A colega Dóris Schuch enviou para o Blog uma bela coleção de fotos antigas de Bagé. Entre elas achei esta que mostra a nossa Praça de Desportos, lá no comecinho do século XX. Aparece também, a Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora e o belíssimo prédio do antigo "Colégio dos Padres". A cidade ainda vivia o período de pujança econômica e era possível ao poder municipal planejar e construir, num espaço público, uma praça com essa, com todos os equipamentos e instalações que nós do Estadual, e todo povo de Bagé, conhecemos e utilizamos durante décadas. A praça já estava precisando de novos cuidados, mas quando reformamos um lugar como esse, precisamos contar com pessoas tão ou mais capazes como as que a planejaram e construíram para não corrermos o risco de transformá-la em um verdadeiro Frankenstein... Vida longa à Praça de Desportos! Que nela mais gerações de bageenses possam embalar seus sonhos e sua juventude nos mesmos balanços de correntes que nos arremessaram para o alto, sem dispensar aquele característico friozinho na barriga, que muitas vezes voltamos a sentir em várias oportunidades no início da nossa vida adulta...
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Nota: Em comentário a postagem "Menina da bica -II ...", de 17 de maio, o colega Manoel Ianzer apresentou uma bela coleção de informações sobre a Praça Rio Branco, a nossa Praça de Desportos.
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9 comentários:
Desde que olhei esta foto hoje de manhã, tenho duas impressões:A primeira é, aos fundos e a direita da igreja Auxiliadora há uma fumaça o que me faz crer que era um trem puxado por uma locomotiva a vapor "Maria Fumaça" que no momento da foto fazia no maximo 2 minutos que havia passado onde, alguns anos mais, seria minha casa e pelo sentido da fumaça o trem vinha do lado de Cacequi para Bagé. E a segunda impressão é que tem uma construção lá no fundo da foto, ou então já era o complexo do Colégio São Pedro.
Gerson, a reprodução dessa fotografia, ainda que sem muita qualidade, oferece uma leitura bem razoável. Claro, esse detalhe do trem, só um ex-controlador de tráfego férreo como tu poderia notar. Há também a sombra projetada dos prédios que pode nos dar o horário certo em que foi batida. E o São Pedro... parece ser o próprio, sim.
É mesmo considerando a sombra projetada, digamos que seja entre 08:00 e 09:00 da manhã.Outro detalhe da foto, já existia a quadra dos patins e a conhecida quadra de futsal, rapaz essa quadra de futsal tem muita estoria, na minha época todos os sábados à tarde tinha campeonato entre as "zonas" como era conhecido pequenos redutos de um bairro., tu deves te lembrar disso, inclusive tinha até uma arquibancada de madeira que ficava com as costa para avenida 7 de setembro. Bons tempos.
Gerson, como já narrou o Ianzer em sua pesquisa sobre a praça, parece que ela foi inaugurada completa mesmo. Com todos os equipamentos e instalações. Se um engenheiro ou um expert aparecer por ai, poderá dizer até em que mês do ano foi batida a foto, só pela inclinação da sombra. Vamos aguardar.
Gerson, parece estar correto, conforme a intensidade do vento, a fumaça poderia se esparramar dessa maneira. E o recinto da Estação férrea começava logo ali, no final da rua Mal Deodoro, a rua larga à direita da foto. Ao fundo, como também falaste, onde parece ter uma construção, ainda era o Povo Novo, depois mudou para bairro Getúlio Vargas. Eu continuo, e com prazer, chamando de Povo Novo, até hoje. E a rua da esquerda ainda era a Félix da Cunha, que depois mudou para Pres Vargas. Também continuo chamando de rua Félix. Gerson e Vaz, bem lembrado sobre as sombras e os ângulos, apenas que, como a inclinação está ligeiramente para leste, a hora é a oposta, isto é, por volta de 3 horas da tarde. As épocas do ano, pelo ângulo das sombras, podem ser duas, distantes seis meses uma da outra. Indica uma estação intermediária entre verão e inverno. Está mais próprio para fevereiro ou agosto. A praça tem algumas árvores com poucas folhas, que podem ter caído no inverno (folhas caducas), ao contrário de outras com folhagem normal (folhas perenes), não há movimento nas ruas, e como não é horário almoço, a época mais provável é agosto, daqueles frios. E tem mais um fator que aponta o mês de agosto: o vento indicado pela fumaça (intensidade e sentido) é característico do "carpinteiro da praia", como dizia meu pai, ou "sudestado", nome comum usado em meteorologia, vento predominante que sopra do sudeste (entre o sul e o leste). E tem mais, fevereiro é carnaval ..., essa paisagem não tem nada de indique época de folia !
Sobre a origem do antigo nome do bairro, parece que é fácil deduzir. Povo é um dos tantos nomes que eram usados nos dois lados da fronteira, antes da era das comunicações instantâneas, para indicar habitantes de um povoado. Até hoje observo os nossos hermanos uruguaios falando esse termo, quando se referem a moradores de um determinado lugar, por exemplo: "o povo que mora ali ...". É provável, portanto, que a partir de uma certa época, quando a cidade já estava razoavelmente ocupada, talvez na entrada do século XX, alguns forasteiros que começaram a chegar ao município, atraídos pela fartura econômica da era das grandes fazendas e charqueadas, foram se instalando "naquele alto", que talvez não tivesse dono, ou simplesmente acamparam e foram levantando seus ranchos. Logo as moradias foram se multiplicando e aquele "povoado" passou a chamar a atenção da população da cidade, e a referência a elas, "o povo novo", logo começou a pegar moda. Assim teria nascido, provavelmente, a primeira vila de Bagé. Uma nota curiosa: lembro quando nos anos 50, eu era guri, o Povo Novo começou a apresentar muitas ocorrências policiais e a população passou a chamar a vila de "Coréia", numa alusão à Guerra da Coréia (1950 / 1953) que havia terminado há pouco e estava sempre presente no noticiário do dia. Alguns chamavam também de "terra sem lei". E a propósito disso, o que o Gerson chamou de complexo do Colégio São Pedro, estava sendo fundado nessa época (anos 50) como Instituto São Pedro de Educação e Assistência (ISPEA), "comandado" pelo Padre Honorino João Muraro, junto da já existente Capela São Pedro. Com sua obra assistencial, diziam, o Padre Muraro tinha "domado" o Povo Novo, afrontando no "braço", também dizia-se, os malandros e marginais que infestavam a vila. Lembro bem desses comentários dos meus pais e tios. Seria lenda, mito ? Precisaríamos de mais pesquisa ...
A primeira casa que morei em Bagé foi ao lado da Escola São Pedro. Meus pais tinham um bar. Aos domingos, enquanto o pessoal jogava futebol num campo de terra, eu vendia bolinhos, docinhos e bananas. Minha idade? Acredito que era de uns 8 anos (anos 50). Não tinha lei protegendo o menor, mas a gente era feliz, aprendia ter responsabilidade desde novinho.
Na escola tinha a capela e cinema para nossa alegria.
Essa casa não existe mais, o terreno passou para o Instituto São Pedro.
Eu nasci no Povo Novo, mais precisamente na Rua São João, nr. 178, entre as ruas Barão do Itaqui e Dr. Freitas. Estudei no ISPEA, desde o Jardim da Infância até o final do Ginásio (1971).Aí fiz a prova de seleção para o Científico no Estadual, onde estudei os 2 primeiros anos (1972 e 73).O 3º ano cursei no Colégio Municipal Pelotense (74), em Pelotas, para onde eu e minha mãe mudamos após a morte do meu pai. Lembro muito bem dos padres Honorino e Osório Muraro. Eram irmãos. E realmente, pelo que sei, eles é que desenvolveram aquela região com programas comunitários. Lembro que recebiam doações de entidades assistenciais da Alemanha e Itália. Tinha a missa e depois a gente ganhava um "ponto" (tipo um ingresso) para ver filmes(havia uma cortina que tapava o altar e se transformava em tela de cinema). Os filmes da tarde normalmente eram sobre Dom Bosco, Domingos Sávio. Mas, aos sábados e domingos, após a missa das 19h toda a família ia assistir a algum filme do Mazzaroppi.Os anos 60 e 70 passei todos por lá. Que belas lembranças!Tenho uma comunidade no orkut. Vocês estão convidados a participar!
http://www.orkut.com.br
Colégio São Pedro-Bagé/RS
Claudete, dá uma olhada ai nos teus guardados e manda umas fotos e textos sobre o "tema" Povo Novo para publicar aqui no Blog.
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