24 de fevereiro de 2012

Bagé Bicentenária - 1811/2011, A Ponte Seca


Mais uma vez o Cid Marinho envia para o Blog colaboração sua publicada no jornal Folha do Sul.  Desta vez é a história da Ponte Seca, famoso cartão postal da cidade de Bagé. Outro colaborador assíduo, o JL Salvadoretti, recoloca nos trilhos a imagem meio ofuscada pela fumaça da velha composição. Com amigos assim esse trem vai longe...
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4 comentários:

Gerson disse...

Tchê Vaz, ao ver esta foto muitos "recuerdos" afloram minha mente, momentos insequcíves na vida de um ser vivente e grosso barbaridade, e além disso cito alguns detalhes que estes "recuerdos " me mostram:
1º) Esse trem está chegando em Bagé, vindo do lado de São Sebastião e observando a foto vemos que o combustível não era carvão mineral e sim madeira (lenha), o primeiro vagão é um boiadeiro e o segundo e o terceiro provavelmente também, talvez fosse algum trem com apenas tres ou quatro vagões que fora levar animais no matadouro de São Domingos e estivesse voltando vazio;
2º)Olhando no sentido do trem naquele barranco à direita tinha um decida, digamos quase natural, para pedestres que usavam o passeio ao lada da linha para chegar nas casas do pessoal que trabalhava na ferrovia, eu inumerras vezes usei aquele caminho, por exemplo quando vinha do Estadual com meus amigosou quando ia na cooperativa na Rua 20 de Setembro;
3º) Algumas vezes atravessei a pé pela ponte e logo na cabeceira da ponte, já dentro do patio de manobras, tinha um a guarita de cada lado onde ficavam os guardas e uma delas era ocupada por um tio meu, e poucas vezes entrei por ali para levar recados da Dona Zelia para o seu Hugo, porque o seu Hugo não queria que eu entrasse por alí, a ordem era para que eu fosse direto a estação e ficasse esperando por ele, motivo segurança, o qual só fui entender quando me tornei ferroviário também;

4º)Aquela casa que aparece, quando eu era guri foi demolida e construido o edificio do Pacheco que tinha a loja de mateiais de construção no primeiro piso, hoje já não existe o comercio e o edificio foi aumentado lateralmente e agora é um hotel;
5º) Pela altura que está a ponte a Av. Presidente Vargas nesse ponto tornou-se um gargalo para o acesso de caminhões grandes e ônibus de dois andares, e por causa disso penso em duas soluções pára isto:
a) A elevação da ponte no próprio local;
b) A retirada da mesma desse local e expo-la na praça da estação.

Mas bah tchê, vamos ver o que os outros vão ver também.

Cid M. Marinho. disse...

Prezado Gerson,
Gostei demais dos teus comentários! Que bom que esta fotografia serviu para te fazer "viajar no tempo", e recordar um pouco dos bons momentos vividos na infância e adolescência.
Além da "Maria Fumaça" sobre a ponte, pode-se notar logo abaixo, um "carroção" puxado por uma "junta de bois" mais o seu descalçado "condutor". Mais abaixo ainda, bem à esquerda, nota-se o ônibus que fazia a linha "Povo Novo/Praça das Carretas", esperando pelo embarque dos passageiros "já em fila". A casa que aparece na foto ainda existe, e está localizada na esquina da atual Av.Presidente Vargas, com a Rua 20 de Setembro. Ali funcionou por muitos anos, o "Engenho de Arroz" da família Nicolosso. Eu tenho um tio que trabalhou naquele engenho, nas décadas de 50,60,e 70, até se aposentar. Quando ele se tornou o funcionário mais antigo, no final dos anos 70, os proprietários resolveram homenageá-lo, colocando o nome "Arroz Tio Mulato" nas embalagens, pois este é o "apelido" dele até hoje. De 1954 até 1961, eu morei na Av. Presidente Vargas, a casa ficava passando as Pontes "Seca" e "Molhada", entre as Ruas Pinheiro Machado e Borges de Medeiros, bem ao lado da casa do "Xerife do Povo Novo", que era como chamavam o "brigadiano" de nome Valdir, famoso por "dar pau" nos bandidos e vagabundos daquela época. Pois bem, em 1961 eu estava com 7 anos de idade, e, sentado no degrau da porta de casa (por ordem da minha mãe), sempre roendo alguma "bolacha vênus", doce ou salgada, eu costumava apreciar as carroças e carretas puxadas a bois, passarem por ali. Quanto à "Maria Fumaça", quando eu não a via, eu sempre a escutava, principalmente, na calada da noite, antes de dormir. Me lembro do ruído dela, até os dias de hoje! Ah, outra coisa que eu guardo bem presente na minha memória de criança, foi a chegada do "calçamento de pedras", feito pelos funcionários da Prefeitura.
E,para encerrar,caro amigo Gerson, eu estive pensando nas tuas duas sugestões para solucionar o problema de altura da "Ponte Seca". Acho que "elevar" a ponte no mesmo lugar, é uma boa alternativa! Mas, confesso que eu cheguei a pensar num "rebaixamento" da Rua. E tal e coisa, e coisa e tal! Um grande e forte "quebra-costelas" vivente! Hasta la vista, muchacho!

Claudete disse...

Adorei a foto e os comentários. Me deu uma saudade danada pois nasci no Povo Novo (R.São João, 178)e com 11 anos alugamos um sobrado na Av.Pres.Vargas 673(seguindo na direção que mostra a foto, quase esq.Borges de Medeiros) e depois, quando eu tinha 14 anos meu pai comprou a casa nr. 345 (no sentido contrário da foto,quase esquina J.Telles). Infelizmente moramos pouco tempo lá pq meu pai faleceu e mudamos para Pelotas, mas minha infância e adolescência sempre tiveram a "ponte seca" como cenário. A nostalgia foi tanta quando vi a foto que entrei no google street e "passeei" pelas ruas e vi minhas antigas casas. Da barraca Nicoloso eu lembro bem porque era da família da minha querida rofessora Magali Nicoloso, do colégio São Pedro. Ótimas recordações vocês me trouxeram.

Luiz Carlos Vaz disse...

E teve gente, Claudete, que na época da desativação da lionha, quis remover a Ponte Seca... Como diz o Cid, se atrapalha, rebaixem a rua...