4 de junho de 2010

Eu vi a Banda (do Lemos Jr) passar...

Banda Marcial do Lemos Jr "aquecendo" no Mec

O Colégio Estadual Lemos Jr, é o Estadual de Rio Grande. Bem mais antigo que o nosso, o Lemos Jr comemorou seu centenário no ano de 2006. Quando fez cinquenta anos, em 1956, foi fundada a Banda Marcial do Colégio Lemos Jr, a primeira banda marcial estudantil do Estado, que seguia o modelo da Banda Marcial do Corpo de Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro. Tão logo pode, a Banda do Lemos Jr passou a fazer apresentações em várias cidades a convite de escolas e prefeituras. Em 11 de outubro de 1959 foi a vez de Bagé. Em uma apresentação que marcou época na cidade, pelo fato de ser uma banda composta exclusivamente por estudantes, o pessoal do Lemos Jr fez primeiramente um "aquecimento" no pátio do 3o R.C.Mec onde estavam hospedados. A amiga e leitora do nosso Blog, Maria Amélia Goretti Estima, de Rio Grande, buscou no seu baú este maravilhoso registro e passou para nós. Quantas histórias mais para contar desse dia? Desde a viagem de trem até Bagé ou de quantos "corações partidos" deixaram essa apresentação em nossa cidade. Como diria o filho da Dona Laura: "São tantas emoções..." A Banda do Lemos Jr existe até hoje e continua com o mesmo garbo e cadência adquiridos nos mais de 50 anos de sua existência. Seria muito bom se eles fossem novamente a Bagé, em 2011, ano do bicentenário da cidade. Fica a sugestão. Certamente serão outras tantas "emoções..."
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13 comentários:

Anônimo disse...

Emociona mesmo, pois nasci e fui criada ao lado do Estádio do Lemos - onde vi a Banda nascer. Ainda mais após ver meu pai desfilando no Cinquentenário e quando eu desfilei pelo Centenário - "são muitas as emoções"... abraços, MAmélia ["Repórtera" do Papareia - www.guaipeca.blogger.com.br].

Luiz Carlos Vaz disse...

Maria Amélia, sem dúvida uma emoção indescritivel de pai e filha na mesma banda em datas comemorativas 50/100 anos. Vocês fizeram a história dessa Banda do Lemos Jr. Parabéns!

Anônimo disse...

Baita orgulho e surpresa quando, no jantar desta comemoração, fui agraciada com uma placa por ter ajudado um pouco no evento - em nome do Papareia - que resgatou muito desta história. VIVA A VIDA! "Por isto estou aqui... neste momento lindo...". abraços, MAmélia ["Repórtera" do Papareia - www.guaipeca.blogger.com.br].

Luiz Carlos Vaz disse...

Que maravilha!... a Maria Amélia entrou no espírito das "tantas emoções" do passado. Isso é ótimo, valoriza esse resgate da memória que o Papareia e o Velha Guarda fazem nos seus Blogs! Mas... vamos levar essa banda a Bagé no 200 anos da cidade no ano que vem?

Anônimo disse...

ALÔ ALÔ Paulo Édison, agora a batuta da Banda está contigo, certo? Grata pela oportunidade, VIDA LONGA ÀS NOSSAS ESCOLAS ESTADUAIS!Abraços, MAmélia ["Repórtera" do Papareia - www.guaipeca.blogger.com.br].

Sardá J.C.C. disse...

Eu tive a honra de tocar tarol nesta banda de 1965 a 68. Muitas saudades! Sard@

Hamilton Caio disse...

Parabéns, Maria Amélia Goretti Estima, pelo carinho com que guardaste essa preciosidade! Uma das melhores fotos já publicadas neste blog. Mais uma valiosa janela do tempo, nos mostrando algumas faces de Bagé de 50 anos atrás. As bandas ou bandas marciais sempre representavam um espetáculo muito especial aqui, especialmente as pertencentes aos colégios. Hoje perdeu um pouco da atração. Precisamos recuperar essa cultura às bandas.

Atentem para os detalhes que a fotografia nos mostra:

- Havia chovido bastante, tinha água empoçada refletindo as imagens ao redor.

- Tinham sido plantados cinamomos no pátio, há pouco tempo, depois foram removidos, certamente para permitir o livre trânsito de pessoal e veículos no local. Permaneceram somente os da lateral do pavilhão, que também já não existem mais, foram substituídos por "pinus", conforme verificamos in loco.

- Olhem o detalhe precioso: os guris da época, de calças curtas, sapatos com "carpins" e cabelo cortado ao estilo "cadete". Era a primeira década do pós-guerra, e a influência militar tinha efeitos em muitos setores da cultura, incluindo a moda de cortar o cabelo.

- E observem que "auto flamante" estacionado ao lado do pavilhão, provavelmente um Chevrolet 1937, uma raridade muito valiosa hoje.

- Clicando na foto para ampliar, e olhando com uma lupa simples de dois aumentos, podemos ver que o carro está com o vidro abaixado do lado do motorista, e uma criança de pé sobre o banco, com as mãos sobre a janela, observa a banda.

- Quanto aos demais personagens da fotografia, não pertencentes a banda, estão todos bem trajados, de terno completo, como ditavam os anos 50.

- A presença de um militar com uniforme de passeio (estaria de folga), bem à direita, ao lado de outro com uniforme de instrução, indica que o dia poderia ser um domingo, o que confirmei consultando o calendário. Não poderia ser um sábado, pois os quartéis ainda adotavam o "sábado inglês" do comércio (quem lembra esse nome ?), faziam expediente no sábado de manhã.

- O quartel do então 3o. R Rec Mec (3o. Regimento de Reconhecimento Mecanizado), hoje 3o. R C Mec (3o. Regimento de Cavalaria Mecanizado), que hospedou a banda, já era uma construção moderna, do pós-guerra, e foi uma das primeiras unidades militares mecanizadas do Brasil. Esse aquartelamento foi construído em área que pertenceu à famíla Arejano. Essa área ficou conhecida depois como Vila Arejano. O nome foi extinto ou mudado, como sempre foi moda. Hoje, pelo menos uma parte, é o bairro Mascarenhas de Moraes.

- A cobertura do pavilhão era de telhas conhecidas então como de "cimento-amianto", hoje chamadas de "telhas de brasilit". O mineral que entra na confecção dessas telhas, caixas d'água e outros artefatos, o amianto (ou asbesto), está sendo proibido, pois é comprovadamente um produto cancerígeno.

Luiz Carlos Vaz disse...

Olha o Sardá dando a cadência... Um abraço, obrigado por comentar aqui!

Luiz Carlos Vaz disse...

O Hamilton é o nosso Sherlock Holmes com sua lupa infalível... Uma excelente leitura da fotografia, revelando detalhes preciosos que fogem aos nossos olhares de Watson. Elementar, elementar...

Manoel Ianzer disse...

O nosso Sherlock Holmes sempre mostrando com categoria a leitura das fotos.
Para você Hamilton que gosta de história...eu também.
O Terceiro Regimento Mecanizado do Exército Brasileiro (3° REC MEC), foi criado em 1943. FOI A PRIMEIRA UNIDADE MECANIZADA DO BRASIL, instalada em BAGÉ, já que as outras eram hipomóveis.
Eu prestei serviço militar em 1967 na 3ª Cia Média de Manutenção, que ficava ao lado do Rec Mec, mas na mesma área territorial. Depois que saí de Bagé, soube que a Cia foi transferida para São Gabriel e o local ficou para o Rec Mec.

Hamilton Caio disse...

Obrigado Ianzer e Vaz, mas não exagerem, rsrs! Em compensação, O Ianzer, nosso especialista em detalhes históricos, está sempre atento às particularidades, para nos informar com precisão.

Unknown disse...

Fui componente da banda do lemos jr por mais de 10 anos, hj sou musico da banda de musica da brigada militar em Poa, se não fosse o que aprendi e vivi na banda do lemos jr certamente não teria chegado onde estou hoje..
Infelizmente a direção da escola Lemos desativou a banda.. Isso é um absurdo, uma historia como a dessa banda não poderia acabar, a musica transforma vidas, traz inumeros benefícios para a perssonalidade de um jovem que esta se descobrindo na vida, é uma pena deixarem a banda acabar, infelizmente moro na capital e não posso fazer muito para colaborar, mas fica a dica para derrepente alguem tomar uma decisão e correr atraz da nossa gloriosa e mais antiga banda estudantil do Brasil.. Amo essa banda!!

Luiz Carlos Vaz disse...

Obrigado por comentar, Antonio. Um bom trabalho sobre o Lemos Jr foi escrito pelo jornalista Willy Cesar Ferreira, sobre o centenário desta escola, conheces? Um abraço!