19 de maio de 2010

City Lights

As Luzes de Bagé ao final dos anos 60
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Não é exatamente sobre o filme do Charles Chaplin, Luzes da cidade, que quero falar. Também não é sobre a florista cega que ele, despretenciosamente, ajuda no filme. Só quero divagar um pouco sobre esta vista noturna da nossa Bagé que a Claudete nos enviou. À noite, além dos gatos, todas as cidades parecem iguais. Principalmente vistas assim, com a predominância dos farois e das lanternas dos carros fazendo a iluminação. Olhando a foto atentamente, até parece cena de filme, coisa de cidade grande, de cidade com muitas luzes... Quando saíamos a noite do Estadual, descendo a Avenida Sete, essa era a nossa visão de Bagé. Claro, nós queríamos ver mais carros novos, mais luzes de neon, mais pessoas na rua. Talvez a fotografia tenha sido mais generosa do que a realidade. Mas as luzes, mostradas no postal, nos enchiam de orgulho. Nossa cidade já possuia um cartão postal noturno. Se alguém olhasse rapidamente poderia até confundir com uma daquelas cidades grandes, cujas vistas noturnas ilustravam cartões postais e os calendários anuais distribuidos como brindes pelas grandes empresas e fábricas. Estas luzes de Bagé, que ficaram gravadas para a posteridade no cartão postal da Claudete, hoje são mostradas aqui, para que nós, como a moça do filme, possamos vê-las como se pela primeira vez. De certa forma, são as luzes que iluminaram a nossa juventude, num tempo em que, como a moça do filme, não enxergávamos muita coisa mesmo...
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12 comentários:

Léli disse...

Adorei a divagação!!!!
Beijos

Luiz Carlos Vaz disse...

Escrvevi depois de ler o "Quiii teeempo bom..."

Hamilton Caio disse...

Vaz, como a Léli falou, uma bela divagação. Certamente as luzes deram um aspecto de cidade grande para a nossa metrópole. Falando em cinema, City Lights também lembra "Harbour Lights", música marcante do grupo vocal "The Platters", muito tocada nos anos 50 e 60, também foi hit de Elvis Presley e apareceu como trilha sonora em alguns filmes.
Os veículos, como sempre, identificam a época da imagem. Estacionados, vemos logo o indefectível fusquinha e ao lado o mais característico da época, o clássico Aero Willys. E a esquerda, não seria o ônibus da Frederico, com aquele nosso cobrador, agora já contando as notas dobradas no meio dos dedos, para encerrar a linha do dia ? (post "Vai para na esquina! , de 17 de março).

Vera Luiza disse...

Este blog nos faz tanto bem! Tira lá do fundo "d'alma" (para confirmar nossa lusa descendência...hehehe...)sentimentos que se reafirmam, comprovando a importância daquele chão, provedor de bases afeitas ao enfrentamento e à coragem, própria dos nativos dos pagos bageenses... Antes de acessar esta página, já me preparo psicológica e emocionalmente para abrir alguma porta da memória sempre repleta de lembranças... Obrigada, Vaz! Tua dedicação, entusiasmo e profissionalismo nos concedem momentos de grande alegria!Nem poderia ser diferente, o "vivente" nasceu em Bagé!hehehe...

Luiz Carlos Vaz disse...

Hamilton, o ônibus tem uma "corcovinha" que lembra mais um ônibus de fora, de excursão. Quem sabe trazendo algum artista ou conjunto para se apresentar no Comercial. Sabe lá se um "retratista da capital" não veio também nesse ônibus e nos proporcionou essa linda foto?

Luiz Carlos Vaz disse...

Puxa, Vera Luiza, muito obrigado. Na verdade fico mesmo muito feliz pelo fato do Blog ter chegado a condição de ser um compartilhador de nossas lembranças. Isso é o resgate da Memória Coletiva do nosso inesquecível Estadual. Espero que muitos outros colegas o conheçam e tragam também as suas colaborações para esta enorme tarefa que é de todos nós. Um abraço.

Argemiro de Brito disse...

Essa foto lembra um pouquinho a Avenida Copacabana aqui no Rio... assim de relance.

Argemiro de Brito disse...

Quanto aos beneficios do Blog, comentados pela Vera Luiza... ai nem dá pra comentar, todos os dias surgem coisas novas e novas coisas. O amigo Vaz é um abnegado e persistente fotógrafo/jornalista. Também pudera, malhou um bom tempo no Estadual.

Luiz Carlos Vaz disse...

Miro, Obrigado. Os comentários dos colegas e leitores também engrandecem e contribuem muito com o Blog. Depois vai um mail com as dicas das fotos. Um abraço.

Manoel Ianzer disse...

Avenida da minha infância, para mim era a maior e mais bela rua do mundo.
Continua sendo, pela marca profunda de carinho que marcou minha vida.
Era a nossa AVENIDA em que a sociedade bageense desfilava rua abaixo, da Praça de Desportos até os Cines Capitólio e Avenida. A alta sociedade desfilava de carros e os outros (nós) a pé, conversando, rindo, sem se preocupar quem tinha mais riqueza, valia a beleza das moças, das casas, dos prédios, das lojas. Tudo era aconchegante e gostoso. O amor fluia livre e belo. Uma época de respeito, diversão e arte.

Argemiro de Brito disse...

Caramba Manoelito... com essa você me emocionou e me trouxe grandes e enormes recordações da nossa Avenida Sete de Setembro. Do Cine Avenida, então, nem se fala!
Baitabraço.

Manoel Ianzer disse...

Grande Miro,
conheci São Paulo em 1963 com 15 anos, fiquei alguns meses morando com meus tios no 24° andar de um prédio da Av. Paulista. Tudo me encantava pela grandiosidade, a própria avenida, os enormes prédios, o Conjunto Nacional e da janela via o verde do Ibirapuera com o enorme ginásio coberto. Tudo muito lindo, mas não tinha os meus amigos por perto, para desfilar pela avenida batendo papo e ir ao cinema. Voltei para Bagé e passei a dar mais valor pela nossa AVENIDA
dos desfiles de sete de setembro, das comemorações do Guarany, das procisões
e dos carnavais.
Por isso ela se tornou a mais bela e a mais importante da minha adolescência.
Miro um abraço bem tchê de Bagé!
Manoel