11 de junho de 2010

A taça do mundo é nossa!

O carnet da Casa Hércules, ao invés do símbolo da copa do México,
trazia a imagem do ratinho Topo Giggio. (Clique para aumentar)

No dia a dia dos placares, a trajetória do Tri foi anotada gol a gol.
(Clique na imagem para aumentar)

No dia três de junho de 1970 deixei a namorada mais cedo e fui para casa assistir Brasil e Tchecoslováquia. Era o primeiro jogo do Brasil na Copa do México. Um pouco descrente, como todos os brasileiros, por causa do fiasco na Inglaterra em 1966, ano em que poderíamos ter conquistado um tri perfeito, iniciado em 58 na Suécia, e depois com o bi no Chile em 62. Ganhar na Inglaterra em 66 teria sido a glória máxima. Mas, nossos irmãos portugueses, comandados por Eusébio, nos mandaram para casa mais cedo. O selecionado inglês, em casa, ficou com o título que o Brasil achou que iria ganhar sem precisar jogar. Bastava ir a Inglaterra. Mas esqueceram de avisar as outras seleções. Passamos quatro anos relembrando o maracanaço de 50, o fiasco de Goodson Park em 19 de julho, os gols de Eusébio, as atuações de Torres, Coluna... e a nossa seleção para disputar a Copa do México, e que trocara de técnico às vésperas da copa, não convencia ninguém. As feras do Saldanha haviam mudado de comando e agregado Dario, o jogador do Atlético Mineiro que o Médici havia convocado após dissolver a comissão técnica da CBD, à época, ligada ao Ministério da Educação.

A televisão já chegara a Bagé e, nesse ano de 1970, a Embratel transmitiria ao vivo, para todo o Brasil, os jogos da Seleção Canarinho. Num esforço técnico da Empresa Brasileira de Telecomunicações, um seleto grupo, no Palácio da Alvorada, torceria à cores junto com o presidente que, na marra, convocara Dario e transferira o comando do selecionado para Zagallo.

Mais por causa da transmissão ao vivo, do que pela performance durante as eliminatórias, os brasileiros pararam em frente a TV naquele distante e frio três de junho. Foi um passeio. Tocamos quatro a um na Tchecoslováquia. Era o começo do caminho para o tri que restabeleceria a hegemonia mundial do futebol para o Brasil. No outro dia não se falava em outra coisa no recreio (e durante as aulas) no Estadual.

Fui marcando, dia a dia, os resultados nos cinco carnês da Copa 70 que consegui de brinde no comércio da cidade. Na verdade quatro, o quinto veio de São Paulo, numa cortesia mandada pelo correio pela equipe de esportes da Rádio Bandeirantes. (continua)

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14 comentários:

g disse...

Eu me lembro dessa copa, como o evento que pôs uma TV lá em casa, a partir desse momento não fui mais televizinho. A diferença é que eu, embora tivesse alguns carnês, não tinha e continuo não tendo a persistência de atualizar os resultados, neste mundial tenho uma tabela no computador, feita no Excel, vamos ver se consigo mante-la atualizada. E digo mais a final será BRASIL x alguém que não sei ainda, mas sei que ganharemos e seremos hexa.

Luiz Carlos Vaz disse...

g (Gerson?)tradicionalmente as lojas de eletrodomésticos sempre aumentaram as vendas na época das copas. Nessa oportunidade foi especial pois haveria a transmissão ao vivo. Já na copa de 74, com a transmissão em cores, foi o ano da venda das tevês "coloridas".

Ézio Sauco disse...

Um sorriso nos céus.

O filho do saudoso professor Henrique O. Camargo Nunes, o jornalista Eduardo Nunes (produtor e jornalista do Sport TV) foi para África do Sul cobrir a copa. Nosso amigo ficaria mais que orgulhoso.
Segundo uma pessoa que encontrou a ex-esposa do professor, no exato instante que comentou sobre a viagem do filho o tempo fechou e uma fina chuva começou cair em Bagé.

Gerson Mendes Corrêa disse...

Simn G de Gerson Mendes correa

Luiz Carlos Vaz disse...

Pois é, Gerson, saiu um "g" bem pequeninho...nem parecia tu.

Manoel Ianzer disse...

Na copa de 70, estava em Porto Alegre com minha família e minha namorada pernambucana, que veio conhecer o sul. Compramos nossa primeira tv. Assistimos tudo pela televisão, foi uma das maiores emoções referente ao futebol. Vibramos, cantamos, rimos e ... nunca tinha visto chorar de alegria, pois choramos. Quando menino para mim, rir era rir (alegria). Chorar era chorar (tristeza). Acredito que com toda essa euforia do título, entrei na onda, criei coragem e casei dia 05 de setembro de 1970 e viajamos para São Paulo.

Luiz Carlos Vaz disse...

Ianzer, então esse foi o teu verdadeiro "Gol de placa". Como se chamam as bodas de 40 anos?

Luiz Carlos Vaz disse...

Ézio, certamente nosso colega Henrique deve estar feliz com o sucesso do filho. Principalmente com essa poesia toda...

Manoel Ianzer disse...

Vaz, segundo a minha mulher (a tal pernambucana da copa de 70), em setembro comemoraremos 40 anos de casados e será bodas de "RUBI".

"o amor é espantosamento belo
capaz de superar os bloqueios
e engrenar num longo período
de atração e encantamento" - Manoel Ianzer

Claudete disse...

Na Copa de 70 eu ainda era "televizinha".Morava na av. Presidente Vargas em frente à casa do João Bosco Vaz (que já tinha televisão), mas lembro que víamos os jogos no bar da esquina, ao lado da casa do Muza(o radialista).Lembro que tinha havido algumas brigas com uruguaios que moravam na cidade, alguns ali perto, até a polícia teve que ser chamada para acalmar os ânimos.

Luiz Carlos Vaz disse...

Esse Ianzer...

Luiz Carlos Vaz disse...

Quer dizer, Claudete, que o Padre Muraro então tinha razão, hehehe. Imagina no tempo da "Coréia"...

JERONIMO disse...

Lembro dessa copa em Bagé, foi a minha segunda.
Primeira pela TV, COMPRADA NA LOJA DO HUGO VAZ PINTO.
Houve uma guerra de foguetes entre os "filhinhos
de papai" do Clube Comercial e nós, "os outros",
que estávamos festejando em frente à Galeria 7.
Estudei no Estadual dos 12(1967) aos 19 anos(1974), pois rodei na 3ª série ginasial.
Ainda peguei os mestres, Contreiras,Carlini,Eva da Nova, Marzinho, Antoninho e outros gigantes.
Há... E fui um fundador da Banda Marcial do Estadual (Wagner-já falecido, Xoxou, Vânia, Vera,Mariza foram outros heróis fundadores)regida bravamente pela Professora Neiva, do IMBA.
Parabéns pelo Blog!
Jerônimo Ramirez Vicêncio

Luiz Carlos Vaz disse...

Alô, Jerônimo! Obrigado por chegar por aqui, comentar e ainda trazer essa bela informação sobre a Banda. Tenho um bom material ainda inédito sobre a nossa Banda mas me faltam dados para o texto. Podes me mandar mais algumas informações? Sabe-se lá se não estás nas fotos que tenho? Tenho uma lembrança do teu nome, só me falta juntar com a tua "imagem". Como na transmissão da copa de 70, está aparecendo, por enquanto, só um chuvisco... Entra em contato pelo mail, ok? Abraço, Vaz