Francês já no primeiro ano Ginasial... que saudade!
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Se carregar uma pasta cheio de livros grossos e pesados do Estadual já impressionava os alunos de "grupos escolares" do Curso Primário, imaginem então exibir a eles livros de língua estrangeira. Era uma balaca só! Latim, Espanhol, Inglês e Francês. Nós éramos uns verdadeiros Poliglotas. Aprender os rudimentos desses idiomas facilitava o aprendizado da nossa própria língua e permitia que se entendesse títulos de filmes, de músicas e de outras tantas leituras que porventura chegassem até nossas mãos. Mas isso durou pouco. As sucessivas reformas do ensino foram contribuindo para o emburrecimento dos estudantes brasileiros e, aos poucos, língua estrangeira já era só uma opção apenas por parcos anos de Inglês ou Francês. Poucos optavam pelo Francês que foi perdendo lugar para a "língua do momento" - o inglês. Não há um só aluno do velho Estadual que não saiba recitar de memória as lições de Fracês ou entoar a garbosa Marselhesa. Tempo bom, tempo em que não havia o Google Tradutor... Para recordar e - usando as ferramentas modernas da Web, um pedacinho da Marselhesa que a professora Elsie nos ensinava a cantar todo mês de julho.
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La Marseillaise
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Claude Joseph Rouget de Lisle – 1792
(Primeira estrofe e Refrão)
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Allons enfants de la Patrie,
Le jour de gloire est arrivé!
Contre nous de la tyrannie,
L'étendard sanglant est levé, (bis)
Entendez-vous dans les campagnes
Mugir ces féroces soldats?
Ils viennent jusque dans vos bras
Égorger vos fils, vos compagnes!
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Aux armes, citoyens,
Formez vos bataillons
Marchons, marchons!
Qu'un sang impur
Abreuve nos sillons!
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Primeira estrofe:
Avante, filhos da Pátria, O dia da Glória chegou! Contra nós da tirania, O estandarte ensanguentado se ergueu. Ouvis nos campos/ Rugir esses ferozes soldados? Vêm eles até os vossos braços/ Degolar vossos filhos, vossas mulheres!
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Refrão:
Às armas, cidadãos, Formai vossos batalhões, Marchemos, marchemos! Que um sangue impuro/ Irrigue os nossos campos arados!
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4 comentários:
Vaz
O " emburrecimento " cultural é cada dia maior, o que se vê é que quem deveria saber fazer a reforma do ensino nada sabe, se aumentou 1 ano do ensino fundamental, mas não se aumentou o conteúdo, não podem mais reprovarem até o terceiro ano primário, em suma, nivelaram as nossas crianças por baixo.
Ao mesmo tempo os pequenos tem acesso à internet, perdem interesse na escola, esta não está adaptada a avalanche tecnológica que bateu na porta dos nossos lares.
Eu lá na década de 70, fui colocado nas aulas da D. Inês, maravilhoso ser humano que dava aulas ao lado do Auxiliadora, de inglês, francês e espanhol.
Ela sempre falou com pesar da retirada do latim e francês do currículo das escolas, que o filho dela o Joâo ( ele posteriormente deu aulas de matemática e física para eu passar no vestibular ), aluno do Estadual, tinha tido uma base fantástica desses idiomas.
Mas o que fazer ? Não dá para ser saudosista, o jeito é incentivar e orientar às crianças em casa, pagar cursos de línguas e rezar para que um dia se dê a devida atenção ao ensino nesse país.
Abraço
Gerson
A língua francesa integrou a grade curricular do curso ginasial que fiz no Colégio Estadual, nas 1ª, 2ª e 3ª séries, respectivamente em 1960, 1961 e 1962. O professor era Otto Carvalho Filho. Na 1ª série lembro que o livro-texto era "Cours de Français", o autor era Augusto R. Rainha e a editora era a Saraiva. Infelizmente, não tenho o exemplar para mostrar a capa.
Infelizmente eu só tive o Inglês tanto no ginásio, no científico e na faculdade (e quase nunca saía do verb To Be). Mas sempre fui curiosa e queria aprender outras línguas. Fiz alguns semestres de espanhol e agora, depois de aposentada, estou cursando Licenciatura em Letras-Português/Francês na UFPel (7ºsem). Já cursei Latim I e II e adorei! Estou ministrando aulas de Francês (particular e nos cursos de extensão da UFPel). Está sendo uma experiência maravilhosa. E não vou parar por aí. Em breve retornarei ao espanhol e estou dando meus primeiros passos no italiano! Dizem que previne o Alzheimer, então estou fazendo o que é possível...
Quanto ao ensino atual, também está faltando a alguns professores a modernização, o uso de novas tecnologias, que incentivem o aprendizado de línguas. O professor de hoje tem que "estar por dentro" do que os jovens gostam e, a partir disso, ensinar com entusiasmo, sem a velha fórmula do decoreba e palmatória. Por exemplo, posso ensinar "Ne me quitte pas" com Piaf para os mais "maduros" e com Maria Gadú para os adolescentes!
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