12 de junho de 2010

Sim! Aceito.

Geraldina e Tailor disseram o Sim antes do Dia do Namorados

Hoje é o dia dos Namorados. Namoro sempre lembra a juvetude, embora hoje seja comum namorar em qualquer idade. Mas, no tempo do Estadual, namorar era um compromisso da adolescência. Namoradas de verdade ou da imaginação. Mas o importante era ter uma namorada. Também havia um tempo curto para namorar. Logo após a maioridade o casamento vinha como consequência natural daquilo que havia começado com um flerte na saída do colégio, um encontro na matinê, ou numa aproximação de corpos com o pegar da mão em uma "reunião dançante", que era como chamávamos as festinhas de garagem, nos anos 60 em Bagé. Depois, quando se ia a missa do domingo, juntos, era sinal de que a coisa estava ficando séria. Era comum "noivar", com aliança e tudo mais. Os guris que entravam para o quartel, e passavam a usar farda, ficavam com cara de homens, perdiam o ar inocente da juventude e, ai sim, tornavam-se candidatíssimos ao matrimônio. Muitos guris e gurias casaram enquanto estavam no Estadual, era natural casar cedo. Dezessete, dezoito, vinte anos... e os guris e as gurias já iam tratar das suas vidas longe das suas famílias, cuidando de filhos, casa, emprego. Mas,era, de certa forma, um avanço com relação aos nossos pais e avós que, em muitos casos, formaram famílias aos treze, catorze ou quinze anos, quando ainda era normal e aceitável que gerassem, em média, mais de uma dezena de filhos. No ano de 1944, bem no dia em que Cabral descobriu o Brasil, Tailor descobriu o seu amor por Geraldina, e não esperou o Dia dos Namorados. Casou com ela. Disseram o Sim ao Juiz de Paz do Banhado Grande e, quando chegou o dia dos Namorados, certamente ainda estavam em Lua de Mel.
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15 comentários:

Manoel Ianzer disse...

Esse casal faz parte da minha história. Vim deles, para o mundo em 1948.
Obrigado meu pai Tailor - (in memorian).
Beijos para uma mãe muito linda "Geraldina".
Meu amor para Luzinete - 39 anos de casados.

Luiz Carlos Vaz disse...

Preparei esta surpresa para homenagear o colega Manoel Ianzer, fiel leitor, seguidor e colaborador deste "nosso" Blog. O arquivo do Ianzer é repleto de histórias, memórias e recordações da sua terra natal. Parabéns por zelar por elas.

Manoel Ianzer disse...

Amigo Vaz, foi uma surpresa muito grande. Normalmente uso a internet a noite, quando chego do trabalho, e aos sábados na parte da tarde. Por acaso antes de sair para a rua, liguei o computador e entrei no Blog do Estadual, quando ví essa foto, senti um frio na barriga, me arrepiei todo e chorei, foi muito emocionante. Não sei como agradecer o tamanho da sua homenagem. Muito obrigado.

Luiz Carlos Vaz disse...

Ianzer, fui criado ouvindo a frase "brasileiro não tem memória". Talvez essa tenha sido uma das razões para ter formado um grande arquivo pessoal e ter feito pós-graduação em Memória e Patrimônio. Toda vez que conheço alguém que guarda e valoriza a memória pessoal e coletiva, passo a admirar e respeitar muito. Esse é o teu o caso e também, por exemplo, do Hamilton, que demonstra ter um belo arquivo pessoal, e da Heloisa que preside um instituto com essa preocupação. Sem falar nos novos amigos riograndinos do blog Papareia, que se zelam pela memória da nossa vizinha cidade de Rio Grande.

Hamilton Caio disse...

Manoel Ianzer, parabéns ! Parabéns pelo carinho com que tens guardado documentos tão importantes. Parabéns pelos teus sentimentos. Eu também me emocionei com essa tua preciosa lembrança e com tuas palavras. Nós aprendemos, aqui na fronteira, desde pequenos, aquela frase sempre repetida por nossas mães, "homem não chora!", com a intenção de nos tornar mais fortes. Mas, lógico, homem ou mulher, todos tem sentimento, faz parte do ser humano, é qualidade do homo sapiens se emocionar. Vamos, pois, recordar, relembrar, rememorar, reviver, afinal somos seres humanos.

heloisa disse...

Oi Vaz! Parabéns pela surpresa e merecida homenagem ao nosso colega Ianzer, que tem demonstrado sempre tanto AMOR pela família, pela memória, pelos afetos...

Manoel Ianzer disse...

Não conheço pessoalmente o Vaz, o Hamilton e a Heloisa, mas são pessoas que vem fazendo parte importante do meu dia a dia, desde que começou este nosso maravilhoso blog. São tão amigos, tão camaradas, tão humanos, tão preocupados com as pessoas e com a história. Isso tudo os tornam grandes em sabedoria e em AMOR. Meu afeto e parabéns por vocês existirem - graças a DEUS. Cada livro de poesia que escrevo, gosto de dedicar as pessoas que estão a minha volta, me completando, me realizando e me alegrando, eu falo que são "os grandes da minha vida". Este ano já publiquei "Sem Ponto" para ser lançado na Bienal 2010, mas para 2011, sairá "Painel do Tempo", vou homenagear esse belo trio de bageenses. Entrarão no meu tempo, quer dizer, já entraram, mesmo sendo esse curto espaço, parece que são anos luz de amizade e que esquenta a nossa ALMA.
Vaz, obrigado pela generosidade.
Hamilton, homem chora de verdade.
Heloisa, obrigado pelo carinho.

Unknown disse...

Linda homenagem!! Também fiquei emocionada, o Tailor, era primo irmão de meu pai José Antônio, cheguei a conhecê-lo e visitá-lo algumas vezes, (apesar dele sempre me chamar de Simone,q é minha irmã mais velha, heheh).. Eu também gosto de recordar bons momentos, e de sempre deixar na memória quem fez parte da minha vida.. apesar de não conhecê-lo pessoalmente primo Manoel, fiquei feliz por você, e o julgo merecedor dessa linda homenagem!! Felicidades à todos.. Michele Lemos

Manoel Ianzer disse...

TUDO POR AMOR! - Para Luzinete

entrou em minha vida
para realizar o meu desejo
de ter alguém para conviver
no deleite ou na agitação

nossos primeiros encontros
de reconhecimento
de relacionamento
foram bem saudáveis
e de grande júbilo

você soube dividir tudo comigo

nosso direcionamento
tomou rumos que nos assustaram
crítico
acusador
mandante
ou subitamente mutante
conduzido para o carinho
para a afeição
reforçado pelo amor

a casa
o trabalho
os filhos
será que esquecemos de nós?

surgiram nossos acordos amigáveis
pactos de emergência
para brotar um fio de alvéolo rubro
pelas veias venosas em direção
ao filtro do coração
para evitar o arrebatamento
pela goteira do desmoronamento
do apetite do bel-prazer

você tentou me fazer bem sucedido
eu pensei em lhe fazer próspera

perdoar
é digno
é necessário
pouco importa a contenda
vale o saber
do gostar
todas as nossas fibras ficam
ofegantes
vale o pulsar desse ligamento
para sincronizar os atos
da ação
da reação
e de dedicar de corpo inteiro
às alegrias naturais
estruturais
e espirituais
dos abraços bem apertados
dos beijos bem dados
às delícias das confidências
assim seguimos unidos
transformando
nossas pratas
nossos pratos

mas sempre resistindo
aos nossos arranjos
desarranjos
e à instabilidade dos anos

continuamos juntos
limpando
nossas poeiras
nossos planos

um dia temperado
outro apimentado

um dia ensopado
outro ensolarado

são as variantes do tempo
mas tudo por amor!

Manoel Ianzer - 2010

Luiz Carlos Vaz disse...

Olhem ai só, Heloisa e Hamilton, o Ianzer dedicando livro aos seus "web-amigos". Da minha parte, obrigado! O Ianzer é pura bondade.

Luiz Carlos Vaz disse...

Simone(ôps!), Michele, obrigado por participar dessas rememorizações familiares. O Blog está quase como uma cozinha de campanha com todos conversando ao redor do fogão à lenha! E ainda dizem que a Internet afasta as pessoas... Comenta sempre que quiser. Um abraço.

Luiz Carlos Vaz disse...

Ianzer, isso é um verdadeiro "testamento" de amor. A Luzinete que se preparae para as bodas de Rubi!!! Abraço a vocês!

luzinete Ianzer disse...

Já estou me preparando para as bodas de Rubi, para setembro. Antes disso vou arrumar as malas e com muita roupa de frio, para passar uma semana de agosto em Porto Alegre. Como sou pernambucana, vou usar duas ou três calças compridas para não tremer no gelo gaúcho. Obrigada por tudo, estou me sentindo a verdadeira musa do poeta Ianzer.
Para complementar, a Internet usada para o bem, é fantástica. Localiza parentes e amigos, une as pessoas em qualquer parte do mundo.

Luiz Carlos Vaz disse...

Obrigado, Luzinete, precisamos aproveitar a parte "sadia" da web, sem dúvida. Agora, quanto ao Ianzer, ele está, na verdade, "descontando a fatura" aos poucos, rsrsrs. Queremos saber é do presente para as Bodas... Olha lá, hein? Dona Luzinete está de olho. E agora as bodas se tornaram públicas... xiiiii!!!

Argemiro de Brito disse...

Então, cada vez que me deparo com essas reliquias e bondades gauchescas, fico mais orgulhoso de pertencer ao povo Riograndense, precisamente a Bagé, terra de pessoas e de amigos tão queridos, mesmo alguns virtualmente.