14 de abril de 2010

Médico dos pobres, educador da juventude, amigo de todos

No busto de Carlos Kluwe, a placa com a frase que sintetiza sua vida.
Fotografia feita no pátio do Estadual pela colega Liliana Telles
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"Quando se entra no memorial recém inaugurado pelo Esporte Clube Internacional caminha-se um espaço de memória e virtualidade, lembranças e glórias de passado e conquistas recentes."
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Com estas palavras o nosso professor do Estadual, e depois Desembargador, José Carlos Teixeira Giorgis, inicia artigo sobre Carlos Kluwe, publicado hoje no jornal Minuano Online.  O artigo, intitulado 

Carlos Kluwe, a majestade colorada, 
continua assim:
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"E se um bageense ali passeia encantado com as luzes e os sons, no meio de imagens e troféus encara fato que o abate de orgulho: entre as reduzidas vitrinas dedicadas a poucos atletas desponta homenagem a Carlos Kluwe, em ambiente enfeitado com o certificado da eleição como prefeito, o diploma de médico, fotos com familiares, e outros objetos doados por parentes, tudo organizado com devoção pela jovem pesquisadora conterrânea Júlia Preto de Vasconcelos. Ali se ostenta, ainda, uma placa de reverência (1968): - “Médico dos pobres, educador da juventude, amigo de todos“, frase que resume existência invulgar. Carlos Antonio Kluwe nasceu em Bagé em 3 de janeiro de 1890; depois dos estudos preliminares foi para Porto Alegre, destinado ao curso médico, mas também ao Internacional, recém fundado pelos irmãos Poppe: estreou em 7 de setembro de 1909, empate sem golos contra o Militar Futebol Clube. Segundo os cronistas era conhecido como a majestade dos gramados: alto, um metro e noventa de estatura, apolíneo, seu chute potente, de qualquer distância e sem pé de preferência, era cantado por todos. Narram que moldou o time com a marca de sua forte personalidade, tornando-se responsável pelas vitórias conquistadas nos campeonatos de 1913, 1914 e 1915; abandonou o esporte em 1915, aos 26 anos, quando se graduou na Faculdade de Medicina da Universidade Federal, embora também tenha sido diretor, e até treinador, em época posterior. Compôs em equipe invicta: Russomano; Ari e Simão; Barbieri, Carlos Kluwe e Tom; Túlio, Flores, Bendionda, Átila e Barão; sua frustração, dizia-se, era não haver vencido um clássico, pois o Grêmio abandonara a Liga e disputava certame apartado (1914/15). Em julho de 1919, quando médico, como fizesse grande sucesso entre as mulheres por sua beleza física, atendeu a um “abaixo-assinado” das moças coloradas para voltar aos gramados e jogar um Gre-Nal, agendado para a Chácara dos Eucaliptos. Não deu outra: embora afastado por quatro anos, Kluwe retornou e fez um dos golos da vitória por dois a zero sobre o rival, atuando o resto da temporada; em 1920 sagrou-se campeão outra vez, e largou o futebol. O resto se sabe: o doutor Kluwe regressou a Bagé, dedicando-se ao sacerdócio em que se tornou profissional humanitário amado pela população; foi exator das rendas estaduais e prefeito (1948/1951); como profeta da educação adquiriu o palacete Osório para o município e o emprestou para instalar-se o Colégio Estadual (1955), seu derradeiro afeto e adotou seu honrado nome. Visitava o educandário quase todas as noites, circulando pelos corredores, conversando com os professores; depois de almoçar obedecia ao compromisso cotidiano de disputar xadrez com Floriano Rosa, Zezo Antunes e outros amigos, na biblioteca do Clube Comercial. Faleceu em 16 de setembro de 1966; lá na ponta da praça seu busto fiscaliza o estabelecimento que projetou, sempre fábrica e matriz de gerações bem sucedidas. Os historiadores concordam: Carlos Kluwe foi o primeiro ídolo colorado."
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5 comentários:

Gerson Mendes Corrêa disse...

"O cara" só podia ser colorado mesmo, porque do lado azul não daria um gente boa desses. Pois é como diz o ditado: "O que é bom já nasce colorado".

Luiz Carlos Vaz disse...

Gérson, não provoca o pessoal tricolor que logo mais temos o Emelec...

Manoel Ianzer disse...

Carlos Kluwe - grande bageense.
SOU GUARANY DE BAGÉ E COLORADO. SOU VERMELHO E BRANCO.
Acabei de chegar do Ipermercado Záffari,
comprei bolachas de Pelotas,
arroz de Bagé,
sucos de Bento Gonçalves,
erva de Bento Gonçalves,
leite de Viamão, portanto estou feliz.
Manoel - S. Paulo

Luiz Carlos Vaz disse...

Ianzer, para completar a lista de produtos da tua cesta "gaúcha", faltaram: Mostarda Ribs, bergamotas de Montenegro e cerveja Serramalte... essas coisas os paulistas não têm a menor idéia do que sejam!

Argemiro de Brito disse...

Vou me intrometer no papo de voces... Aqui no Rio, bergamota é tangerina, cerveja Serramalte nunca ninguém ouviu falar e a mostarda Ribs essa então é coisa totalmente desconhecida. Mas é das boas lembranças que vamos suportando o passado. Baitabraço!