22 de fevereiro de 2010

Nas asas da Panair - II


PANAIR DO BRASIL

Para ler ao som de
"Saudade dos aviões da Panair" (1),
de Milton Nascimento e Fernando Brant,
interpretada por Elis Regina


Panair...
Meu ar, meu calcanhar
A primeira Coca-cola, meu sobretudo
Sobre tudo sonho ar
Meu azar
Sonho o Brasil
A América do novo mundo
Sonho fuzil de 64
Sonho tudo no ar
Radar, primeiro golpe
Sonho calcanhar que dói
Panair dos suspensórios
Suspensos no ar
Penso Brasil das favelas, penso vielas
Penso Mourisca que-te-abandono
No ar é tudo sonho grande
Em terra, sonho pequeno
Brasil do sonho, Panair te devo
Te devo Brasil, fuzil
Devo Mourisca ao longe
Sobretudo a Coca-cola
E o novo mundo.


Armando Cruz (2)
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(1) Essa música nos LPs do Miltom traz o nome, entre parenteses, de Conversando no Bar, que é como ficou conhecida depois.
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(2) O Armando Cruz, leitor do blog da Velha Guarda do Estadual e autor deste poema, é professor da Faculdade de Educação da UFPel e veio de Portugal, "pelas asas da Panair", aos oito anos, deixando para trás sua pequena aldeia natal chamada Mourisca do Vouga e a ditadura de Salazar. O Armando leu o post de 20 de janeiro de 2010, Nas asas da Panair, e lembrou que tinha escrito há algum tempo esse poema e nos enviou. Grato ao Armando.
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