Esta Espirradeira cresceu muito nestes 45 anos, ela viu tudo e todos.
O Pátio era o lugar clássico do recreio. Inicialmente um sino, que ficava ali, debaixo das telhas, em frente à janela da Inspetoria (Ah! a Inspetoria de alunos... bem isso é uma história para outra postagem) fazia blém, blém, blém e era aquela correria. Hora de pedir no bar uma "bicicleta" e uma guaraná Dalé, um tijolinho ou um chiclete Ping Pong para completar a coleção de figurinhas "Bolão nos Esportes". Mas também era hora de olhar as gurias das outras turmas, flertar ingenuamente e cantar baixinho, só para elas, a nova canção do Roberto. Da sala do Grêmio, o GECEB, um antigo toca discos tocava um velho LP arranhado com os sucessos do ano anterior do Festival de San Remo, amplificados por um alto falante de corneta, daqueles metálicos, de cor cinza, até que vinha o horário da terceira aula, o sino tocava e tudo voltava ao seu lugar. O som do alto falante silenciava e todos retornavam para as salas de aula rapidamente. Aos poucos, o pátio foi mudando. Um certo dia, trocaram o velho sino por uma campainha estridente que foi afixada dentro de uma lata de cera Cachopa, sem tampa, para que ressoasse mais alto. Vieram as lâmpadas fluorescentes, os novos inspetores, os novos tempos e o nosso grêmio foi ficando meio sem graça. Já não tinha mais o jornalzinho do quadro mural, o toca discos queimou e o disco com As 14 mais de San Remo sumiu. Aliás, nessa época, muita gente e muita coisa sumiu. Ah... se essa Espirradeira falasse...
4 comentários:
Vaz, Janice, parabéns pela reprodução de uma era que não volta mais. Mas, que determinou a personalidade de todos aqueles que frequentaram esse local. O pátio.
O Luiz Carlos sintetiza com absoluta maestria os acontecimentos a época, e que nós todos vamos ratificando a medida que os lemos.
O grande pátio.
Obrigado Pedro. Espero que vocês se encoragem e comecem também a enviar outros relatos e outras histórias que contam as aventuras vividas por essas gerações que compõem a "Velha Guarda do Estadual".
Eu lembro como se estivesse tido no pátio do meu primeiro colégio ontem. Hoje está tudo mudado, posto de saúde numa parte onde corríamos, mais salas de aula. Quando eu comecei a estudar não era o sino que dizia nosso horário de entrar para as salas, mas uma sineta de mão, que a dona Leonídia chacoalhava no fundo do corredor com um sorriso cândido e meigo.
São tantas recordações!!!!!
É Léli, os "colégios" são todos iguais, só mudam de endereço...nossas recordações também.
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