31 de dezembro de 2012

Sentinela do ano novo

Ave sobre telhado às margens do Canal São Gonçalo, Pelotas/RS.  Foto LC Vaz

Parece que ela está dizendo: Lá vem o Ano Novo, gurizada!!
.

Roupas no varal - XXII, Varal da Paz

Foto Eliana Valença

Nossa colega Eliana Valença fez esta sugestiva foto de um varal de roupas brancas, num desejo explícito de Paz para todos em 2013.
.

30 de dezembro de 2012

Desejos para o Ano Novo



Para 2013,
que eu seja simples,
que possa encontrar a simplicidade em todas as coisas,
que o que não seja simples não exista para mim,
que eu pense, fale e pratique o que seja simples,
que o que não seja simples ,
por indecoroso e desaconselhável,
me seja proibido...

Terminantemente.


Maribel Felippe
.

28 de dezembro de 2012

Almanaque do Bicentenário de Pelotas é doado para a UFPEL



Almanaque do Bicentenário de Pelotas é doado para a UFPEL

A Universidade Federal de Pelotas recebeu, nesta sexta-feira, 28 de Dezembro, dez exemplares do Almanaque do Bicentenário de Pelotas, uma edição Pró-Cultura RS/Gráfica e Editora Pallotti. Trata-se do primeiro volume (de uma série de três) de um projeto idealizado por Duda Keiber, que recebeu planejamento cultural da Gaia Cultura & Arte e tem a coordenação editorial e organização de Luís Rubira, professor do Departamento de Filosofia da UFPel.

Com 336 páginas, o volume I presta uma homenagem a João Simões Lopes Neto (principal protagonista das comemorações do 1º Centenário) e à cidade de Pelotas. Por esta razão, ele traz em seu núcleo o fac-símile da “Revista do 1º Centenário de Pelotas” de Simões, bem como apresenta 212 imagens da cidade anteriores ao ano de 1912. Com textos dos pesquisadores Luís Borges (que apresenta a “Revista”), Adão Monquelat e Valdinei Marcolla (que trazem João Cardoso dos Contos gauchescos para a História) e notas à iconografia de Guilherme Almeida, este volume teve a coprodução de Beatriz Araújo, o apoio do Instituto João Simões Lopes Neto e a direção de arte de Valder Valeirão.

 A obra que é um presente para a cidade de Pelotas, e cujos volumes II e III (a serem lançados em 2013) irão contar com a participação de diversos pesquisadores da UFPEL, é financiada pelo PRÓ-CULTURA/RS, com o apoio da Secretaria da Cultura do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, e foi patrocinada pela empresa JOSAPAR. Com tiragem de mil exemplares, o Almanaque do Bicentenário de Pelotas vem sendo doado para diversas bibliotecas a nível municipal, estadual e federal e pode ser lido na Internet através do sítio www.almanaquedepelotas.com.br.

Do total de dez exemplares doados para a UFPel, ainda dentro do calendário do Bicentenário, quatro exemplares estão sendo entregues ao Gabinete do Reitor, do Vice-Reitor e da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura e à Biblioteca Central; quatro são destinados à Biblioteca de Ciências Sociais, encaminhados aos Diretores do IFISP, professor Álvaro Barreto (dois exemplares), do ICH, professor Sidney Gonçalves (um exemplar para o Departamento de Museologia, Conservação e Restauro) e da Faculdade de Arquitetura, professor Antonio Cesar Silveira (um exemplar); e, por fim, dois ao Núcleo de Documentação Histórica (NDH), coordenado pela professora Lorena Almeida Gill (um exemplar), e ao Diretor do Centro de Integração do Mercosul, professor Jabr Hussein Debb Haj Omar (um exemplar).
.

26 de dezembro de 2012

Quarta-feira, dia nacional do sofá - LI, Banana de Pijama

Foto LC Vaz

Aturamos todas as fases das crianças. Uma vez nos fantasiaram - e nos apelidaram - de Bananas de Pijama. Mas, eles crescem, começam a gostar de outras coisas... Agora, enquanto estamos aqui na rua eles, certamente, estão assistindo a MTV. Mas, sentar no "Banana de Pijama" favorito deles, nunca mais.
.

25 de dezembro de 2012

Sensação térmica de 50ºC

Ilustração Rafles Ramos

Flagrante obtido pelo nosso leitor e amigo Rafles Ramos durante esta madrugada numa cidade qualquer do Rio Grande do Sul com sensação térmica de 50ºC.
.

24 de dezembro de 2012

Saudade dos Natais...

Ilustração da mensagem de Natal enviada por José Maria del Rey


Saudade dos Natais...

J.J. Oliveira Gonçalves


Saudade dos Natais de antigamente
Desabrochados risos de Ventura...
O coração cantava - de contente
Canções de Inocência e de Ternura!

O clima inundava a Alma da gente
Viver... que deliciosa aventura...
Porfia fez-me o verso descontente
E a rima ela me dói na noite escura!

Ganhei tanto presente natalino
Tão vivos nas retinas de menino
Guardados neste exausto coração!

Guardados doloridos são-me agora
Saudade é um traça que devora...
Em 1000 suspiros chora a Emoção!
_______________________________________

Porto Alegre, 21 de dezembro/2012. 10h20min - HS
jjotapoesia@gamil.com - www.cappaz.com.br

23 de dezembro de 2012

Cervejas, brejas & birras


Estou me deliciando com a leitura do livro presenteado pelo colega Leonardo Furtado, Cervejas, brejas & birras, de Mauricio Beltramelli. São mais de 300 páginas de história, química e sabores, numa linguagem simples e direta bem apropriada para as férias. A um amigo secreto assim devo dizer: Prosit!!
.

22 de dezembro de 2012

Canto (e Desencanto) de um Pássaro!

Foto Marcelo Soares


Canto (e Desencanto) de um Pássaro!

J.J. Oliveira Gonçalves

As horas fluem. Os dias se vão. O ano, embora nem tão velho assim, se esvai. Chronos continua - com seu irreversível Cinzel - a lapidar, (ou delapidar?), minha face, meu corpo... Às vezes, penso, até, que mexe um tanto em minha Alma - embora esta, por crenças que aprendi - seja intocável, imexível, Imortal! De qualquer forma, ainda que Chronos não possa fazê-lo, as coisas da Porfia - e esta não é outra máscara de Chronos? - com certeza, de alguma maneira, vá cinzelando este Sopro Etéreo a que chamamos Alma...

Domingo de meu Pai Oxalá. Oxalá incompreendido. Apesar de sua palavra de Paz. Oxalá tantas vezes traído, (pois não continua sendo traído, até agora - pelos homens materialistas e de má vontade?), apesar de seus gestos de Amor. Oxalá brilha no Sol que me ilumina a janela e faz mais cristalina a vidraça. O olhar me embaça - apesar do Sol - eis que, na panorâmica de meus olhos, lembranças se acendem, respingadas de suspirosas Saudades... Já tive tempos de Luz e de Sonhos de Verão... Quem sabe, para amenizar tempos tormentosos, vazios, ausentes... Tempos de Solidão que vivo, agora. Todavia, não perdi esta mania (incompreensivelmente teimosa!) de querer ser girassol!

Vou. Sigo. Prossigo. Enquanto escrevo desta forma intimista - e sei que piegas para alguns, (embora isso não me importe, pois não me incomoda). Olho o Vento que dá às folhas das árvores um toque sutil de lírica e lúdica Nostalgia... Peço a ele que mexa em minhas Energias. Que leve as que me são pesadas ao corpo e à Alma e as desfaça em rútilo redemoinho no Astral... E me traga as Energias das Florestas - vestidas de 1000 aromas... As Energias das Águas - com Prismas cristalinos e refrescantes... Enfim, que me envolva Corpo e Alma com as Puras Energias de Mãe-Natureza. Que me traga, dos irmãos animais, a Sabedoria de suas Lições de humildes Seres da Natureza, para que eu conheça a Magia Sagrada de sua Conexão Natural com o Grande Espírito - a quem, comumente, chamamos de Deus!

19 de dezembro. 2012 se estiola... Aos poucos... (Ou mui rapidamente?) 2013 vem vindo... A passos largos. E eu me pergunto - depois de tanto tempo que parece que foi ontem: quem sou? Somente posso responder, (apesar de enluarados meus cabelos que tinham o negror da noite!): não sei!! Tão somente sei que continuo, aqui... Aqui, para onde me mandaram fazer o quê? Aqui, onde vivo por viver. Onde sobrevivo porque essa é a Lei! Onde existo porque não posso negá-lo! E vou levando... apesar das Dores!

Mas, chega. Impõe-se puxar as rédeas desta (in)voluntária compulsão do ato (insano e solitário!) de escrever. Há calmaria nesta manhã de Domingo. Há silêncio. (Um avião passa e ouço a canção cansada e misteriosa de suas turbinas!) E lá do quintal me chega o ruído alvissareiro de pardais tagarelando - quem sabe? - de como é bela e colorida a Vida... Quem sabe, ainda, recitem versos curtos e mimosas rimas para esconder as Dores de suas Penas... Seja com for, Orpheu a Lira me emprestou... E eu - poeta de temas itinerantes, nômades - feito um Cigano, rumo à Pátria onde descansarei a Alma das Longas Caminhadas... Feito um Índio, levo meu coração para que descanse, em Paz, entre a intermitência fascinante e misteriosa das mágicas Estrelas...

Já é quase Natal... Já é quase outro ano...

Sou o prisioneiro pássaro que canta... sem saber por quê!

Todavia, desconfio seja este um canto de silencioso desencanto...

Talvez, comigo mesmo... Quem sabe?
__________________________________________________

Porto Alegre, 19 de dezembro/2010. 10h47min - ha
jjotapoesia@gmail.com - www.cappaz.com.br
___________________________________________________________

Texto escrito em 2010 e adaptado para 2012 pelo Blog com a autorização do autor
Neste dia 19 de dezembro de 2012 o poeta JJ completou 39 anos de casamento!
.

19 de dezembro de 2012

Valmon & Júnior Cardoso em Pelotas



Nesta quarta-feira ocorrerá um encontro artístico de altíssima qualidade. Dois cariocas que já abriram vários shows importantes como o de Gilberto Gil na Alemanha, Daúde e Chico César, estarão em Pelotas apresentando um repertório recheado de som brasileiro:  Sérgio Sampaio, Belchior, Flavio Venturini, Zeca Baleiro, Kleiton e Kledir, Vitor Ramil, Alceu Valença, entre outros tantos que não esgotam na voz e viola destes dois grandes artistas.

Abertura Performática de Jaqueline Pradié ("Fale de amor mesmo sem ninguém ouvir") nos empresta sua alma em movimentos de forte expressão numa contemporaneidade tão espontânea como sua própria essência. Uma apresentação que vai virar você do avesso.

Local: Bar João Gilberto, 23h30. Ingressos antecipados no Papuera, Studio CD'S e bar João Gilberto, rua Gonçalves Chaves, 430, fone (53) 3026-2140, Pelotas.

Os músicos encantaram os ouvintes do programa Pelotas 13h
.
Valmon e Júnior Cardoso foram descobertos no Rio de Janeiro por uma empresária alemã que produziu e gravou com eles dois CDs com músicas autorais em Munich. A dupla, que já fez várias excursões por países da  Europa está, no momento, preparando mais um álbum para o início de 2013. Os músicos estão em Pelotas por convite da jornalista Adriane Santi.
.


Quarta-feira, dia nacional do sofá - L, Sofá cama

Foto Manoel Ianzer


Um Sofá
Manoel  Ianzer

um sofá
ainda bem ajeitado
jogado na calçada
com ar de abandono
cor uma dona de casa
numa alameda de
                São Paulo

falta de respeito
ou falta de amor?

as visitas  - sentaram
as crianças – pularam
assim todos usaram
                e abusaram
do belo sofá

agora sendo desfrutado
por um  morador
                de rua

depois de tomar a sua
                cachaça
deita e dorme
                um sono intenso
sem nenhuma preocupação
                     com Deus
                   com a vida
                   com a alma
.

18 de dezembro de 2012

Tangos no Liberdade

Possidônio e seu bandoneon, foto divulgação Camerata Novitango

Dia 19 de dezembro, às 21h, o bar e restaurante Liberdade abre suas portas para o grupo Camerata Novitango. O notável reduto do choro, samba e seresta da cidade abre na noite desta quarta-feira espaço para tangos, valsas e milongas portenhas. Encontro de artistas destacados de diferentes segmentos do estado e país, o grupo Camerata Novitango tem os arranjos do multi instrumentista  Possidônio Tavares ao bandoneon, voz e interpretação da mezzo soprano Ângela Pachon, Laira Campos ao piano e Renan Leme ao violino. O instrumental de qualidade e as belas performances cantadas tem extraído aplausos dos mais variados ouvintes e conquistado diversas plateias.

No programa desta noite clássicos como “El dia que me quieras”, “La Cumparsita”, passando por milongas instrumentais e valsas até pérolas do novo tango como “Adios Nonino”. Ícones do cancioneiro latino americano como “Gracias a la vida” e “Flor de la canela”, também integram o repertório.

O bar e restaurante Liberdade localiza-se em Pelotas, na rua Deodoro, 753, quase esquina Netto. Ingressos no local a R$ 12,00, reservas pelo telefone (53) 3222-8444.
.

17 de dezembro de 2012

Filosofar é preciso


O Pensador, de Auguste Rodin

O Ministério da Educação divulgou no dia 6 de dezembro os resultados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), aplicado em 2.136 universidades, faculdades e centros universitários da rede pública e privada. Ao todo, 8.655 cursos foram avaliados com notas de 1 a 5. Neste cenário, a Universidade Federal de Pelotas atingiu o desempenho 4, sendo que quatro dos cursos nela oferecidos  ficaram entre os dez melhores do Brasil. O Bacharelado em Filosofia da UFPel despontou como o nono melhor do país (entre mais de 50 bacharelados de filosofia avaliados) e o primeiro no Estado do Rio Grande do Sul, obtendo nota 4  a mesma já atribuída ao Curso de Filosofia, no início de 2012, pelo Guia do Estudante da Editora Abril.

Fruto de um trabalho longamente acalentado, o Bacharelado em Filosofia da UFPel foi implementado em 2006, ou seja, vinte e um anos depois da criação da Licenciatura em Filosofia. Contando, atualmente, com 14 professores efetivos, o Departamento de Filosofia praticamente dobrou seu quadro docente a partir de 2006, sendo que oito deles ingressaram na Instituição graças aos esforços dos professores que fizeram expandir o curso desde 1985, ao apoio da administração central da UFPEL, que nunca mediu esforços para permitir a qualificação do Curso, bem como pelo trabalho coletivo desenvolvido no Instituto de Sociologia e Política (ISP)  que, no corrente ano, passou a denominar-se Instituto de Filosofia, Sociologia e Política (IFISP).

Contando com especialistas em Aristóteles, Santo Anselmo, Marsílio de Pádua, Guilherme de Ockam, Kant, Nietzsche, Moore, Wittgenstein, Hannah Arendt, John Rawls, entre outros, com diversas linhas de pesquisa em Filosofia Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea, o Departamento de Filosofia possui também Grupos de Estudos abertos à comunidade, projetos de Pesquisa e Extensão, bem como conta com um periódico semestral: a  Dissertatio – Revista de Filosofia, classificada em nível B1 no Qualis da CAPES, e a Coleção Dissertatio de Filosofia. O Curso prevê, para 2013, o ingresso no Ensino de Filosofia à distância e a implementação de uma Especialização em Filosofia.

Para outras informações, acesse o sítio http://isp.ufpel.edu.br/depfil/ ou escreva para: filosofia@ufpel.edu.br
.

15 de dezembro de 2012

No Ventre da Terra... No Éter de Deus!

Foto Marcelo Soares

No Ventre da Terra... No Éter de Deus!

J.J. Oliveira Gonçalves

No ventre da terra deitei minha face...

Aninhei-me todo como se feto fosse. Cerrei a cortina dos olhos. Corri a tranca dos lábios. E os ouvidos eu os fechei para os barulhos absurdos do mundo. Chorei lágrimas feitas de infância. E libertei gemidos nascidos do coração... Ah, este mundo feito de deletérios progressos... Progressos que aniquilam o homem – corroem, corrompem, escravizam... E o bicho-homem, acuado entre materialismo, sexo e droga, faz de sua existência uma droga de vida: estressante, cheia de violências, de medos, vazia, sem sentido... O bicho-homem: um bicho sobrevivendo nos rastros sombrios do que restou do homem... Cortou arrogantemente sua ligação com Ele e, não tendo, ou até fazendo de conta que tem uma religião, perdeu o contato com o Divino, com suas Raízes Espirituais. Esquecido, desligou-se do Alto. Não consegue mais (re)ligar. Pois perdeu mesmo o cacoete de ser religioso. Baniu as palavras mágicas do Livro da Vida. Relegou à indiferença os gestos sagrados. Renegou os Rituais que celebram o Pai, a Mãe e o Filho! Não mais reconhece os Símbolos! Não quer mais comungar do Éter de Deus!

E assim caminha a Humanidade sobre o dorso dorido da Terra. Murchado da Fé, corre em todas as direções para não chegar a lugar nenhum. Quando abatido pelas andanças do cotidiano e pelas dúvidas que carrega consigo, se questiona. Perdido, procura por Deus. Desiludido e vazio, comete graves pecados... Descuida do corpo. Ignora a Alma. Se socorre nos vícios. É o fumo. O álcool. A droga. Sem forças para aguentar o tranco da Vida, desespera-se. Olha em volta e, moribundo voluntário do ato de viver – ou sobreviver – transfigura-se em potencial suicida. (Bomba-relógio no tic-tac do tempo linear...) Pensando ser o fim de seus tormentos, de suas dores, de seus ferrenhos sofrimentos, volta-se contra a própria Vida. Crê que a porta da salvação é essa Chave instigante, proibida, velada... Vê-se agraciado descobridor da Panacéia que o livrará, de uma vez por todas, do peso insuportável da Cruz que se julga incapaz de carregar. Infeliz em sua ilusória e radical concepção, fecha o Portal da salvação: sua Jornada terrena – lições de aprendizado, resgates cármicos, crescimento espiritual. Engorda seu karma. Protela e acresce às suas dívidas o imperioso resgate de si mesmo.  Renega a evolução de seu eu divino. Transgride a Lei Universal... Enfim, joga fora suas tão necessárias e irreversíveis Dores de Crescimento!

Pobre homem! Veio ao mundo terreno. Viu. Mas não venceu. Antes, entregou-se às coisas mundanas, como se estas fossem eternas. Como se ele próprio eterno fosse. Os olhos, cegos, não romperam o Véu da ilusão – Maya. A boca, “faminta” e arrogante, fala demais, quer demais, exige demais. Os ouvidos, viciados, ouvem torto... As mãos, egoístas, lavam apenas o próprio rosto. O coração, frio e calculista, fossilizou-se. A Alma, baça e pesada, vagueia pelos guetos sombrios da Existência... E o Espírito... ah, o Espírito... esse é o Sopro Etéreo do Criador que – Imagem e Semelhança! – é o Anjo-da-Guarda que sempre salvará o homem! Que o resgatará de seus pecados! E o fará, um dia, voltar à Casa Augusta do Pai – sua luminosa e original Morada!

1º lugar – Concurso de Prosa e Verso/2001 – Grêmio Literárário Castro Alves – Porto Alegre/RS.
1º lugar – Concurso Nélson Fachinelli de Efemérides/2003 – Casa do Poeta Rio-Grandense – Porto Alegre/RS

Porto Alegre, 08/maio/2001. 18h17min
jjotapoesia@gmail.com - www.cappaz.com.br
.

14 de dezembro de 2012

Os Anjos

Arquivo Afonso Moraes

Vários "conjuntos", hoje chamados "bandas", surgiram na cidade nos anos 60. Beat Five, Excelsior, O Grupo... Um deles, Os Anjos, aparece nesta foto do Afonso Moraes que eu achei no Facebook através do Ricardo Gonçalves. Diz ele: ‎"Os Anjos" Bagé/1967 - Ariel (baixo), Afonso (crooner), Betão (guitarra base), Jaime (guitarra solo), Villinha (bateria). Bons tempos..!!"
.

12 de dezembro de 2012

Quarta-feira, dia nacional do sofá - XLIX, Sofá planta

Foto Manoel Ianzer

"Já vi muito sofá jogado nas ruas, nas praças, nos lixos. Estava eu, passeando pela Rua da República em Porto Alegre, em outubro de 2012, quando me deparei com uma poltrona e um sofá planta. É uma maneira original, diferente de tudo que já tinha visto. Como estava com minha máquina fotográfica, aproveitei para tirar fotos para o Blog do Estadual – do nosso amigo Vaz."

Manoel Ianzer
.

10 de dezembro de 2012

Bagagem



Bagagem
Marcelo Soares

Em qual buraco depositei as chaves do retorno?

Na saída, por segurança, deixei à mão em algum dos bolsos de fora,  mas agora, devem estar num  escaninho sem fundo da menos importante das malas.

Custo a dar o primeiro passo, antes, evito o desconhecido até ser íntimo das possíveis descobertas. Por isso, vejo, revejo, leio, observo e analiso todas as passagens na tentativa de uni-las na distância. Então, por tudo que é aprendido, pelo que pode no espaço e no tempo vir a ser vivido,  encontro-me ao reverso:  sempre mais próximo do começo.

Mas... onde terei deixado as chaves?

Por que trazer terços se não rezo? Peças que não servirão nem como enfeites ou fitas que perderão o sentido e as cores?

Aqui só tem papéis e presentes, ali notas, moedas e alguns pingentes...

Embora não as exiba plenamente, guardo muitas fotografias, todas recortadas no contexto do efêmero - do presente, que de um momento viram meras lembranças. Muitas lembranças, menos esta: de saber onde deixei as chaves.
______________________
Mais de Marcelo Soares AQUI.

.

9 de dezembro de 2012

Almas Secas!

Foto LC Vaz

Almas Secas!
J.J. Oliveira Gonçalves

"O homem é o mais cruel dos animais."
(Friedrich Nietzsche)

Cada vez mais, mais verdadeiro e mais doloroso constatar que Nietzsche continua com razão, quanto à epígrafe, acima. Não tenho nenhuma previsão otimista sobre o futuro do planeta nem sobre o destino do bicho-homem, quanto a seus últimos passos sobre a Terra, em direção ao Caos apocalíptico que ele - desalmada e irreversivelmente - instalou. Almas Secas são almas baças, opacas, sem brilho, sem Luz... São almas de Maldade. Almas que se pensam inteligentes, sábias, poderosas... Mas que, na verdade, são almas egoístas, gananciosas, materialistas... São covardes!

Cada vez mais, mais verdadeiro e mais latente o meu desejo de morar em meio à Natureza. Ter por vizinhos bem-amados os inocentes manos animais. Beber da Água da Fonte. Com o Vento cantar e dançar sua canção. Filosofar com sábios Elementais. Correr, brincar com sapecas Querubins. Deixar que a Chuva chore - cristalinamente! - minhas lágrimas. Dizer ao Sol - que é Fogo: me ilumina! Pedir à Noite - que se enfeita do pó das Estrelas e do ebúrneo da Lua - conta-me uma história... da carochinha... começa assim "era uma vez"... para que eu durma em Paz ao teu notívago e fraterno acalanto... Recitar para Fadas, Flores, Ninfas, Pedras, Pássaros, Árvores, Vegetais, Nuvens, Infinito - enfim - versos do coração desabrochados... rimas brotadas d'Alma... Entregar-me ao Sal da Terra para que ele me salgue as Feridas e os Machucados. Então, saudar - respeitosamente! - as Quatro Direções! As que caminho - fora e dentro de mim. As que hei de caminhar - com Ancestrais - quando me for daqui. Ah, em qualquer delas, haverá uma Estrela-Guia a iluminar-me os olhos e a guiar-me os passos... Porque minh'Alma, ao contrário das Almas malfazejas, não é seca: tem o Pai e o Filho, o Espírito e a Mãe!! Quem sabe, por isso, não compreenda por que esta Alma já gasta Sofra tanto...

Não vou chorar pelas almas secas. Eis que elas não choram por ninguém. Elas, porém, sei que vão chorar. Chorarão - em suas pungentes lágrimas - as lágrimas de suas vítimas. Sentirão as mesmas e alucinantes torturas que lhes impuseram. A mesma Dor. E o mesmo degredo psicológico. Eis que, assim, é a Lei. De doce e longínqua lembrança, minha mãe filosofava e me ensinava - com o suor da Vida: "João, ninguém faça o mal esperando o bem..." Verdade, mãe. Verdade. E, aqui, neste auto-exílio que adotei e de onde escrevo, sou o homem-comum e o poeta que, teu filho-único, ainda te escuta neste meu jeito - ilusoriamente distante - mas, ainda, de atento e atordilhado curumim.

Já o Natal de novo se aproxima... Ah, quantas almas secas - desalmadas - a apregoar o Espírito de Natal... Escondem suas Maldades, seus Venenos. E, como se fossem Almas Luminosas... como se fossem fraternas, gentis e venturosas... querem enganar - a nos mentir - que estão no clima. No clima de uma Estrela, de um Menino... De um Brilho que morreu dentro de si. De uma Noite de Natal fraterna e bela. (De quando Ele dos Céus desceu aqui!) Ah, se navegar é preciso, (com toda essa borrasca que me sacode a Existência!), eu navego, por Mares encapelados e bravios. Vai meu batel por entre ruidosos e escuros Temporais. Às vezes, à deriva, ouço da Alma estes ais que só se apartarão de mim quando eu for morar de novo em minha Estrela. É minha Crença, minha Religião, meu Rito! E, lá, nesse Cais de Verdade, de Luz e Perfeição, hei de descansar meu coração valente. E a própria Alma hei de ver envolta em Paz e Bem! Alforriado, enfim, de meus Pecados, quando dormir eu hei de ouvir a Música das Esferas... Será o Tempo-Atemporal. Não mais o angustiante - este em que vivo - de incompreensíveis Dores... e de Esperas! Tempo de ansiados (re)encontros... De corrigir velhos, doridos (des)encontros... De Saudade zero! De ser de novo Amado... e ser Feliz!!

JJ de Oliveira Soares

Porto Alegre, 15 de novembro e 04 de dezembro/2012. 12h - HS
jjotapoesia@gmail.com - www.cappaz.com.br
.

8 de dezembro de 2012

Você já fez seu “Pit Stop” hoje?

Foto LC Vaz


Você já fez seu “Pit Stop” hoje?

Valacir Marques Gonçalves

Uma das coisas que me fascina nas corridas de F-1 é o espetáculo proporcionado pelo “Pit Stop”, momento em que os carros param para reabastecer, trocar pneus e efetivar ajustes. 

Lembrei de outras paradas que precisamos fazer. Estudar, amar, casar, descasar, odiar, perdoar, rir dos outros e de nós mesmos, e até chorar (também ensina), são ações que deveriam ser feitas depois de um “Pit Stop”. Precisamos dele para “colocar combustível, para trocar pneus, limpar o pára-brisa” e acertar detalhes. Precisamos dessa parada para adquirirmos condições de vencer as “corridas” no campeonato da vida.

Não está fácil. Muitos sabem o preço de tudo, mas não sabem o valor de nada… Pensam em ganhar dinheiro e realizar sonhos, mas esquecem que só compreenderemos o valor das coisas quando paramos para ajustes… Conservar os amigos, cuidar da alma, entender que estamos aqui de passagem são coisas essenciais. Por isso, o “Pit Stop” é necessário, mas sem permitir que mecânicos incompetentes “coloquem gasolina” demais ou de menos no nosso ego ou não limpem as viseiras que protegem os nossos olhos.

Muitos estão perdendo as “corridas” nos boxes. Alguns param quando elas mal começam; outros, quando elas estão perdidas. Estamos vivendo uma fase de auto-suficiência na qual a cultura da individualidade e do levar vantagem em tudo está vencendo. Conhecimentos e afetos tornaram-se supérfluos na era do computador. E-mails e messengers substituíram “Pit Stops” que podiam ser feitos sem culpa.

De minha parte, continuo confiando na “escuderia” e no trabalho dos “boxes”. Nem sempre consigo, mas tento parar neles, pois quando passei batido fiquei no meio do caminho. Fico “de olho” nos “mecânicos” – eles têm a missão de sinalizar quando está na hora do “Pit”. Geralmente, quando volto para os embates da vida, retorno reabastecido de ternura e de sentimento. Minha equipe deixa sempre o “motor no ponto”, em condições de levar meu coração inteiro até o fim…
.

7 de dezembro de 2012

O primeiro ídolo a gente não esquece


O futuro fundador do nosso "Colégio Estadual" em ilustração de Ernani Cousandier

A Revista do Inter, edição número 80, de novembro de 2012, publica uma interessante matéria com o título Os primeiros ídolos e craques, contando a história de jogadores do início da década de 1910 que marcaram seus nomes na história do time. Entre eles, claro, está Carlos Antônio Kluwe, o jovem bageense que foi para porto Alegre estudar medicina e acabou se tornando jogador e primeiro ídolo do SC Internacional. O futuro “médico dos pobres” só deixou o clube em 1915, quando se formou médico e voltou para sua cidade. Em 1948 elegeu-se prefeito  e durante seu mandato fundou um colégio onde a gurizada pobre poderia estudar  gratuitamente o Ginásio e o Científico.

Carlos Kluwe é o que está em destaque no centro da fotografia da página à esquerda
Revista da coleção de Marília Carolina
A matéria é assinada por Eduardo Cardozo, com a colaboração de Leandro Fonseca, pesquisador do museu do Inter, e a ilustração é de Ernani Cousandier. A revista oficial do Sport Clube Internacional - edição especial para sócios, recomenda o site oficial do clube www.internacional.com.br para acesso a outras matérias e informações sobre o Campeão de Tudo.

____________________

Leia também: Quem foi Carlos Kluwe, uma das primeiras postagens do nosso Blog, publicada em 28 de novembro de 2009, e 


Carlos Kluwe, a majestade colorada, artigo do nosso professor José Carlos Teixeira Giorgis, publicado no jornal Minuano e reproduzido também aqui no Blog, com o título geral: "Médico dos pobres, educador da juventude, amigo de todos", em 14 de abril de 2010.

..

6 de dezembro de 2012

A Torre do centenário Oscar - (30/04/12)


A Torre do centenário Oscar


(publicado aqui no Blog em 30 de abril de 2012, e republicado hoje em homenagem ao grande Oscar Niemeyer)

Henrique Pires, acompanhado de Silvestre Gorgulho, visitou a nova...
...Torre de TV Digital de Brasília, projetada por Niemeyer, que já é...
Torre de TV Digital é o mais novo projeto do arquiteto Oscar Niemeyer
 
"Visitei, sexta-feira, a nova Torre de TV Digital de Brasília, último projeto de Oscar Niemeyer (obra que inaugurou no dia 21 de abril passado, aniversário da cidade). Fica no alto de um morro (é perto de onde moro) e tem altura equivalente a um edifício de 62 andares. Há dois elevadores, por onde podem subir até doze pessoas em cada um deles.
.
No alto há um mirante com janelas redondas que oferecem uma visão 360º da cidade. De cada um dos lados da torre estão duas “pétalas”, cobertas por abóbadas de vidro, com 300 metros quadrados/cada, onde funcionarão um café/restaurante e uma sala de exposições e museu.
.
Fui a convite do Governo do Distrito Federal, que abriu especialmente para o grupo do qual fiz parte, composto basicamente por servidores do Patrimônio Histórico Nacional. Eles querem autorização para fazer um parque nacional, tombado, em toda a volta, para que não surjam “construções alternativas surpresa” e outras obras que prejudiquem a paisagem e a visão da Torre.
 
...um dos pontos mais visitados pelos turistas em Brasília.
Numa das fotos estou com o Silvestre Gorgulho, que é o ex-secretário de cultura, que propôs a construção da obra, que acabou sendo edificada em substituição a um projeto que previa a construção de 16 torres de metal no mesmo lugar. Essa torre vai atender a todas as emissoras de TV que terão escritórios técnicos na parte térrea. 
.
Levei minha câmera e fiz as fotos em anexo." 

Um abraço,
Henrique Pires

.