20 de janeiro de 2011

Camaquã – um rio para correr livre!

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Andam pensando em represar o Camaquã!
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Várias mini represas para geração de energia elétrica seriam construídas ao longo do rio mais importante do Pampa Gaúcho que, não só desfigurariam o seu curso, mas trariam graves problemas ao ambiente: flora, fauna, gentes... Mais um crime hediondo em nome do pseudo progresso. Que progresso é esse que agride, deforma e mata a natureza?  Não chamamos o autor dessa ideia de animal, para não ofender os bichos. 
A partir de hoje - o dia em que inicia a 16ªDescida do Camaquã - entramos na luta pela preservação do rio e de sua liberdade de correr livre pelo Rio Grande! 
E o Blog para cuspir no chão e chamar para briga, publica um execelente artigo do colega Hamilton Caio que, debruçado em mapas, livros, bússolas e lembrando tudo mais que aprendeu no Estadual, nos desenha toda a importância do Camaquã. Para ilustrar, utilizamos o completíssimo arquivo fotográfico do Camaquã da colega Clara Marineli. 
Esta é somente uma amostra do pano. Como diz o gaúcho: Damos um boi para não entrar numa briga. Porém, damos uma boiada para não sair...
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Blog da Velha Guarda do Colégio Estadual de Bagé.
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"Deixem o Camaquã correr livre!" 
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Hamilton Caio 
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No princípio era a água, a terra, o ar e o fogo. Assim, sábios da Grécia antiga definiam os elementos básicos da natureza.  Depois o conhecimento foi evoluindo.  Mas a água continuou sendo o grande elemento impulsionador da civilização, que sempre a encontrou com abundância, principalmente nos rios.  Antes de se aventurar pelos oceanos, o homem primeiro conheceu os rios, viveu às suas margens; a humanidade evoluiu às suas margens.  Um dos principais berços da civilização, a Mesopotâmia, floresceu porque os rios Tigre e Eufrates estavam ali para servir aqueles primeiros povoadores.  O Egito da antiguidade, aprendemos no colégio, é uma dádiva do rio Nilo, segundo dizia o historiador grego, Heródoto.  Aquela civilização só prosperou porque o rio produzia um verdadeiro oásis ao longo de suas margens.  Pelo mundo afora temos exemplos como esses, e os rios continuam na era moderna a prestar os seus serviços para a humanidade.  Para não fugir à regra, lembramos que Bagé começou às margens de um rio, um pequeno rio, ali no Passo do Príncipe, afluente do Rio Negro, cujas águas são de máxima importância para o nosso vizinho Uruguai.
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 A paisagem do Pampa cortada pelo Camaquã é exuberante 
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Mas o homem tanto evoluiu e tanto explorou seus rios que chegou quase a exterminar muitos deles.  Agora ameaça também os oceanos.  Essas grandes massas de água e mais o ar, são os moderadores do clima.  Como sabemos, três quartas partes da superfície do planeta são envolvidas pelos mares.  Se fosse ao contrário, só um quarto coberto pelas águas, o clima certamente seria insuportável.
Modernamente, o homem descobriu que podia usar os rios para produzir a necessária energia para o seu progresso, através do potencial hidroelétrico.  Aí começaram também muitos problemas paralelos.  Para aproveitar ao máximo a energia dos rios era preciso represá-los, o que significava alagar grandes áreas de suas margens.  Do ponto de vista da natureza, isso é igual a desfigurar o rio, ou até a matá-lo.
Agora o foco das atenções se volta para o Rio Camaquã, quando de repente ficamos sabendo da decisão de se instalarem hidroelétricas ao longo de seu curso.
Esse rio, que tem 468 Km de extensão, corta toda a região Sudeste, e está situado quase todo sobre a província geomorfológica chamada Escudo Sul-rio-grandense, que aprendemos no nosso bom Ginásio que é uma das formações mais antigas e mais sólidas do planeta.  O nome "Camaquã" tem pelo menos duas hipóteses para a origem, e como sugere, é um nome indígena.  Uma delas diz que "Camaquã" significa "rio da serra com forma de seios", e a outra hipótese fala que "Camaquã" vem de "Icabaquã", que significa "rio de correnteza".

Há muito o que ver numa "Descida do rio Camaquã"
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A beleza dessa região da Bacia do Camaquã é incrível e ainda pouco divulgada.  O rio e suas margens, seus matos e fauna, ladeado por belos cerros e peraus, é um verdadeiro santuário, ainda intocado, e que assim deve permanecer. Quem passa nessa zona tem a nítida sensação de estar caminhando por uma das últimas regiões selvagens do mundo.
Segundo o Diogo Madruga Duarte, coordenador da Descida do Rio Camaquã, o João Doglia e o Vantoil de Ávila Gomes, todos grandes conhecedores do rio e já veteranos dessa descida, Bagé divide com Lavras do Sul e também Dom Pedrito as nascentes desse belo rio, símbolo da Região Sudeste. Há, segundo o Diogo, uma saudável polêmica quanto a qual município pertence realmente a nascente do Camaquã.  Em Bagé, segundo os nossos entendidos em Camaquã que citamos, essa nascente fica na zona chamada Rodeio Colorado, Subdistrito de Joca Tavares, ao norte do município, e tem o nome de arroio Camaquã Chico, fazendo a divisa entre os municípios de Bagé e Lavras do Sul.  O arroio do Hilário é a nascente que fica em Lavras do sul.  Dom Pedrito tem um afluente do Camaquã Chico. 

O rio convive com a natureza e os homens de forma harmoniosa
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Depois da bacia do Rio Jacuí, que desagua no Rio Guaíba (ou Lago Guaíba), a bacia do Camaquã é a segunda grande alimentadora da Lagoa (ou Laguna) dos Patos, já que o sistema Jacuí-Guaíba é o primeiro tributário.   O Rio Camaquã tem características especiais por estar assentado sobre o Escudo Sul-rio-grandense.  Ele desce ladeado por cerros, peraus, precipícios e enormes barrancos, ora mais espraiado, ora mais estreito, com corredeiras em vários pontos, com pedras aflorando à água, formando em vários locais praias de areias claras e pequenas pedras de cores e aspectos incomuns, devido à origem sedimentar do leito, tudo emoldurado por florestas e matos (matas ciliares - que acompanham o rio) de grande beleza e variedade de plantas, além da rica fauna que faz parte desse ecossistema.  Eu costumo me referir ao Camaquã como um rio de montanha.  Ele abre em muitos trechos do seu caminho verdadeiros canyons.  Há trechos exóticos e singulares como o Rincão do Inferno, na divisa de Bagé com Lavras do Sul, com paredes de pedra gigantescas, há trechos de corredeiras, como o Fervor.  A parte mais montanhosa vai desde as nascentes até as regiões de Santana da Boa Vista e Piratini.   A partir daí, as elevações começam a ficar mais suaves, à medida que vai se aproximando da Planície Costeira (a província geomorfológica que circunda a zona das lagunas costeiras e vai até o litoral), passando então pelos municípios de Amaral Ferrador e Cristal e desaguando na lagoa entre os municípios de São Lourenço do Sul e Camaquã. 

Parece "paisagem de filme", mas está aqui mesmo, diante dos nossos olhos
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Depois de já conhecer os arroios dos arredores de Bagé, lembro de quando visitei pela primeira vez essa região, no início dos anos sessenta, percorrendo trechos de um afluente, o Arroio das Torrinhas, mais conhecido como Arroio Velhaco, um belo curso d'água com as mesmas características do Camaquã e que serve de divisa entre os municípios de Bagé e Pinheiro Machado.  Na região do distrito de Palmas conheci um subafluente do Velhaco, o Arroio da Sepultura, conhecido na região como Arroinho ou Arroio dos Silveiras.  O que me impressionou logo ao primeiro contato foi a transparência das águas com seus pequenos peixes, e a brancura e limpeza das areias, rodeadas por aquelas matas fechadas e de grande variedade e beleza, e isso era o início da década de sessenta, as palavras "ecologia" e "poluição" ainda soavam como neologismos.  Hoje essas águas permanecem como naqueles anos, e essa comparação com as conhecidas águas sujas e contaminadas das zonas próximas às cidades é gritante. 

 Muitas "praias" surgem ao longo do curso do C amaquã
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Naquela época, lembro bem, a queixa dos moradores conservacionistas da região era o progressivo desaparecimento das populações de várias espécies animais, incluindo as aves.  Pois o que se observa, já há muitos anos, é que essa fauna tem se recuperado admiravelmente.  Vemos hoje muitos animais que já estavam raros até então, como veados, lobos-guarás, gatos do mato, papagaios, tucanos, maracanãs, entre outros.  Entretanto, de algumas espécies muito comentadas pelos antigos, não se tem notícias de reaparecimento, como o puma, que era conhecido como "leão baio", a anta e o tatu-bola.
O rio Camaquã também lembra as Minas de Cobre em Caçapava do Sul e de seu controvertido proprietário, Francisco Matarazzo Pignatari, o "Baby Pignatari" (1917 - 1977), e que poluíram o rio com resíduos minerais, através do afluente, arroio João Dias, quando em meados dos anos sessenta, uma barragem de decantação vasou para o curso d'água. 

 Corredeiras que fazem subir a adrenalina dos navegantes do Camaquã
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Para quem não conhece o Rio Camaquã, as diversas fotos que estão sendo publicadas a partir de hoje, podem dar uma ideia da beleza ímpar dessa região.  As fotografias foram colhidas por ocasião das descidas mais recentes do rio, sempre nos meses de janeiro.  As fotos de 2010 mostram o nível das águas excepcionalmente alto, devido às cheias ocorridas a partir do mês de novembro de 2009.   Os retratos do rio também poderão despertar-lhe o desejo de vir até aqui e fazer essa descida do Camaquã, durante os três dias, acampando durante a noite às suas margens.  Garanto, será uma aventura inesquecível.
Pois toda essa beleza que descrevemos, toda essa natureza selvagem, todo esse rio admirável, símbolo de uma região singular, estão sujeitos a serem maculados, violados por iniciativa de burocratas de gabinete, gente sem nenhum senso do que é a natureza.  Vamos deixar que isso aconteça?  Claro que não!  Vamos arregaçar as mangas e nos posicionar contra a construção de qualquer tipo de hidroelétricas ao longo do rio.
Não é estranho que a solução para o problema do abastecimento de água para a cidade venha se arrastando há anos, sem providências efetivas, e que, no entanto, a construção dessas pretendidas barragens já cheguem aqui como decisões tomadas e com datas de início marcadas?  Muito estranho!
Afinal, nas democracias os governos eleitos não são apenas funcionários do povo com a missão de servi-lo nos seus anseios e necessidades? Ou os nossos governantes, a partir da "redemocratização" em 1985, herdaram das ditaduras anteriores aquele hábito de já chegarem para a população com a solução pronta, tomada entre as paredes atapetadas dos gabinetes refrigerados?  E tem a vantagem: o povo já se habituou nos regimes de força a ser ordeiro e a engolir as resoluções outorgadas, sem chiar!  É só dizerem: olha, essas hidroelétricas vão trazer progresso e desenvolvimento e não vão causar impacto ao rio...!  O povo acreditará, pois aprendeu a engolir sapo durante as ditaduras.

Hoje é o dia de mais uma "Descida do Camaquã". Isso não pode desaparecer!
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A população quer energia, sim, mas quer, muito mais, que o Camaquã - com seus peixes - continue com o curso livre, sem interrupções, e monstrengos de aço e concreto no seu caminho, como está desde milênios, um rio já histórico, que alimentou os primeiros povoadores indígenas da região e que lhe deram o nome que tem hoje; que testemunhou episódios da Revolução Farroupilha de Bento e Canabarro; que serviu a maragatos e pica-paus na Revolução Federalista de 1893; que deu aguada para a última revolução a cavalo em 1923.  Queremos que a natureza continue preservada.  Existem diversas outras fontes alternativas de geração de energia para a região.  
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Mexer no Rio Camaquã, para quê?  
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O Camaquã – seu ecossistema e sua história, são intocáveis!
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Pesquisa e texto do colega
Hamilton Caio
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Fotos do arquivo pessoal da colega
Clara Marineli
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33 comentários:

Anônimo disse...

Luizcarlosamigo

Belíssimo trabalho; mais um, aliás. Não conhecia nada disto; passei a conhecer. Muitíssimo obrigadérrimo.

O rio Camaquã e o ambiente que o rodeia são lindos. Os textos excelentes e as fotos - maravilhosas.

A intenção é óptima «Queremos que a natureza continue preservada. Existem diversas outras fontes alternativas de geração de energia para a região». Apoio e aplaudo.

Venho bastantes vezes por cá, confradamigo, mas não tenho comentado. Às voltas com a Minha Travessa, o novo livreco que recomecei a esgrever depois de longa paragem e alguns problemas de saúde em casa, não te tenho feito o destaque merecido.

Mas tu, cafegeste também não me tens visitado nem deixado comentários. Será que amor com amor... não se paga?

Abs
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PS - ... e uma sugestão: a tal VERIFICAÇÃO DE PALAVRAS não serve para porra nenhuma, apenas para chatear os visitantes. Eu já eliminei a minha...

Luiz Carlos Vaz disse...

Alô Ferreiramigo! Grato por atravessar - tão rapidamente, o oceano e trazer a solidariedade Lusitana à nossa causa!
Abraço forte. Vaz

José Maria del Rey Morató disse...

Construir represas en el río Camacuá es una decisión terrible: la sucesión de represas en un mismo río agrede a las personas, los animales y las plantas y -por todo eso- es una segura destrucción de futuro.
Y también del pasado: en la ciudad vieja de Montevideo, cerca del Teatro Solís, está la calle "Camacuá": recuerda la batalla entre los caudillos riograndenses Bentos Manuel Riveiro y Bentos Gonçalvez contra las fuerzas argentino-orientales de Carlos M. de Alvear, Juan Antonio Lavalleja y Manuel Oribe (23 de abril de 1827).
Salvemos al río Camacuá.
José María del Rey Morató - Uruguay

José Carlos Soares disse...

Amigo Vaz!Trabalhando pelo INSS, estive na Ilha Santo Antonio quase no delta do Camaquâ. Marquei no Google -Ilha Santo Antonio estive aqui-. Este rio é fantástico. Fica após a famosa Pacheca, região muito conhecida.Represar o Camaquâ? Quem teve esta infeliz idéia. Um abração!

José Carlos Soares disse...

Amigo Vaz procura no Google, lá no delta do Camaquã a Ilha Santo Antonio.Lugar lindíssimo que visitei quando trabalhava no INSS.Este patrimônio não pode ser destruído.Um abração.

asgomes.sul disse...

Represas no Camaquã? Ora, o que deve ser represado são estas idéias levianas.

Luiz Carlos Vaz disse...

Amigo del Rey, grato pelo comentário, já que és uma "especialista" do Rio Queguay. Indico aos leitores o teu blog: "desde la costa": http://delreymorato.blogspot.com/

Luiz Carlos Vaz disse...

José Carlos: fui ao Google Earth conferir, a Ilha Santo Antonio é um lugar lindíssimo. Sempre ouvi falar do local pois meu sogro nasceu lá. Vou dar um jeito de conhecer o lugar. Um abraço e obrigado por nos seguir.

Luiz Carlos Vaz disse...

Alexandre, creio que deves marcar para tua agenda de fotos "i", o Camaquã e o Rincão do Inferno, lugar perto de sua nascente. Foi cenário do curta O Sabiá, dirigido por um guri lá de Bagé, o Zeca - José Brito. O lugar - que tem nome de Inferno, segundo dizem, é o verdadeiro Paraíso Perdido. Quanto a represar as ideias burras, creio que será nossa luta daqui para frente.

Gerson mendes Correa disse...

Tchê Vaz, depois que li a postagem do Rio Camaquã, fui procurá-lo no Google Earth, e te passo agora o que consegui:
1º Digita na procura, Bagé - RS;
2º Quando apontar a cidade, mantém a altitude do ponto de visão em 507.87km;
3º Visualizaras um alfinete amarelo aqui começa o Rio, e veras onde deságua na Lagoa.
Veja as fotos que tem ao longo do rio.
Um abração.

Maribel disse...

Esse blog é mesmo de vanguarda! Basta ver as matérias que publica. Essa sobre o Rio Camaquã serviu para alertar a todos sobre o que pode vir a ocorrer com esse pedaço privilegiado de natureza que temos na região e que a ninguém devemos permitir tirar. Parabéns ao Hamilton por tanto contribuir com esse blog com sua cultura ímpar e suas informações sempre precisas e apropriadas. E parabéns também à Clara pelas belas fotos! Dá vontade de pegar uma barraca e se tocar pro Camaquã!!

Luiz Carlos Vaz disse...

Obrigado, Maribel. Nosso objetivo é mesmo esse: que todos se apropriem e usufruam das belezas do Camaquã. Vamos publicar outros artigos de outros autores sobre esse mesmo tema em breve.

olmiro muller disse...

Em Porto Alegre, há um meteorologista veterano, colaborador de jornais e rádios locais, que fica furioso sempre que associamos alteração ambiental com alteração climática. Diz ele que as alterações climáticas sempre foram cíclicas e isso não deve ser obstáculo para o progresso (dele).
E então?

Santhiago disse...

O rio camaquã possui belíssimas paisagens que não podem desaparecer em troca de meia dúzia de MW. Salvem o camaquã!

Ana Maria Ribeiro disse...

Espetáculo de denúncia! É como pegar o sujeito no pulo do gato! Não podemos nos omitir, ficando fora da discussão sob alegação de falta de argumentos Estão aí, expostas as imagens, as palavras, para quem quiser saber!!!

Manoel Ianzer disse...

Quando criança brinquei nas águas do Rio Velhaco - subafluente do Rio Camaquã (Palmas). Tinha uns 6 anos, minha mãe explicou que todo o rio corria para a Lagoa dos Patos. Ficava eu imaginando muitos rios em direção a essa lagoa, me parecia algo grandioso, volumoso e nadava nos meus sonhos. Acho que os peixes são enormes.

Voltando a nossa realidade atual, "RIO CAMAQUÃ" - Respeite-o. Ame-o.

Hamilton Caio disse...

Amigo Antunes Ferreira, a solidariedade lusitana, como falou o Vaz, é muito bem vinda, através desse culto e interessante blogue, "A minha travessa do Ferreira". Também tenho caminhado por essa travessa, mas não tenho comentado. Assim como o Tejo é símbolo de Lisboa e Portugal, o Camaquã é sinônimo da Região Sudeste do Rio Grande do Sul. Preservemos esses rios !

Hamilton Caio disse...

Don José María del Rey Morató, muito oportuna a sua lembrança sobre o pesadelo que significa "a sucessão de represas em um mesmo rio". É uma ideia leviana, como falou em comentário acima, o A S Gomes, fruto de mentes insanas, movidas a cifras e que já nasceram com um tipo de daltonismo especial (só ocorre com certas classes de políticos e empresários), não enxergam o verde, e no lugar veem muito claramente "a cor do dinheiro". Esse tipo de político não pode "dirigir" os veículos do povo, atropelam a natureza todos os dias.
Aqui, particularmente, devemos cuidar também os afluentes do Rio Negro que banham a cidade de Bagé e outros municípios gaúchos, já que isso muito interessa aos nossos irmãos do Uruguai. Afinal, se queremos que cuidem o nosso rio, cuidemos também os rios dos vizinhos, que aqui nascem. E lembrar que nos anos sessenta eles eram iguais ao Camaquã de hoje. Nem vou lhe contar como eles são hoje ! Bem, o pessoal daqui anda se esforçando para limpá-los, aguardemos os resultados.

Hamilton Caio disse...

Em boa hora, Olmiro, lembraste dessa correlação. Também sempre fui partidário da ideia, embora nunca tenha ouvido declarações desse técnico. Sempre falei desses ciclos climáticos. Lembro quando comentei com Vaz, há pelo menos dez anos. Sou da corrente que tem convicção de que o "efeito estufa" tem mínima inflência sobre o clima mundial. Porém, em casos locais, de grandes concentrações urbanas e industriais, o excesso de poluição pode provocar a "inversão térmica": ao invés da temperatura diminuir com a altitude, aumenta, provocando a concentração dos poluentes sobre esse local. Além de todos os outros problemas advindos disso, imaginemos o que pode acontecer com os pulmões da população, inspirando todo esse "esgoto industrial" presente no ar. Mas essa relação do ambiente com as alterações do clima será tema de outro texto para breve, que já rascunhei, a partir do teu comentário.
Obrigado por se juntar a nós em defesa do Camaquã.

Luiz Carlos Vaz disse...

Mas nos micro climas as agressoões ao ambiente como desmatamentos, extermínio de fauna nativa e represamento de águas são fatais..

Gerson mendes Correa disse...

Quero declarar aqui em público que, todo e qualquer rio não deveria ser represado pelo motivo que fosse. Todavia quero também declarar aqui total apoio ao nosso amigo e colega Hamilton Caio, até porque esta historia da causa do aquecimento global é uma tremenda balela.
Vejam, não cheguei a pegar um canudo de faculdade, até estive numa faculdade de engenharia química na cidade de Rio Grande, mas a minha prioridade era trabalhar e sustentar mulher e um filho pequeno, mas nem por isso parei de obter informações, até porque sou do tipo que é ávido por informações , seja ela do cunho que for, principalmente na área das ciências.
Hoje, entre um cliente e outro que atendo em minha lan house, fico assistindo documentários, exibidos pelo canal discovery, history, national geografic entre outros e ainda pesquiso temas interessantes no google, procuro explicações que para mim ficaram incompletas nos documentários assistidos. Por isso posso afirmar que o aquecimento global pode ter diversas causas, menos a de que o homem é o culpado. O texto é longo mas leiam este artigo que está nesse endereço:
http://resistir.info/climatologia/uma_mentira_conveniente.html

Manoel Ianzer disse...

Quem derruba as árvores - sem preservar uma parte?
Quem vende os animais silvestres - por ganância?
Quem contamina a terra e os alimentos com venenos químicos?
Quem suja os rios com mercúrio - atrás do ouro e da riqueza?
Quem contamina as águas correntes dos belos rios e até dos imponentes mares - recebe milhões de detritos?

Me parece que é o HOMEM.

VAMOS POLITICAR MENOS E AGIR MAIS.

PRECISAMOS SIM - "DE CAMPANHAS" EM PROL DA VIDA, para salvar o reino animal, vegetal e o reino da grandeza das águas doces e salgadas do mundo.

AMAR A NATUREZA É A MELHOR FORMA DE PRESERVÁ-LA.

Gerson mendes Correa disse...

Também, concordo contigo Manoelito, o homem, chamado animal racional, é um tremendo destruidor, aliás é o único animal que se alegra com a destruição e morte, no entanto essa culpa do aquecimento global ninguém pode culpa-lo.

Unknown disse...

Hamiltom Caio, excelente trabalho. Se todos ficassem atentos, talvez hoje a natureza não estaria tão agredida.
Parabéns, Capitão.

Anônimo disse...

Caro amigo Vaz

Tô nessa !!! vamos proteger esta beleza da natureza...ja morei numa propriedade que tinha o Camaquã como cenário no fundo do campo...(muito briguei com o pessoal das minas (Pignatari), pois o leito do rio ficava "ferroso" matava tudo que era espécie de peixes...mas era "malhar em ferro frio" o poder do cifrão falava mais alto...a "velha guarda" deve recordar destes fatos. Teu "blog" é da hora.Parabens !
José Schlee

Hamilton Caio disse...

Colegas, não vamos misturar "alhos com bugalhos" ! Uma coisa é o clima global e seus ciclos, outro assunto diferente são os micro climas, muito mais alterados pelas manipulações da natureza, como no nosso caso, que podem afetar todo o rio e seu curso. Bem lembrou o Vaz a esse respeito. Vamos primeiro continuar dissecando a questão do Rio Camaquã, depois voltaremos a falar das mudanças climáticas.

Hamilton Caio disse...

Gerson, muito oportuna a tua pesquisa sobre o aquecimento global. Esse link que nos indicas tem um excelente resumo sobre o polêmico assunto, mostrando todas as nuances do tema. Recomendo aos colegas a sua leitura.

Savio disse...

Represar o Camaquã é um atentado!Muito infeliz mesmo essa idéia...que se encontrem outras soluções para gerar energia,como a solar e a eólica,por exemplo.
Abraços a todos!

Edison Larronda disse...

É de muito valor (também) para quem não conhece o Rio Camaquã, sempre que possível identificar as localidades das fotos. Ex:. CORREDEIRAS DO FERVOR: Proprietário Nero Camargo, margem direta.

jurvi disse...

Parabéns pelo blog e pelo tema sobre o rio camaquã. Fiquei muito feliz ao ler esta matéria, pois eu sou uma pessoa que curte muito as belezas deste rio. inclusive tenho video no youtube, sobre o nascer do sol às margens do rio.Quem tem este privilégio sem dúvida, disfruta de uma beleza indescritível, que faz tão bem para a alma. tenho muitas fotos deste rio também, ms fiquei encantada com as fotos que foram postadas, e com certeza são de outra parte que eu não conhecia. Vamos seguir em frente neste prpósito de preservar o nosso camaquã.

Luiz Carlos Vaz disse...

Obrigado, Jurvi, sempre quando passar por aqui, apeie e chegue, um abraço!

mauro jaques disse...

amigo adoro este rio ja fiz umas expedicoes por ele eu e meus irmao somos caiaquistas e amamos estas aventuras principalmente por este rio gostariamos de receber informacoes sobre outros trechos para podermos remar por ai visite nosso blog para ver nossas aventuras www.pescaldeira-aventura.blogspot.com aguardo por sua ajuda t+

mauro jaques disse...

amigo eu e meus irmão e companheiros de remadas adoramos este rio gostariamo de receber informacoes sobre outros trechos para podermos nos aventurar se poder nos envie umas dicas de trechos q vc conhece visite nosso blog para saber + www.pescaldeira-aventura.blogspot.com t+