutenção mecânica períódica, os aviões usavam gasolina de aviação, por isso uma carona aérea era sempre bem vinda. Lembro que às vezes um pai aparecia por lá e contratava um voo recomendado pelos médicos para um filho com coqueluche. Eram voos de uma hora, em alturas em torno de três mil metros, para a criança respirar um ar mais rarefeito e “matar os germes” da doença. Essa prática, sem comprovação científica, foi abandonada mais tarde. Guri bisbilhoteiro, recém entrando no Ginásio do Estadual, aprendi muita coisa por lá. Vi motores desmontados, pistões, camisas, bielas, carcaças de velhos aviões, hélices, manches, altímetros... e lá conheci o Perigo Verde. Perigo Verde era o apelido que o pessoal mais gozador colocara no Taylorcraft verde e branco do Waldomiro Xavier Brasil, o Waldomiro XB. Chegado a fazer voos rasantes e outras acrobacias aéreas não muito recomendadas, Waldomiro, sempre muito galanteador, cuidava do seu avião com esmero. Se ter um carro balaqueiro já era bom, imaginem ser proprietário de um avião todo bossero... Um belo dia pela manhã, o PP DRN amanheceu com o tal apelido discretamente pintado na fuselagem... Waldomiro olhou, olhou, riu e gostou. Estava batizado o Perigo Verde. Foi uma festa. Suas bravuras, ou bravatas, estavam agora sacramentadas no apelido do seu avião. Waldomiro sempre tinha uma história para contar do seu Perigo Verde. Certa vez voou de Pelotas para Bagé, num fim de tarde de verão, pegando em toda a viagem o sol na linha do horizonte. Pilotou todo o tempo com uma das mãos no manche e a outra fazendo sombra para os olhos. Chegou em Bagé quase cego, mesmo usando óculos escuros. Sempre antes de aterrisar ele fazia um rasante, ainda que apenas sobre a pista. Era o jeito Waldomiro de pilotar. Não sei bem o porquê, mas numa manhã qualquer, o Perigo Verde que sempre ficava estacionado fora dos hangares do Aero Clube, incendiou durante a noite. Não sobrou nada do simpático Perigo e, ao contrário da lenda da Phoenix, ele não renasceu das cinzas. Ficou só na memória daqueles que conheceram o avião e as suas aventuras incríveis. Eu fui um desses, e até uma fotografia com ele eu tirei. Pena que não foi em cores. O Perigo Verde bem que merecia...
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Nota: Esta postagem é dedicada ao Gerson e ao Hamilton Caio, leitores deste blog e aficcionados pela aviação.
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37 comentários:

Gerson Mendes Corrêa disse...

Meu caro Vaz fico deveras envaidecido por teres oferecido a mim esta postagem de hoje, muito obrigado. Quero te dizer que, o meu primeiro vôou também foi no aeroclube de Bagé, e me lembro muito bem ainda como tudo aconteceu. O avião era um Piper monomotor bi-place de cor amarelo queimado com uma lista vermelha, o piloto não lembro o nome, ele morava na Rua Tupy Silveira entre a Praça do Colégio Silveira Martins e a loja do Hugo Vaz Pinto, no meio da quadra pelo lado direito da rua, quase em frente à garagem do Bispo. Eu estava junto com um amigo meu, o Brandão que tinha uma bicicletaria no conjunto consorcio de frente para a praça das bandeiras, bem do lado do referido avião, e antes de entrar no avião o piloto falou, quem de voces quer ser contrapeso, aquela foi a minha deixa, quando ele terminou de falar eu já estava dentro do avião, e então decolamos para 30 minutos de pura emoção para mim, fizemos um sobre vou do Colégio Silveira Martins até a Igreja da Matriz. A mesma emoção e detalhes de ver Bagé por cima, tu já relataste, foram os trinta minutos mais rápidos da minha vida.

Gerson Mendes Corrêa disse...

Vou postar aqui o Hino do Aviador.
Hino do Aviador

Versos do Cap. Armando Serra de Menezes. Música do Ten. João Nascimento

Vamos filhos altivos dos ares
Nosso vôo ousado alçar,
Sobre campos cidades e mares,
Vamos nuvens e céus enfrentar.

D'Astro-Rei desafiamos nos cimos,
Bandeirantes audazes do azul.
Às estrelas, de noite, subimos,
Para orar ao Cruzeiro do Sul

Contato! Companheiros!
Ao vento, sobranceiros,
Lancemos o roncar
Da hélice a girar.

Mas se explode o corisco no espaço
Ou a metralha, na guerra, rugir
Cavalheiros do século do aço
Não nos faz o perigo fugir.

Não importa a tocaia da morte
Pois que à Pátria, dos céus no altar
Sempre erguemos de ânimo forte
O holocausto da vida, a voar.

Contato! Companheiros!
Ao vento, sobranceiros,
Lancemos o roncar
Da hélice a girar

Luiz Carlos Vaz disse...

Gerson, creio que os "contrapesos" frequentavam o Aero Clube justamente por isso. Eu cheguei a ter uma caderneta onde anotava as horas de voo, prefixo dos aviões, dia e hora. Quando sai de Bagé deveria ter umas trinta e poucas horas de voo. Para quem não tinha asas, eu era um verdadeiro Ícaro com a minha caderneta.

Luiz Carlos Vaz disse...

Ah! eu sabia apenas o estrebilho do hino, mas a letra... Publicar a letra pegou bem. E, quanto a dedicatória... foi merecida. Tenho muito apreço pela aviação desde que ganhei do meu irmão o livro do Paul Karlson, "A conquita dos ares: o romance da aviação". Nunca mais voei num monomotor. Hoje sou apenas mais um passageiro anônimo no terminal do Salgado Filho.

Hamilton Caio disse...

Uma nota curiosa e trágica: Entre as 154 vítimas do acidente com o Boeing 737-800 da Gol, que se chocou com um jato Legacy americano, estava uma passageira amazonense que já havia caído na floresta amazônica, junto com vários outros passageiros, quando faziam o tal "voo da coqueluche", em 1969. Eles foram salvos por índios da região. Ela tinha, então, 1 ano de idade.

Luiz Carlos Vaz disse...

Mas que coisa... hein?

Hamilton Caio disse...

Bem, "Voar é com os Pássaros" dizia o título desse filme do Robert Altman (Brewster McCloud - EUA/1970), mas parece que não é o que pensavam "certos" alunos do Estadual, como já podemos ver acima. Eu fiz o meu primeiro voo com o Dirceu Bruce Suñe. Foi no fantástico Piper J3-F65, prefixo PP-TLF, o vovô dos aviões do Aero Clube de Bagé. Menos de um ano depois, com 16 anos, eu já estava voando como aluno. E recebi o brevet com 17 anos recém completados. Ainda tinha que esperar um ano para tirar a carteira de motorista ! Na época bastava ter o certificado de alistamento militar para ingressar no curso e 17 anos para fazer o exame final. Desde o início o meu interesse sempre foi puramente esportivo. Se fosse profissional poderia ter feito uma longa carreira aeronáutica. Mas nunca me arrependi da opção. Hoje já é necessário ter 18 anos para ingressar no curso.

Hamilton Caio disse...

Gerson, na época em que eu era especialista em avião de papel e pandorga, minhas turmas de 4o e 5o ano primários e as primeiras séries do ginásio no Estadual já cantavam o Hino do Aviador. No Colégio Santo Antônio, acompanhadas ao piano pela Irmã Gisela. No Estadual sob a batuta da Prof Zélia Sastre, a competente professora de Canto Orfeônico. Há pouco falei com ela em um restaurante. Estou devendo uma visita para a estimada professora. Precisamos resgatar algumas histórias. Ah, sim, na época do Estadual eu tinha entrado na fase do Aeromodelismo.

Luiz Carlos Vaz disse...

Hamilton, esse negócio de "voar é com os pássaros", parece mesmo que nunca foi levado a sério! Lembro do TLF, onde andará? E, vejam só, um guri de 17 anos podia pilotar um avião e não podia ser um "chauffeur" de auto de praça...

Luiz Carlos Vaz disse...

E falando em "aeromodelos" descobri, dia desses, a famosa Casa Aerobrás (fundada em 1943...) ainda vendendo modelos movidos a elástico. Olhem o site:
http://www.casaaerobras.com.br/
Dá para matar a saudade e... encomendar algum kit para montar.

Bia disse...

Vaz, já to sofrendo por não ter ficado mais tempo na casa das minhas tias bageenses durante a minha infância...

Gerson Mendes Corrêa disse...

Caro Hamilton, embora tenha sido aluno da fantastica profª Zelia, eu só fui cantar o Hino do Aviador já como recruta da FAB em 1976. E ´por Favor quando veres novamente essa fantastica profª Zelia de-lhe um beijo que mando.

Luiz Carlos Vaz disse...

É Bia, Bagé sempre deixa alguma coisa boa em todos que a conhecem...Obrigado por nos ler.

Manoel Ianzer disse...

Vaz, andei de avião em 1966 com 17 anos. Toda quarta-feira tinha uma linha aérea de Bagé para a Capital(hoje não tem mais). Na época estudava a noite no Estadual e trabalhava no escritório de advocacia do Dr. Mário Aguia de Moura. O Dr. Mário me mandou levar uns documentos com urgência, para uma firma em Porto Alegre. Fui avisado um dia antes... fiquei com o coração acelerado... Meus pais autorizaram. No dia seguinte cheguei cedo no aeroporto de Bagé, a viagem foi num avião da Varig com 30 lugares. Fui subindo os degraus...senti um frio na barriga... tremia...rezei. Aquele avião subiu como um pássaro, me senti levitando. O medo transformou-se em curiosidades pela parte interna: a aeromoça, o piloto, o comandante, as cadeiras e os passageiros. Depois, fiquei olhando a paisagem pela janela. Não vi os pessegueiros em flor de Danúbio Gonçalves, mas ví as plantações de trigo que me lembrava os livros de Érico Veríssimo.

Hamilton Caio disse...

Gerson, os currículos vão mudando. E certamente esses hinos que se cantavam nos colégios (o Vaz pode nos falar melhor), eram ainda reminiscências do "patriotismo" da era Vargas (Estado Novo - ditadura) somados a resquícios do Positivismo e ainda certo efeito do pós 2a Guerra Mundial. Claro, nada contra, mas tudo a favor do patriotismo, mas nunca ao estilo das ditaduras, de qualquer cor. Da mesma forma, todas as características musicais de noticiários e outros programas das rádios eram marchas militares ou músicas clássicas.
Ah, certamente falarei de ti para a Prof Zélia. Vamos trazer muitas recordações para os colegas. Cheguei a comentar rapidamente com ela o quanto é importante uma formação artística paralela a qualquer profissão, mesmo, e principalmente, técnica. A nossa professora se sentiu muito lisonjeada com o comentário. Essa formação dá uma performance extra ao cérebro na hora das decisões e na hora de descobrir soluções para qualquer problema. Procurem ver no dia a dia esses profissionais para ver como são diferentes. Qualquer forma de arte é importante para isso, incluindo a música com as suas variantes do canto, do instrumento, da composição ou simplesmente de apreciar a boa música, seja popular ou erudita. Mas, a erudita tem, inegavelmente, um peso extra. A gurizada que se cria hoje ouvindo Mozart, Beethoven... vai ter um diferencial acima da turma.

Anônimo disse...

Antes do hábito dos "voos da coqueluche", já havia o costume de levar as crianças até a estação férrea para aspirar a fumaça dos trens. Dizia-se que fazia bem para a "tosse comprida". Mais um "remédio" tradicional para a coqueluche, mas, também sem comprovação científica.

Clara Marineli

Vera Luiza disse...

Voar sempre foi um sonho para o homem desde os primórdios da civilização. A observação dos pássaros, a visão dos mistérios do céu à noite, tudo remetia à vontade de abrir asas num vôo suave, livre, mágico... Assim é a arte, qualquer que seja o modo de expressão artística, como bem fala o Hamilton. As sensações são semelhantes. Por certo, voar é uma arte. Nesse ponto, refiro-me a nós, ex-alunos do Estadual, cujos Mestres nos fizeram voar ao leve sopro de sua arte...

Luiz Carlos Vaz disse...

Ianzer, vou deixar para os especialistas identificarem esse avião, mas eu quero crer que deveriam ser os famosos DC-3 que, como diziam alguns pilotos, "já faziam a rota sozinhos, como cavalo de padeiro".

Luiz Carlos Vaz disse...

Hamilton e Gerson, lembro que quando fiz o 1o ano do Primário, no Colégio Santo Antonio, lá havia um auditório onde todas as turmas aprendiam juntas a cantar vários hinos. Nacional, de Bagé, da Bandeira, da Independência, da Proclamação da República, Pan Americano... só não tenho recordação de aprender o hino do RS, tão cantado hoje. Claro, o que se canta agora é um remendo horroroso feito, se não me falha a memória em 1966 (me corrijam) do verdadeiro hino da Repíublica Farroupilha, publicado nos jornais da época e que estão em vários arquivos para se comprovar.

Hamilton Caio disse...

Tchê Ianzer, que inveja ! Voaste numa legenda dos ares, o Douglas DC-3 que era usado pela VARIG nesse época. A versão militar mais conhecida era o C-47 (olha aí Gerson, o que a FAB usava, entre outras missões, para o CAN - Correio Aéreo Nacional !). Esse avião esteve onipresente na 2a guerra mundial. Foram fabricados mais de 13.000 unidades até o fim da guerra. O nosso Piper J3 do Aero Clube também teve uma versão militar que participou do começo ao fim da guerra, como avião de observação e ligação, equipado com rádio. Só na guerra foram usados mais de 5.500 unidades. Quanto ao Douglas DC-3, é um pena que o último que restava nestas bandas, no Aero Clube em Porto Alegre, que fazia voos panorâmicos, foi trocado, há poucos anos, "Por uns Dólares a Mais" (Per Qualche Dollaro in Più - 1965 - Sergio Leone/Clint Eastwood).
(Esta e a outra observação de cinema são dedicadas ao Vaz)

Luiz Carlos Vaz disse...

Clara, vamos ter que buscar as razões empíricas dessa exposição à "fumaça do trem".

Gerson Mendes Corrêa disse...

Vaz, lembro-me que aprendíamos a cantar os hinos na aula de musica, justamente com a querida profª Zelia ao piano, diga-se de passagem que ela ensinava tudo desde o ritmo certo, pronuncia, dicção, enfim a musicalidade completa, aquela que não dói ao ouvi-la, e lembro inclusive de cantar o hino riograndense. Quanto ao avião que o amigo Ianzer voou, com certeza foi o DC3, mais conhecido como C 47 Douglas, o famigerado jeep do ar, inclusive esse avião aposentou muitos militares por invalidez, devido a um exercício que o exército realisava, de embarque e desembarque com ele em movimento na decolagem e na aterrisagem, mas isso ja é outra estoria.

Gerson Mendes Corrêa disse...

http://www.al-airliners.be/b-c/bia/bia-dc-3.jpg
Esse é o avião que o amigo Ianzer aos 16 anos foi a Porto Alegre.

Luiz Carlos Vaz disse...

Bem Hamilton, já que me provocaste com o cinema, lá vai: este último DC-3, que estava no Aero Clube de Porto Alegre, apareceu fazendo uma "ponta" no filme Diários da Motocicleta, bem ao final, quando "Fuser" se despede de Alberto Granado, que voltaria para a Argentina. O avião em cena é esse DC-3, que foi "redecorado" com elementos de época, para ficar, ora vejam, como era antes...

Luiz Carlos Vaz disse...

Sim Vera Luiza, e independente do lugar para onde nos levou o voo, o certo é que voamos alto, muito alto, e soubemos enfrentar as "turbulências" da vida. O Estadual foi um bom hangar...

Luiz Carlos Vaz disse...

Pois Gerson, ainda queria dizer para ti e para o Hamilton, no outro comentário, que a disciplina de "Canto Orfeônico", do Estado Novo do Getúlio, foi implantada nas escolas de todo o Brasil por Heitor Villa-Lobos, que produziu um "Guia prático" com temas populares harmonizados. Com as famigeradas reformas do ensino do acordo MEC-USAIDs (o "s" final é meu) o Canto Orfeônico, ou seja lá o nome que possuia à época, e tudo mais que carregava consigo, foi suprimido das escolas. Depois não sabem por que o Brasil emburreceu...

Gerson Mendes Corrêa disse...

Meu caro Hamilton, eu estava completando um ano de caserna na Base Aérea de Canoas, quando em Dez/76 o C 47 Douglas foi aposentado no 5º ETA (esquadrão de transporte aéreo), esse avião era muito lindo e imponente, uma coisa de louco, barbaridade tchê. E parafrasiando o Vaz, realmente o Estadual foi um bom e seguro hangar, juntamente com seus instrutores, onde nós todos aprendemos a pilotar nossas emoções e nos ensinou a voar suavemente pelas turbulências que enfrentamos em nossas vidas.
Vaz, veja só o que voce provocou com esse post, voce trouxe uma paixão para fazer nosso coração bater mais forte nesta tarde de comentários, Tchê DEUS te inspirou quando pusestes este bolg no ar.

Luiz Carlos Vaz disse...

Olha Gerson, eu também às vezes custo a entender o que está ocorrendo. Já fomos acessados por pessoas de VINTE países, vamos bater em QUINZE MIL acessos antes do fim de semana... e o Blog foi criado apenas para motivar o pessoal que se preparava para o "Encontro da velha guarda do Estadual em 12 de dezembro de 2009"... Sozinho eu não teria feito muita coisa, quando digo que o Blog é nosso, não é força de expressão. O importante é que a Memória Coletiva do Estadual - e de Bagé, está sendo resgatada e documentada através do Blog. A inspiração, creio, Deus está dando para todos. Vamos aproveitar. O Estadual agadece.

Anônimo disse...

Grande Vaz, quanta honra, vieste para a cerimônia do adeus de meu blog.
abraço

Manoel Ianzer disse...

Hamilton e Gerson
É isso mesmo, olhei a foto que está através do link e meu coração balançou. Na época o medo não me deixou registrar detalhes do avião. Coisas que pensamos ter perdido no tempo pela falta de um diário ou de uma foto e que não temos como descobrir. Mas agora com o blog estamos achando, relembrando e interagindo entre a turma do ESTADUAL, que já é grande e poderá ser maior ainda. Participem. Voltando a aviação, perdi o receio depois de casado, quando a nossa colega do Estadual Maria Ondina Ianzer foi trabalhar de aeromoça ou comissária na Sadia Transportes Aéreos, que posteriormente mudou para Transbrasil. Viajei muito de São Paulo para Porto Alegre e para Recife. Depois passei a viajar pela Varig.
O sonho acabou.
A euforia passou.
Que saudade da Transbrasil e da Varig!
Bagé tem um aeroporto Internacional, vou pesquisar sobre ele.

Luiz Carlos Vaz disse...

Ângelo, ao contrário do Perigo Verde, e de acordo com a lenda, os "sonhos manchados de realidade" poderão resurgir para nossa satisfação...Um abraço afetuoso e obrigado por comentar aqui no nosso blog.

Luiz Carlos Vaz disse...

Ianzer, a postagem, sobre os 15.000 acessos ao nosso Blog, está ilustrada com um DC-3 da Varig. O nosso aeroporto chama-se Comandante Kraemer, em homenagem ao comandante de um avião que caiu nos anos 50. O Hamilton deve saber detalhes... Vamos pedir a ele, ao invés de um comentário, um post com a história desse acidente. Deve ter saido foto no Correio do Sul à época.

Manoel Ianzer disse...

Aeroporto Internacional Comandante Gustavo Kraemer.
Fundação: 1932 - Aeródromo Municipal, área que hoje é o Aeroclube de Bagé.

Em 1943 - transferido para atual localização que fica ao sul da cidade, sentido Aceguá - Br 473.

Em 1953 - recebeu o nome de Aeroporto Comandante Gustavo Kraemer.

Em 1974 - inaugurado o terminal de passageiros pelo Presidente Médici.

Em 1980 - Infraero assumiu a gerência do aeroporto.

Em 2001 - foi habilitado a receber voos internacionais. São frequentes táxis aéreos do Uruguai, Argentina, Chile e até dos Estados Unidos.

O Aeroporto de Bagé não opera voos comerciais. Parte daí dois voos diários com malote bancário, além de táxis aéreos e jatos executivos, na maioria empresários de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná que possuem negócios na região nos setores de criação de cavalos puro-sangue inglês e árabe, pecuária, fruticultura, vinicultura, celulose. Além de profissionais do ramo frigorífico e das lojas com filiais em Bagé, que tem rede no RGS e em outros estados. Profissionais com destino a hidrelétrica de Candiota. O narrador esportivo da Globo "Galvão Bueno" é um usuário do aeroporto , que se desloca para sua propriedade rural de Pedras Altas, bem como os seus convidados.

Movimento no Aeroporto de Bagé
2002 - 1.384 aviões / 1.099 passageiros.
2006 - 1.445 aviões / 4.189 passageiros.
2007 - 1.313 aviões / 3.921 passageiros.

Aldo Ghisolfi disse...

Pois mui buenas tardes! AInda não li tudo o que está escrito sobre o Aero Clube, mas já posso dar dois pitacos. 1) o apelido ancestral do Perigo Verde era Rosinha, por causa de uma rosa rosa e vermelha que o Waldomiro tinha enroscada no painel da garça. 2) Pro Gerson: o piloto a que te refees era o Homero de Jesus Rodrigues Dias, Bigode ou Leão do Caverá. Excelente pessoa, mora no interior de São Gabriel. Aguardem...lerei e voltarei. (aldoghisolfi@gmail.com)

Luiz Carlos Vaz disse...

Pois te aprochega, tchê! E vai dando pitaco à vontade... o blog é prá isso mesmo!

Gerson Mendes Corrêa disse...

Cada vez mais nós devemos acreditar que ninguém está sozinho no mundo, porque sempre que levanta-se um bola, alguém chega, chuta e faz um golaço, obrigado Aldo pela tua entrada aqui no blog, e como disse o Vaz te aprochega, boleia as pernas e vai sentando que a cuia já vai chegar pra ti e enriquece a nossa charla.

Aldo Ghisolfi disse...

Não esqueçam que a VARIG também operou com Curtis Commander, que tem quase que as mesmas carcterísticas do DC3. Idem para a Cruzeiro do Sul.
(aldoghisolfi@gmail.com)