22 de abril de 2010

Terra a vista!

Monumento em Lisboa homenageia os gajos que enfrentaram
mares desconhecidos para ampliar as fronteiras de Portugal
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Foi num dia 22 de abril que um marujo gritou assim, bem alto, para que o comandante da frota pudesse ouvir: Terra a vista! bradou o gajo. Depois de terem partido a 9 de março, de Belém, deixando para trás, mães, filhos e noivas, os homens da equipe comandada por Pedro Álvares Cabral chegaram a uma terra, para eles, nova. Eles tinham passado muito além do Cabo Bojador, na África. Nas muitas noites que navegaram, não avistaram terra, somente a beleza do céu refletida no mar. Fernando Pessoa descreve com maestria a saga desses homens no poema Mar Português, que publicamos em homenagem a esses marujos de alma grande, e aos nossos professores do Estadual, que também nos ensinaram a passar além da dor, para que hoje ainda sintamos orgulho de ter estudado lá.
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Mar Português
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Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal?
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
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Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
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Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
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Um comentário:

Vera Luiza disse...

... e nós, mortais que somos, sentimo-nos imortalizados nesses versos... Acaso não fazemos parte da descendência desses valentes navegadores? Todo o brasileiro, creio, embora, às vezes, digamos que não, tem um bocadinho da alma que voou pelo mar sem fim em busca de outros horizontes... e... por certo, valeu a pena... Nossa alma não é pequena...