16 de dezembro de 2020

Assim seja!

                                                                                     Fotografia Luiz Carlos Vaz



Assim seja!

Eliana Valença

Às vezes me faltam palavras, às vezes quando as tenho em profusão, não sei como usá-las.

Não sou hábil com elas, por vezes ficamos de mal e, com a intenção de acentuar sua importância, passo a me comunicar só com imagens.  Sei que ela se ressente...

Mas depois ela entende que é por nunca usá-la para fins duvidosos ou mentirosos que me nego a fazê-la de confete para quem não mereça, ou defender causa com a qual não concorde.

Não é à toa que nossa primeira palavra neste mundo é comemorada e lembrada, às vezes, por toda a vida por nossos familiares.

Nossas últimas palavras também vão ficar por muito tempo na mente de quem nos há de lembrar.

Então, nada mais justo, que esse intervalo seja preenchido de forma mais verdadeira possível: às vezes, dura e cortante, outras, doce e harmoniosa; talvez determinada e firme ou quem sabe, imperceptível ao resto do mundo, por soarem como um sopro suave no ouvido de alguém. Mas sempre coerentes com as ideias e atitudes. E por tantas vezes, tirá-la de cena, saber que sua ausência é o melhor a fazer. Silenciar é preciso!

Palavras iniciaram guerras e também selaram períodos de paz. Hoje é usada para os fins mais inescrupulosos... são tempos obscuros para a palavra. E imagino a incredulidade de alguém, daqui há algumas gerações, achar no Google, entre aspas, algumas citações de autoridades de nossos dias.

Palavras podem nos ferir profundamente mas serão também a nossa cura.

Enfim, a maneira mais usada para demonstrar impressões, emoções e sentimentos não deve ser usada em vão.

Portanto, não espere do outro palavras doces, quando ele assim não está; não espere do próximo as mesmas palavras que saem da sua boca, mas também não se ofenda se elas não andarem na mesma direção das suas.

E embora nem sempre se consiga, procure usar as palavras com cuidado e com respeito que elas merecem buscando dar a elas o verdadeiro sentido que elas têm: sagradas.

Assim seja!

Eliana Valença, Dezembro/2020

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Eliana Valença é Artista Plástica, Professora e edita o Blog da Eli Ana Valença
que pode ser acessado clicando aqui
 http://liavalenca.blogspot.com/


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