23 de julho de 2020

Os Demônios de Da Vinci

Imagens do Google

Os Demônios de Da Vinci

Luiz Carlos Vaz (*)
“Pensei que podia resolver as coisas como sempre faço.
O inferno acontece… quando o mal do mundo
excede a crença que podemos conquistar.”
Leonardo Da Vinci 

E de repente, em plena quarentena, eu encontro onde assistir as três temporadas - com seus trinta capítulos, de uma série da qual só tinha visto dois ou três episódios iniciais há muito tempo.

Da Vinci's Demons é mais que uma série para a televisão. É uma verdadeira viagem que acompanha os sonhos, as visões e os demônios de Leonardo Da Vinci e, com certeza, também de David S. Goyer, autor e diretor da série, que foi produzida pela Starz, e que teve estreia nos Estados Unidos, no canal Fox, em março de 2013.

A ficção histórica coloca em cena, na Roma dos papas e na Florença dos Medicis, além de Leonardo, outros personagens, como Lucrezia Donati, Lourenço Medici, Giuliano Medici, Andrea del Verrocchio, Lorde Girolamo Riario, Clarice Orsini, Nicolau "Nico" Maquiavel, o Papa Sisto IV e, numa licença poético-histórica, o famoso Príncipe da Valáquia, Vlad Drakul III, ou... o Drácula, para os íntimos.

A busca pelo misterioso, secreto e poderoso “Livro das Folhas”, permeia toda a história do jovem Leo, com 25 anos, que se intitula - e exerce muito bem, a profissão de engenheiro militar, às voltas com suas ideias prodigiosas e maquinarias mirabolantes.

Só que, terminada a série, precisei buscar o meu “livro das folhas” para exorcizar os meus próprios demônios. Reuni para reler, e consultar alguns capítulos, um antigo exemplar de O Príncipe, editado em 1933 por Calvino Filho, que me foi presenteado pelo Clayton; duas edições novas do Maquiavel, o raro Codex Romanoff e o maravilhoso livro do professor Oscar Brisolara, Sancta Luccrezia dei Cattanei, para poder entrar no clima medieval apropriado para a libertação da minha alma.

Na “viagem” que embarquei com todo gosto e na janelinha, tive que ouvir Leonardo dizer, num dos capítulos iniciais da série, que no futuro “ainda iria aperfeiçoar a forma de fixar imagens numa base qualquer usando nitrato de prata...”


E de repente me vejo outra vez numa sala muito escura do Louvre, em frente a uma enorme folha de papel amarelecida pelos séculos, que contém muitos riscos, inúmeros rabiscos, centenas de códigos e milhares de outros sonhos (ou demônios?) feitos pelo homem mais genial que já foi parido nesse mundo! Leonardo di Ser Piero da Vinci.
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(*) Luiz Carlos Vaz é Jornalista, Fotógrafo e Editor deste Blog

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